LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

PORTOS E LOGÍSTICA - 25/08/2011

A volta dos porta-contêineres
O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Fernando Fialho, afirma que, além de investir no fortalecimento da navegação entre portos nacionais - cabotagem - os armadores brasileiros não devem abrir mão do sonho de voltar aos portos do mundo.

- Não é admissível que um país que caminha para ser a sétima economia do mundo não tenha sequer um navio nos portos internacionais - comenta Fialho, lamentando haver alto déficit anual de fretes. O dirigente admite que o país não se preparou para permanecer na navegação internacional, após o êxito obtido na década de 1980, quando o Brasil chegou a reter 40% dos fretes gerados pelo comércio.

- Não tenho dúvidas de que um dia os navios verde e amarelos voltarão ao exterior. A política do governo é a de reforçar a cabotagem e abrir espaços para o retorno ao longo curso - disse Fialho, que elogiou o sistema das Empresas Brasileiras de Navegação (EBNs), através do qual a Petrobras estimula empresas privadas brasileiras - tanto de capital nacional como estrangeiro - a encomendarem navios no país e operarem com tripulação nacional.

Admite Fialho que, hoje, entrar na navegação internacional é mais difícil do que há algumas décadas, pois empresas européias tradicionais, além de disporem de alta tecnologia, se aglutinaram, formando oligopólios, difíceis de serem vencidos.

- A política brasileira é a de garantir a cabotagem e, depois, partir para pegar uma fatia em comércio exterior- disse Fialho.

O Governo também pensa na navegação interior. Nos próximos meses, as eclusas de Tucuruí permitirão operação regular ao Rio Tocantins, o que propiciará enorme benefício a produtores agrícolas do Centro-Oeste, para escoamento de cargas pelo Norte do país.

Revelou que o Ministério dos Transportes deverá fazer a derrocada do Pedral do Lourenço, um acúmulo de rochas que ainda prejudica a navegação pelo Tocantins, mesmo após a inauguração das eclusas.

Admitiu que as três novas obras hidrelétricas não terão eclusas - Belo Monte, Santo Antonio e Jirau - mas disse que convencer as autoridades de energia é um desafio. Só que, nos últimos tempos, a Antaq conta com apoio da Agência Nacional de Águas (ANA).

- O país tem de entender que o regime de águas é integrado. A água tanto serve para gerar energia, como para suprir a população e como para a navegação interior. Esse conceito terá de ser entendido nos próximos anos - disse, lembrando que os Estados Unidos usaram o Rio Mississipi para ganharem poder de competitividade no agronegócio e o Brasil tem de seguir esse bom exemplo com a sua navegação interior.
- O uso múltiplo das águas será uma realidade, queira-se ou não - concluiu.

Após uma recondução, Fialho não poderá ser reeleito e terá de deixar a Antaq em fevereiro de 2012.
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Chuva trava embarques de açúcar em Santos e em Paranaguá
O tempo chuvoso em algumas localidades das regiões Sul e Sudeste vem paralisando os embarques de açúcar nos portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR), os dois que mais movimentam a commodity no país.
De acordo com a SA Commodities, que atua em parceria com a Unimar no ramo do agenciamento marítimo, praticamente desde a última sexta-feira não há embarques do produto nos dois portos.

A situação, no entanto, não causa grandes filas de navios, se comparado com o ano passado, diz Nicolle Monteiro de Castro, da SA Commodities. No Brasil há 60 embarcações - entre as que aguardam ou estão agendadas para chegar até 2 de setembro - para embarcar 1,858 milhões de toneladas de açúcar, sendo que 58 embarcações nos portos de Santos e de Paranaguá.

Na mesma época do ano passado, esse número era de 113 navios em todo o país e com um volume de 3,460 milhões de toneladas de açúcar a serem embarcadas.

Nicolle explica que em agosto deste ano a demanda mundial pelo açúcar brasileiro está menor do que em igual mês de 2010 por causa do preço mais elevado da commodity, mas também devido à ocorrência do Ramadã (jejum islâmico) neste mês, o que fez que o pico da demanda se transferisse para julho, ou seja, um mês antes. “No ano passado, o Ramadã foi em setembro e, portanto, em agosto houve uma grande procura pelo açúcar”, explica.
Portos e Navios

 

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