Porto de Vitória se reinventa e cresce 40%
Mesmo com vários e antigos problemas de infraestrutura que limitam a ampliação das operações, o Porto de Vitória foi, entre os terminais públicos do país, o que registrou maior crescimento na movimentação de cargas no primeiro semestre deste ano.
Dados da Gerência de Estudos e Desempenho Portuário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) apontam crescimento de 40,9% na movimentação de cargas neste semestre, em comparação ao mesmo período de 2010.
Nos primeiros seis meses do ano o porto movimento 3,746 milhões de toneladas, contra 2,786 milhões de toneladas de cargas em 2010. Os bons resultados do comércio exterior, segundo o presidente interino da Companhia Docas, Hugo José Amboss, motivaram o crescimento expressivo na movimentação de cargas no porto.
Aliado a essas operações está o conjunto de ações adotadas pela diretoria da Codesa nos últimos anos. Uma dessas medidas foi a abertura de espaço para as operações ligadas à indústria petrolífera, que já respondem por mais de 20% da receita da companhia. "Temos plantado algumas sementes nos últimos anos e agora começamos a colher os frutos", enfatiza.
Veículos
Um dos destaques, no período, foi a movimentação de veículos, que dobrou, saltando de 175 mil unidades, no primeiro semestre de 2010 para 350 mil neste semestre. Os carros da Hyundai, Kia e Renault que chegam às revendas de todo o país tem o Porto de Vitória como porta de entrada,
Mesmo em volume menor, também foram registradas cargas não muito comuns entre as movimentadas no porto. Dentre elas: silicato de magnésio, carvão, brita, concentrado de zinco e amarrados de alumínio.
As cargas, mesmo não estando entre as tradicionalmente movimentadas no porto, são uma demonstração da diversificação das mercadorias. Essa é uma das estratégias para manter o desempenho do porto, caso haja queda na movimentação das cargas tradicionais.
O real valorizado frente ao dólar estimulou as importações e a recuperação das economias dos mercados compradores das commodities produzidas no Estado contribuiu para o incremento das exportações. Esse quadro favorável ao comércio exterior teve reflexo positivo na movimentação de cargas no Porto de Vitória.
O resultado obtido no semestre levou a diretoria da Codesa a projetar crescimento de 20% na movimentação de cargas neste ano. Se a meta for atingida, no fechamento do ano o volume de cargas movimentadas ficará na casa dos 8,4 milhões de toneladas.
Alcançar esse volume, entretanto, vai depender do comportamento da crise que está provocando retração nas economias dos Estados Unidos e de importantes países da zona do euro. Se piorar, a tendência é de redução da atividade.
Sinalização garante porto 24h
Parte dos gargalos do Porto de Vitória começa a ser solucionada nas próximas semanas, informa o presidente interino da Companhia Docas (Codesa), José Hugo Amboss. Com isso, aumentará a eficiência do porto.
Na próxima sexta-feira, dia 2, será assinada a ordem de serviço para a implantação da sinalização náutica. Serão colocados mais sinais luminosos e mais bóias para aumentar a segurança da navegação. Com isso o porto funcionará 24 h para a entrada e saída de navios.
As obras de contenção e ampliação do Cais de Vitória, devem começar no final de setembro. O Tribunal de Contas da União (TCU) está analisando o termo de ajuste dos preços e assim que sair o parecer a obra poderá começar. Já o novo edital para a dragagem do porto, um problema que se arrasata, deve ser lançado no próximo mês.
Portos e Navios
Porto se prepara para exportar minério
A movimentação de operários na área de estocagem, bem como o monte de cor escura e reluzente que se avoluma no pátio, dão mostras de que o Porto de Natal se prepara para uma nova fase. Dentro de um mês, as operações de exportação no terminal marítimo - antes restrito ao escoamento de produtos, como frutas e camarão - se abre para um novo mercado: o de minério de ferro. O metal, que teve pujança na década de 1980 na economia potiguar, retoma as atividades agora por outra via. A partir da segunda quinzena de setembro, previsão para a saída da primeira carga, a Susa Minerações passará a usar o terminal para enviar aproximadamente 120 mil toneladas, em refino e à granel, somente este ano, para a China.
Adriano AbreuPrimeira remessa do produto já está estocada no Porto de NatalPrimeira remessa do produto já está estocada no Porto de Natal
A empresa instalada em Cruzeta, com participação de um grupo indiano , tem um plano de exportações que prevê para 2011 três carregamentos com 40 mil toneladas cada. Para 2012, a previsão é de seis carregamentos com cerca de 65 mil toneladas cada. Até atingir, a partir de 2013, 1 milhão de toneladas ao ano, com saídas mensais. "Tudo isto está condicionado ao projeto de dragagem e ampliação do Porto de Natal", diz o diretor operacional da Susa Mineração José Fonseca Rabelo de Oliveira.
O Diretor-Técnico Comercial da Companhia das Docas do Rio Grande do Norte (Codern) - responsável pela administração do porto - Hanna Safieh, explica que o fluxo não pode ser maior devido às limitações para atracação de navios. Para receber mais de uma embarcação - do tipo Panamá, com capacidade para 65 mil toneladas - é necessário viabilizar o projeto de construção de um segundo porto na margem esquerda do Rio Potengi. "A nossa dificuldade é ter uma retroárea reduzida, o que comporta apenas um navio por mês", diz.
A preferência pelo Porto de Natal representa economia nos custos de operação e transporte, explica Fonseca. Até 2009, outra mineradora em operação no estado, a Mhag, usava o Porto de Suape, em Pernambuco, para escoar sua produção para o exterior. "Há uma melhor localização geográfica de Natal. A distância até Pernambuco demandaria maior investimento de tempo e capital, aqui ganhamos nos dois pontos, além de mostrarmos nossa confiança no projeto de expansão do Porto", disse Fonseca. A produção vem de carretas de Cruzeta para Natal.
O que é considerado um "voto de credibilidade", para o grupo de capital brasileiro-indiano, para a direção da Codern, é o início de uma operação que irá movimentar a economia do estado. "Teremos crescimento no número de postos de trabalho nas minas, no setor de transportes, manutenção, até a geração de receita para os operadores portuários, o próprio Porto, além de incrementar a arrecadação do Estado", observa Safieh. A saída da embarcação depende da construção de um carregador de navio - equipamento usado para levar os blocos de ferro da esteira até o porão do navio. O equipamento é construído pela operadora portuária Superservice e a mineradora e terá capacidade de 1,2 mil tonelada por hora.
Exportação deve estimular a atração de novos investimentos
O início das operações para exportação do minério do ferro a partir do próximo mês, via Porto de Natal, aumenta o potencial de incremento na geração de renda e empregos do Estado, mas não é só isso.
Na avaliação do professor de Comércio Exterior da UnP e da Estácio, Otomar Lopes Cardoso Júnior, o novo uso do terminal demostra a capacidade de adaptação a diferentes demandas, o que contribui para a atração de novos mercados e investimentos. "Essa versatilidade abre um um canal a mais a ser explorado e que fortalece a economia do Estado", disse.
A expectativa é que investidores de outros segmentos - como o tungstênio e o granito se voltem para a capital - como porta de saída de produção para outras partes do mundo. O grupo indiano que tem participação na Susa Mineração prevê ainda para este ano o início de operações para a exportação de caulim extraído de Currais Novos, antecipou o diretor operacional da Susa Mineração, José Fonseca Rabelo de Oliveira.
Por ser de pequeno porte, em relação a portos como o de Santos, São Paulo, lembra Otomar Lopes, o tráfego é mais rápido, impedindo os eventuais congestionamentos de embarcações na área de embarque e desembarque que acabam por encarecer os custos de produção.
Para Fábio Rodamilans, coordenador de recursos minerais da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec), o primeiro carregamento insere o Rio Grande do Norte na rota internacional de exportação de minérios e deve atrair investidores de grande porte para o Estado.
"Natal terá a maior capacidade de operação para abastecimento do que os Portos de Suape (PE) e Pecém (CE)", avalia o executivo da Susa, José Fonseca Rabelo de Oliveira.
Portos e Navios
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