LEGISLAÇÃO

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

COMÉRCIO EXTERIOR - 15/08/2011

Empresas do Brasil compram menos no exterior
As empresa brasileiras reduziram em 70% o volume de dinheiro que gastaram com compras de companhias estrangeiras no primeiro semestre deste ano. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) nesta quinta-feira (11), o valor estava em R$ 42 bilhões no primeiro semestre do ano passado e recuou para R$ 12,3 bilhões. O número de aquisições diminuiu de 22 para 16.

Segundo o presidente do Subcomitê de Fusões e Aquisições da Anbima, Bruno Amaral, a primeira metade do ano passado foi atípica. "Retornamos para a média do que sempre foi a participação de brasileiras comprando estrangeiras", afirma. No começo de 2010 aconteceram várias grandes operações, como a compra de participação na empresa de cimentos Cimpor pela Camargo Corrêa, aquisição de participação pelo Banco do Brasil no Banco da Patagônia, da BM&F Bovespa na Bolsa de Chicago e a Weg assumiu o controle da mexicana Voltran.

Amaral alerta, no entanto, que o que está acontecendo lá fora atualmente - crise recente nos mercados europeus e norte-americano - pode aquecer novamente as compras de brasileiras no exterior, já que as estrangeiras devem ter depreciação de valores. "Elas podem se tornar atrativas", afirma, a respeito de um possível movimento no segundo semestre deste ano. A mesma crise também poderá fazer com que multinacionais que têm operações no Brasil queiram se desfazer de ativos no País para compensar problemas nas outras praças.
O grande movimento, em fusões e aquisições no Brasil, no começo deste ano, ficou por conta das companhias brasileiras que fizeram negócios entre si. Elas responderam por 41,3% das operações, com R$ 31,1 bilhões, enquanto aquisições entre empresas estrangeiras (quando uma estrangeira negocia a participação de outra estrangeira em empresa brasileira) ficaram com 17,1%, com R$ 12,9 bilhões, e aquisições de brasileiras por estrangeiras em 25,2%, com R$ 19 bilhões. As compras de estrangeiras por empresas nacionais responderam por 16,7%.
No total, houve recuo no volume movimentado em fusões, aquisições, oferta pública de aquisição de ações (OPAs) e reestruturações societárias no primeiro semestre deste ano no Brasil. Enquanto no começo de 2010 o movimento ficou em R$ 91,7 bilhões, no mesmo período deste ano não passou de R$ 75,3 bilhões. De acordo com Amaral, essa queda aconteceu porque o primeiro semestre de 2010 foi recorde. "De forma surpreendente, o primeiro semestre deste ano foi forte em fusões e aquisições", afirma.
O setor de telecomunicações foi destaque no período, com 45% do valor das operações. Isso, de acordo com Amaral, reflete a continuidade das operações já ocorridas no segmento em 2010, que tiveram movimento forte. O setor de recursos naturais (óleo, gás, mineração) respondeu por três das maiores operações; o financeiro foi o responsável por outras três das maiores; e o segmento de energia elétrica por duas das dez maiores.
Amaral afirma que não é possível prever se será mantido, no segundo semestre deste ano, o mesmo ritmo de queda em fusões e aquisições, mas diz que a crise internacional - se não tomar dimensões muito maiores e se prolongar muito - não deve ter influência significativa no segmento. Isso porque fusões e aquisições são estratégias de longo prazo. "No dia a dia não há impacto muito grande como nas bolsas de valores", afirma o presidente do subcomitê, a respeito do movimento já observado no setor neste começo de crise.
Agência Anba



Importação de químicos soma US$ 3,7 bi em julho
As importações brasileiras de produtos químicos totalizaram US$ 3,7 bilhões em julho, o maior volume de negócios em 2011, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O volume foi 22,8% superior ao total importado em julho do ano passado e 1,2% maior do que em junho deste ano.
As exportações, por sua vez, alcançaram US$ 1,6 bilhão no mês. "É a primeira vez que esse valor é atingido em um único mês", destacou a entidade. O resultado representa uma expansão de 45,8% em relação ao mesmo período de 2010 e 23,8% maior do que em junho deste ano.
A despeito da recuperação das vendas externas da indústria brasileira no mês passado, o déficit comercial do setor químico voltou a crescer e já alcança US$ 13,8 bilhões no acumulado dos sete primeiros meses de 2011. O resultado é 29% superior ao reportado no mesmo período de 2010.

As exportações entre janeiro e julho cresceram 23,2%, para US$ 9 bilhões, ante uma expansão de 26,7% nas importações, com um total de US$ 22,8 bilhões. Em volume, as importações cresceram 30,5% para 19,3 milhões de toneladas e as exportações tiveram alta de 7,9% para 7,8 milhões de toneladas.

Os produtos químicos mais importados pelo Brasil foram os intermediários para fertilizantes, que responderam por 19% do total das compras realizadas até julho ou US$ 4,3 bilhões. As resinas termoplásticas, com vendas de US$ 1,4 bilhão, permaneceram como o principal item da pauta de exportação de produtos químicos do País, respondendo por 15,6% do total das vendas externas.
Agência Estado




País importará 1,5 bi de litros
Para não faltar etanol anidro, que é misturado à gasolina, o Brasil terá que importar, neste ano, 1,5 bilhão de litros do combustível. Desse total, 311 milhões de litros já foram importados. A estimativa é do presidente da consultoria Datagro, Plínio Nastari. Caso contrário, ele diz, as usinas terão que desidratar álcool hidratado para transformá-lo em anidro. "Numa operação mais dispendiosa e cara", afirmou.

Para o consumidor não haverá benefícios. O professor titular da Faculdade de Economia da USP, Marcos Fava Neves, disse que a importação dos Estados Unidos por empresas brasileiras é para dar cobertura à gasolina. No ano que vem, Fava Neves admite que o cenário pode ser até pior. "Podemos ter até 2 bilhões de litros importados, pois teremos mais 3,5 milhões de carros novos rodando", disse o professor.
De acordo com Júlio Maria Borges, da Job Consultoria, a importação está acontecendo neste ano porque o preço do álcool está alto. "Na região Nordeste, por exemplo, todo o abastecimento de álcool é importado", informou Borges. Para ele, o preço do açúcar alto e a disponibilidade de cana-de-açúcar baixa dão uma conjugação que permite importar álcool.

O presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Luiz Custódio Cotta Martins, também está esperando a importação de 1,2 bilhão a 1,4 bilhão de litros de etanol anidro. "Se fizerem essa importação, não será preciso alterar a mistura de 25% do anidro na gasolina. Se não conseguirem, terão que mexer na mistura", afirmou Luiz Custódio.

O presidente da Siamig informou ainda que a Petrobras vai ter que importar 6 bilhões de litros de gasolina até março do ano que vem. "A Petrobras está perdendo R$ 0,30 em cada litro de gasolina importada porque está comprando mais caro a gasolina lá fora e vendendo mais barato no Brasil para manter a inflação sob controle", afirmou Luiz Custódio. A reportagem procurou a Petrobras, mas não obteve resposta.

Ontem, a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) divulgou nova estimativa de moagem de cana na região Centro-Sul do país para a safra 2011/2012 para 510,24 milhões de toneladas, uma queda de 8,39% sobre o valor final da safra 2010/2011 que foi de 556,95 milhões de toneladas. "Os dados levantados em julho mostram que a geada e o florescimento da cana impactaram a produtividade agrícola do canavial com maior intensidade do que havíamos inicialmente previsto", explicou o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua.

As exportações de açúcar, de acordo com levantamento da Unica, deverão atingir 22,32 milhões de toneladas nesta safra. Já as exportações de etanol devem apresentar uma queda de 23,60% em relação ao volume se observado no último ano, totalizando 1,35 bilhão de litros na safra 2011/2012. O diretor da Unica, Antonio de Padua, disse que a maior parte das exportações refere-se a negócios fechados no passado e que precisam ser cumpridos nesta safra. A alta será na produção de anidro, que crescerá 9,80%.
O Tempo - MG




Importados já abastecem 23% do mercado interno
O coeficiente de importação, que mede a participação dos produtos importados no consumo interno do país, alcançou 22,9% no segundo trimestre do ano e atingiu seu maior nível histórico, com alta de 2,2 pontos percentuais sobre mesmo período de 2010, informou ontem a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Em relação ao primeiro trimestre, sem ajuste sazonal, o avanço foi de 1,3 ponto percentual. O coeficiente é calculado pela entidade desde 1997.

O coeficiente de exportação, que mede a fatia das exportações sobre o total produzido no país, também subiu 2,2 pontos percentuais no segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a 19,9%, ainda abaixo do nível pré-crise, de 20,8%, no segundo trimestre de 2007. Em comparação aos primeiros três meses do ano, a alta é de 2,4 pontos percentuais.

A Fiesp alerta, no entanto, que 45% do crescimento do coeficiente de exportação se deve ao desempenho de apenas dois setores: as indústrias extrativas, como minério de ferro e petróleo, e a de equipamentos de transporte, devido às plataformas de petróleo - que não são exportações efetivas, já que são considerados exportados do ponto de vista fiscal para ter isenção de impostos, mas fisicamente operam no país.

Dos 33 setores analisados, 18 tiveram aumento do coeficiente de exportação e 15, queda. As maiores altas foram em outros equipamentos de transporte (19,7%), máquinas e equipamentos para indústria extrativa mineral e construção (9,3%), ferro-gusa e ferroligas (6%) e metalurgia (5,3%). Os maiores decréscimos ocorreram em aeronaves (-11,7%), preparação de couro e seus artefatos (-3,3%), material eletrônico e aparelhos de comunicação (-3,1%) e produtos diversos (-2,8%).

Nas importações, 28 dos 33 setores tiveram alta e apenas cinco, queda - equipamentos de instrução médico-hospitalar (-10,4%), aeronaves (-3,9%), siderurgia (-3,4%), produtos farmacêuticos (-2,3%) e fundição e tubos de ferro e aço (1%). Os avanços mais expressivos foram em máquinas e equipamentos para indústria extrativa mineral e construção (11%), tratores e máquinas para agricultura (8,8%), máquinas e equipamentos para fins industriais e comerciais (7,5%) e outros equipamentos de transporte (6,5%).

Segundo o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Roberto Giannetti, o crescimento do consumo de bens no mercado brasileiro tem sido em grande parte apropriado pelas importações, que estão ganhando a preferência do consumidor. Para ele, apenas parte do problema da competitividade da indústria está no câmbio. "Temos uma estrutura tributária também perversa."
Valor Econômico


Apreciação cambial anula tarifas de importação, segundo o Ipea
Estudo recomenda criação de um mecanismo para neutralizar efeitos do câmbio nas tarifas.

Os altos níveis de “desalinhamentos cambiais” promovidos por vários países com forte peso no comércio mundial acabam provocando efeitos mais relevantes sobre o comércio internacional do que a cobrança de tarifas de importação, aponta estudo divulgado hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), intitulado “Impactos do câmbio nos instrumentos de comércio internacional: o caso das tarifas”.

— Diante da realidade da prática de desvalorizações cambiais, é fundamental que se negocie a criação de um mecanismo para neutralizar os efeitos do câmbio nas tarifas, ou algo como tarifas ajustadas ou compensatórias, que, quando efetivamente aplicadas, possibilitariam a manutenção do acesso a mercados originalmente negociados — avalia o estudo.

O Ipea fez uma análise, em conjunto com a Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), na qual aponta que a moeda brasileira em 2010 estava 30% valorizado em termos reais ante o dólar. Com este nível de apreciação do câmbio, as tarifas comerciais médias consolidadas, que oscilam de 12% a 50%, na prática passam a variar de -22% a 5%, e a grande maioria é de valores negativos. No caso das tarifas médias aplicadas, que vão de 0% a 22%, elas caem e passam para um intervalo negativo de -14% a -30%.
— A valorização cambial do Brasil, nos níveis considerados de 30%, significa não só a anulação das tarifas consolidadas na Organização Mundial do Comércio (OMC) como incentivo às importações do país, porque reduzem as tarifas aplicadas a níveis negativos — ressalta o documento.

Conforme o estudo, os efeitos do desequilíbrio cambial devem ser analisados não só sobre tarifas, mas também em vários outros instrumentos de defesa comercial, como ações antidumping, salvaguardas e medidas compensatórias. O documento salienta que o câmbio atinge o mecanismo de solução de controvérsias, quando retaliações são autorizadas sob forma de elevações dos níveis das tarifas.

O estudo afirma que, com a adoção do conceito de “tarifas ajustadas para os efeitos cambiais”, os membros da OMC poderiam avaliar os níveis reais de abertura comercial dos países membros. Conforme o Ipea, por outro lado, somente com a introdução de tarifas compensatórias é que os países membros teriam respeitado o nível de acesso ao mercado negociado nas rodadas comerciais.
Zero Hora



Brasil quer ampliar investimentos na exportação de pré-sal
Ao inaugurar o terminal multiuso do Porto de Pecém, no Ceará, a presidente Dilma Rousseff disse que o governo continuará fazendo investimentos para que o Brasil se torne exportador de produtos com valor agregado.

Dilma ressaltou que diante da perspectiva de grande produção de petróleo, com a exploração das reservas do pré-sal, é inadmissível que o Brasil se torne apenas um exportador de óleo bruto.
"Nosso país não pode ser exportador de óleo bruto. Tem que ser exportador de produtos com valor agregado", disse a presidenta.
Dilma reiterou que, diante da crise, o Brasil será capaz de gerar oportunidades internas e voltou a criticar o comportamento de países do centro do capitalismo, que usaram recursos governamentais para salvar bancos arruinados.
"Em vez de resgatarem as pessoas, resgataram o sistema financeiro. Hoje não entendem por que não conseguem gerar emprego", disse a presidenta. “Isso levou a processos especulativos e ao endividamento das pessoas", ressaltou ela, ao voltar a dizer que o país não entrará em recessão por conta das turbulências internacionais.
Para Dilma, a inauguração do terminal e também de refinarias construídas no Nordeste significa um rompimento da ideia – classificada por ela como atrasada – de que a região não pode ter indústria pesada.

"É contra uma ideia muito forte de que o Nordeste não poderia ter siderúrgica, não poderia ter indústria pesada, que o Nordeste tinha que se conformar em ser o que era. É muito difícil lutar contra a inércia. Isso aqui é uma vitória contra inércia. É uma vitória contra armadilha de submissão ao pensamento que não olhava para a questão regional do país."
Além do terminal, a presença de Dilma no Ceará marca o início das obras de uma siderúrgica integrada ao porto. A presidenta também participa hoje, à tarde, da inauguração de uma policlínica no município de Pacajus.
Portos e Navios 

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