LEGISLAÇÃO

sexta-feira, 16 de abril de 2010

LOGÍSTICA E PORTOS

Keppel Signmarine amplia estaleiro em SC
Leonel Pavan, governador de Santa Catarina, comprometeu-se em acelerar os investimentos em infraestrutura na região do porto de Navegantes

A Keppel Singmarine, grupo de Cingapura, vai investir US$ 50 milhões para ampliar as operações do estaleiro TWB em Navegantes, em Santa Catarina. Com o aporte, a produção da empresa deve triplicar nos próximos dois anos - hoje são fabricadas três embarcações por ano. A operação catarinense será o segundo negócio da Keppel no Brasil. Há 14 anos, a empresa de Cingapura tem uma unidade em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, que fabrica plataformas e embarcações de grande porte.

De acordo com Reinaldo Pinto dos Santos, presidente da TWB, hoje a produção está focada em ferry boats e estruturas de alumínio. Com o investimento, a unidade de Navegantes vai passar a fabricar barcos de apoio offshore e outras embarcações em aço. As embarcações com até 150 metros são usados para transporte de suprimentos e outros equipamentos às plataformas de petróleo.

Com isso, a Keppel mantém as operações no Rio e passa a fabricar embarcações de menor porte no Brasil, a partir de Santa Catarina. A parceria vai permitir que o estaleiro da TWB, hoje especializado em alumínio, fabrique navios de aço. A Petrobras está entre as clientes atendidas pela Keppel em suas operações no Brasil.

O investimento de US$ 50 milhões prevê a modernização da unidade em Navegantes, além de construção de uma nova plataforma, novo cais, entre outras ampliações. A expectativa da Keppel é colocar a nova unidade em operação na metade de 2010. A plena capacidade, ela deve ser capaz de produzir oito embarcações por ano.

Chow Yew Yuen, presidente da Keppel O&M nas Américas, disse que o investimento reforça a estratégia de se colocar próximo ao mercado e aos clientes e complementa a BrasFELS, em Angra dos Reis, oferecendo uma plataforma completa de produtos para o setor de óleo e gás. No comunicado, divulgado no site da empresa, Yuen destaca os planos da Petrobras para expandir as operações e fretar 147 embarcações offshore construídas no Brasil pelos próximos cinco anos. "Para isso, vamos trazer nossa expertise em construção naval às portas do Brasil para suprir essa demanda robusta por embarcações de apoio naval." Na primeira fase, serão gerados 500 empregos diretos. Hoje, a TWB tem 200 empregados em Navegantes.

Além da operação em Santa Catarina, a TWB é concessionária de transporte marítimo na Bahia e detém outro estaleiro no Guarujá (SP), hoje usado para reparos das embarcações em operação. Para este ano, o estaleiro de Navegantes deve fabricar uma segunda unidade do ferry boat "Ivete Sangalo", feito em alumínio e usado no transporte marítimo na Bahia, além de um rebocador e uma balsa oceânica, que serão entregues a Tranship, empresa brasileira de navegação, ainda este ano.

O anúncio do investimento foi marcado por um ato que contou com a presença do governador de Santa Catarina, Leonel Pavan, e o embaixador de Cingapura no Brasil, Choo Chiau Beng. O governo de Santa Catarina se comprometeu em priorizar o andamento das obras da Via Portuária, que liga a BR-470 ao Porto de Navegantes - tem cerca de 1,8 mil metros.
Valor Econômico/ Júlia Pitthan, de Itajaí (SC)



Paraná armazena soja no terreiro
Safra recorde excede capacidade de armazéns e exige soluções alternativas para estocar a produção de grãos. Entre soja e milho, estado deve colher 25 milhões de toneladas

O gargalo logístico com a falta de armazéns se voltou com toda força contra a agricultura do Paraná nesta safra. Chegou-se ao limite de espaço num momento em que 2 milhões de toneladas de milho e soja – 10% da produção prevista – ainda estão por colher. As dificuldades começaram pelo Sudoeste e pelo Oeste, onde a colheita ocorre primeiro, e agora se estendem a todas as regiões. Para não deixar a produção ao relento, o setor improvisa abrigos e dá corda ao escoamento.

A colheita farta, a comercialização atrasada, o ritmo lento no Porto de Paranaguá, estoques remanescentes de trigo, milho e feijão, tudo contribuiu para superlotar os armazéns, sabidamente deficitários. Foi necessário tirar as teias de aranha de barracões desativados, alugar instalações que serviam para depósito de máquinas e estender lonas em pátios de manobras.

O estado mantém a maior estrutura de armazenagem do país. O setor ampliou a capacidade estática de 24,5 milhões para 26 milhões de toneladas nos últimos meses. Mas isso fez pouca diferença. O fato é que o agronegócio não vem conseguindo ampliar os armazéns na mesma medida do crescimento da produção. E o problema ameaça se repetir em 2010/11, já que a armazenagem ainda vai carregar o aumento de 23% previsto para o milho segunda safra, em desenvolvimento. As exportações do cereal não estão seguindo o compasso esperado pelos produtores.

Caso emblemático é o da Coopavel (Cascavel, Oeste), que tem 30 mil toneladas de grãos acumuladas debaixo de lonas e em espaços improvisados – 4,3% de sua capacidade de armazenagem. O volume que excede a capacidade dos armazéns já foi de 45 mil toneladas, o suficiente para encher mil caminhões. “Precisamos de linha de financiamento a juro reduzido para que haja mais investimento em armazéns”, argumentou o presidente da cooperativa, Dilvo Grolli.

Uma das primeiras cooperativas do estado a enfrentar o problema foi a Coasul (São João, Sudoeste), que há um mês recorreu a instalações de terceiros abandonadas. Ontem, os oito barracões alugados mantinham 18 mil toneladas de grãos – 8% da capacidade própria. Como vem ampliando o número de cooperados, a empresa tem pressa em construir armazéns. “Vamos ter que fazer. Vamos sentar com o pessoal do planejamento para definir o tamanho e a localização”, disse o gerente técnico, Paulo Roberto Fachin.

O problema não se deve apenas à produção elevada e à falta de armazenagem, afirma o gerente técnico e econômico das cooperativas do Paraná, Flávio Turra. “Temos um represamento da comercialização, principalmente de milho, devido aos preços abaixo do custo.” O cereal é vendido a R$ 14 a saca no Paraná, R$ 3 a menos que o preço mínimo.

Por outro lado, Turra considera que o quadro força o setor a manter o volume de investimento de 2009 em armazenagem, apesar da previsão de queda de mais de 20% na receita com grãos em 2010. A estimativa é que R$ 300 milhões sejam destinados pelas cooperativas à construção de armazéns agrícolas neste ano. O valor foi de R$ 100 milhões em 2006 e vem crescendo gradualmente.

Dilvo Grolli: “Precisamos de financiamento para mais investimento em armazéns."
Safra cheia no estado e no país
A safra de soja atual é apontada como a maior da história no Paraná. São 13,86 milhões de toneladas, apurou a Expedição Safra RPC – volume 38% maior que em 2008/09. No milho o avanço verificado no verão foi de 4,2%, para 6,77 milhões de toneladas. Se o produtor tivesse apostado mais no cereal do que na soja, o problema da falta de armazenagem seria ainda maior – colhe-se o dobro do volume com o milho. Na segunda safra do cereal, o Paraná quer colher 5,6 milhões de toneladas, 23% a mais. Mato Grosso, que tem capacidade de armazenagem similar à do Paraná, também aposta na safrinha e cresceu 4,7% na soja, para 18,8 milhões de toneladas. Em âmbito nacional, a soja avançou 17%, a 67 milhões de toneladas, e o milho de verão se manteve em 33 milhões de toneladas.

Estoques esperam preços melhores
Antigos barracões usados para armazenar café e instalações arrendadas socorrem os produtores de grãos que enfrentam falta de espaço de armazenagem no Noroeste do estado. A Cocamar, de Maringá, tem capacidade para receber 600 mil toneladas de grãos e, mesmo assim, precisou alocar 50 mil toneladas de soja em espaços alternativos, relata o superintendente comercial, José Cícero Aderaldo.

Nova safra
EUA recuperam atraso no plantio

O ritmo do plantio de milho nos Estados Unidos caiu ligeiramente na comparação com a médias dos últimos anos, mostra relatório do Departamento de Agricultura, o USDA. No entanto, as previsões climáticas agora favoráveis à tarefa indicam que os produtores têm chance de ultrapassar essas médias ainda nesta semana.

Uma avaliação baseada em estatísticas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostra, no entanto, que, só para acompanhar o crescimento da produção de grãos dos últimos 30 anos, o Paraná teria de possuir capacidade de armazenagem 10% maior. O déficit relativo é de 2,6 milhões de toneladas. Em âmbito nacional, a defasagem em três décadas é de 20% – ou 26,1 milhões de toneladas.

Estatísticas mascaram o problema

Quem compara a capacidade estática de armazenagem com o volume de produção conclui, equivocadamente, que o Paraná e o Brasil têm silos e barracões para guardar perto de uma safra de milho e soja. Os números são realmente próximos. Essas duas culturas representam mais de 80% da produção de grãos e, como boa parte da colheita é escoada rapidamente, o espaço seria adequado. No entanto, é preciso considerar que só parte dos armazéns é destinada à recepção dos grãos. Boa proporção fica distante e serve exclusivamente indústrias e portos, explica o especialista Eugênio Stefanelo, técnico da Conab.

Ele frisa ainda que perto de 30% da capacidade dos armazéns mais próximos das áreas produtivas são ocupados com produtos diversos como alimentos em fardos, e não com grãos. E que jamais se consegue aproveitar 100% da capacidade dos armazéns, porque não se pode misturar um produto ao outro e, em geral, qualquer grão – soja, milho ou trigo – é segregado em pelo menos dois tipos.

Soma-se a isso o fato de a concentração de barracões não corresponder ao volume de produção de cada região. Não vale a pena transportar grãos para regiões mais distantes dos portos. Neste ano, os produtores do Paraná recorreram a armazéns da região de Ponta Grossa, onde agora também há problema de falta de espaço.

Stefanelo afirma que a razão do gargalo da armazenagem está nas características do próprio sistema. “O primeiro ponto fundamental é que a atividade não é lucrativa.” As cooperativas e produtores constroem armazéns quando têm certeza de que haverá aumento na colheita. A segunda questão determinante, aponta o técnico, é o fato de o setor não estar ampliando a capacidade de armazenagem estática na mesma proporção em que eleva a produção. O passo é mais curto tanto no estado quanto no país.

“Considera-se que, num país em desenvolvimento, a capacidade estática de armazenagem ideal é de uma vez e meia o volume da safra de grãos. No Brasil, estamos produzindo 146 milhões de toneladas em 2009/10. São 10 milhões de toneladas a mais do que podemos guardar”, afirma. Para chegar a essa situação ideal, o Brasil precisa ampliar seus armazéns em 60% e o Paraná em 73% cobrindo, assim, déficits de 84 milhões e 19 milhões de toneladas.
Gazeta do Povo (RS)



Gerenciamento de risco será tema de seminário em São Paulo
Executivos se reúnem para discutir os novos rumos e soluções para roubos de cargas, telemetria e logística no dia 28 de abril

O mercado de monitoramento e rastreamento tem crescido rapidamente no Brasil, para falar sobre as novidades e tendências setoriais, acontecerá o II Seminário de Gerenciamento de Riscos, dia 28 de abril no Bourbon Convention Ibirapuera, em São Paulo. Na ocasião, serão realizadas palestras especiais sobre o tema “Como a tecnologia embarcada pode melhorar a logística e diminuir os riscos”

O evento é voltado a profissionais do setor de tecnologia embarcada para gerenciamento de risco e logística, nas áreas de transportes, seguradoras, consultorias, engenharia, operações, controle e auditoria interna, recursos humanos, qualidade e segurança pública e privada.

O painel “Readequação do Selo Gristec de Certificação/Qualificação” será um dos destaques do dia. Com apresentação feita por André Garrido dos Santos, da Tracker do Brasil, a palestra abordará as iniciativas que a Gristec tomou para agrupar e consolidar as melhores práticas de certificações existentes no mercado e ao mesmo tempo coletar sugestões de qualificações.

Os executivos Evandro Pamplona Vaz, presidente da GV Gerenciamento de Riscos; Cláudio Bulgarelli, gerente de parcerias da Onixsat; Alfredo Chaia, Loss Control Manager da Chartis Seguros; Felipe Vagner, diretor comercial da Trade Vale Seguros; Marcelo Leonardi, diretor de logística da Basf S/A; Guilherme Brochmann, coordenador de risco da Oper Logístico; Fernando Pacheco Fenseg, coordenador do grupo de trabalho de gerenciamento de riscos de transportes do Comitê GP – Fenaseg; e Celina Almeida, consultora do Instituto Totum, serão os debatedores da palestra.

O seminário é uma realização da GRISTEC, em parceria com a revista e portal InfoGPS, da editora MundoGEO, dos portais UOL e Apontador
MapLink, além de contar com apoio da Agência Segnews, Associação Brasileira dos Profissionais em Segurança Orgânica (ABSO), Guia do Transportador, TAPA Brasil, revista Cobertura e do portal Transporta Brasil. O patrocínio do seminário fica por conta das empresas GV, Buonny e 3S.

Evento: II Seminário de Gerenciamento de Riscos
Local: Bourbon Convention Ibirapuera
Endereço: Av. Ibirapuera, 2927/2907 – Moema – São Paulo
Data: 28 de abril de 2010
Horário: das 9h às 17h
Investimento: R$249 (até 26 de março) / R$299 (até 27 de abril) e R$349 no dia do evento
Informações e inscrições: (41) 3338-7789 e seminario@mundogeo.com
Portal Transporta Brasil



Azul Cargo projeta atingir 2 mil cidades até o final de maio
Serviço de porta a porta da empresa deve chegar ao final de 2010 com 50 lojas e malha operacional de 2 mil cidades ainda no final de maio

A Azul Cargo, divisão de cargas da Azul Linhas Aéreas, espera fechar o mês de maio atendendo 2 mil cidades com seu serviço porta a porta. Até o fim do ano, a empresa projeta ter 50 lojas. Hoje são 25 lojas. O início de suas operações foi em agosto do ano passado com o atendimento ao transporte de cargas expressas a partir de Viracopos, em Campinas (SP), para Fortaleza (CE), Recife (PE) e Salvador (BA).
Hoje, o braço logístico da Azul já serve a todas as 17 bases operadas pela empresa no transporte de passageiros, além de 1,2 mil cidades do interior, com o serviço de porta a porta na entrega de encomendas. Segundo a Azul Cargo, a carga expressa se beneficia das características da Azul Linhas Aéreas Brasileiras, com diversos voos sem escalas entre cidades brasileiras não atendidas pela malha aérea da concorrência. Para as capitais não atendidas por voos diretos, a Azul Cargo está fechando parcerias nos modais aéreo e rodoviário, de modo a ampliar sua cobertura.
“Em janeiro deste ano, transportamos 37% da carga total doméstica que passou pelo Aeroporto de Viracopos”, disse Maria Fan, gerente da Azul Cargo. A empresa, nos primeiros meses de operação, de agosto a março, transportou 925 toneladas. A carga ocupa os porões das aeronaves Embraer 190 e 195, com capacidade para 1.200 kg de carga.
Por: Leonardo Helou Doca de Andrade - Redação Portal Transporta Brasil

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