Governo deve compensar exportador
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado, Mantega afirmou que a hora é de "flexibilizar" as medidas tomadas recentemente para frear a valorização do real. Segundo ele, a opção pode ser um desconto no Imposto de Renda (IR) equivalente ao que o exportador paga em Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para fazer suas operações de hedge, mecanismo pelo qual é possível fazer uma proteção contra as oscilações na taxa câmbio.
Apesar disso, o governo continuará adotando ações de controle de capital, se necessárias, para evitar que o real se valorize e prejudique os exportadores brasileiros.
"Continuaremos tomando medidas de controle de capitais se forem necessárias", afirmou Mantega aos senadores presentes na audiência pública que durou quase quatro horas.
O governo anunciou em 27 de julho a cobrança de 1 por cento de IOF em operações com derivativos de câmbio que aumentem as posições vendidas em dólar no mercado futuro. O intuito era diminuir a especulação que ajudava a colocar o dólar nas mínimas desde 1999.
Após a medida, e em meio a um surto de turbulência no mercado global por preocupações com Estados Unidos e Europa, o dólar subiu e agora opera em torno de 1,60 real. Mas a medida foi criticada por alguns setores, porque também impactou operações de hedge feitas por exportadores.
MENOS GASTOS PARA TER JUROS MENORES
Sobre inflação, Mantega afirmou que o governo não vai afrouxar o controle de gastos que, na visão dele, será essencial para que a política monetária possa ser gerida em melhores condições. Dessa forma, para evitar uma redução na atividade econômica, haverá espaço para que a Selic caia do atual patamar de 12,50 por cento ao ano.
"Não podemos deixar a inflação voltar. Mas o governo está fazendo uma política fiscal que abre espaço para uma política monetária mais flexível", disse Mantega.
"É muito salutar criar condições para baixar os juros porque vamos reduzir os custos de carregamento das reservas", acrescentou ele.
Mantega afirmou ainda que o país, também possui outras armas de política monetária, como os compulsórios bancários, parcela dos recursos depositados nos bancos que fica retida no Banco Central (BC).
"Não deixaremos a economia cair. Tomaremos as medidas necessãrias para manter a economia crescendo", afirmou ele, acrescentando que o Produto Interno Bruto (PIB) do país não deve crescer abaixo de 4 por cento neste ano, depois da expansão de de 7,5 por cento em 2010.
Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) reúne-se novamente para definir o futuro da Selic. Para a grande maioria do mercado, ela será mantida em 12,50 por cento, depois de cinco altas seguidas.
Mantega afirmou ainda que não considera inflacionário o aumento do salário mínimo em 2012, que deve ficar em torno de 14 por cento. Também não deve haver uma pressão inflacionária das commodities no segundo semestre deste ano, na opinião do ministro, diferentemente do que aconteceu no passado.
"Olhando para trás, ela (inflação) está alta. Mas o que interessa é para frente, e para frente ela está mais baixa", disse, acrescentando que a crise mundial deve continuar pelos próximos dois anos, com crescimento baixo no resto do mundo e, consequentemente, pressões inflacionárias menores.
Reuters
China é três vezes mais importante para o Brasil do que os EUA
Mais do que o crescimento da economia americana ou a perenidade da zona do euro, o que realmente importa para a economia brasileira é o que acontece na China.A conclusão é do diretor-executivo e chefe de pesquisas para a América Latina do Nomura Securities, Tony Volpon, com base na matriz de correlação entre as economias dos países, que mostra quanto o crescimento de uma mexe com a da outra.
Segundo Volpon, a matriz de correlação mostra que o crescimento da China é quase três vezes mais importante para o Brasil do que o desempenho da economia americana.
O exercício também mostrou que o crescimento da Alemanha (boa medida para o crescimento da zona do euro) não tem relação estatística significativa com o Brasil, uma vez que China e EUA estão no modelo.
Segundo Volpon, as razões para essa relação não são difíceis de encontrar. A China é o maior parceiro comercial do Brasil, respondendo por 18% das exportações e 16% das importações.
A relação comercial, porém, é apenas uma parte do peso na balança. O especialista lembra que a China é quem 'determina' o preço das matérias-primas, o que aumenta o peso do país asiático na economia brasileira, uma vez que commodities respondem por 70% das exportações do Brasil.
Volpon lembra que o elevado preço das commodities nos últimos anos, reflexo da demanda da China, deu força aos termos de troca da economia brasileira, promoveu uma apreciação do real e representa grande parte do impulso de renda que vem sustentando essa forte demanda doméstica.
'Acreditamos que a muito alardeada ?nova classe média' brasileira é um resultado direto da demanda chinesa por commodities', resume Volpon.
Os economistas do Nomura seguem otimistas com as perspectivas para a economia chinesa apesar dessa instabilidade externa. Eles trabalham com uma continuidade do processo de 'industrialização interior' (novas áreas industriais em lugares de menor custo dentro do próprio país), com a construção de novas moradias pela iniciativa pública e novos projetos de investimentos. Com isso, esperam crescimento de 9,5% em 2011 e 8,6% em 2012, previsões que já colocam na conta os recentes movimentos de mercado.
Como em 2008, lembra Volpon, o Brasil pode sofrer com uma parada súbita no fluxo de capital, com uma ruptura do mercado de crédito ou crise bancária. De fato, não há economia imune a isso.
No entanto, se tais cenários forem evitados, Volpon espera que o crescimento da economia brasileira fique pouco abaixo do potencial, estimado em 4% ao ano. A previsão do Nomura é de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresca 3,6% tanto em 2011 quanto em 2012.
'E isso vai limitar o escopo para cortes de juros se o Banco Central se manter fiel ao objetivo de atuar visando levar a inflação para o centro da meta de 4,5% em 2012', conclui o especialista.
Valor Econômico
Anvisa passa a atender em nova sede
O posto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em Santos funciona, a partir desta terça, em novo endereço. Passou a ocupar o 5º andar do número 87 da Praça da República, no Centro, em frente à sede da Alfândega. A casa nova deve proporcionar maior agilidade aos serviços que oferece, na opinião de seus dirigentes, presentes à festa de inauguração, realizada nesta segunda.
Agora, a unidade conta com salas para o atendimento de viajantes (orientação e troca de certificados de vacinação) e profissionais do setor de navegação (operação do projeto Porto sem Papel e fiscalização de navios), além espaços para videoconferência e os setores de autorização de funcionamento de empresas e análise de produtos. Ao todo, há 47 estações de trabalho, de forma a atender um possível aumento nos quadros, considerando um eventual concurso público no ano que vem.
Para o gerente-geral de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados da Anvisa, Paulo Coury, presente no evento, a nova sede “representa a aspiração primeira dos servidores, que agora ocupam um espaço condizente com a importância do que realizam. É um ambiente que propicia o trabalho”. Ele explicou que o local é quatro vezes maior que o antigo, que funcionava à Rua Frei Gaspar, na direção da Rua XV de Novembro, no Centro de Santos.
A Tribuna
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