LEGISLAÇÃO

terça-feira, 20 de abril de 2010

COMÉRCIO EXTERIOR

China não é uma economia de mercado
Reconhecimento brasileiro respeita critérios políticos e não econômicos.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) tem acompanhado, com preocupação, as práticas econômicas conduzidas pelo governo da China, bem como seus efeitos no comércio internacional e, em particular, no setor industrial brasileiro.

O grau de interferência estatal da China em sua economia demonstra que o país não opera em condições predominantes de livre mercado, conforme se tem verificado em inúmeras investigações de defesa comercial pelo governo brasileiro, e também por outros importantes atores internacionais, como os Estados Unidos, a União Européia e a Índia.

A intensidade da intervenção governamental chinesa é, particularmente, refletida em sua política cambial. Ao atrelar o yuan aos movimentos do dólar norte-americano e desvalorizar sua moeda artificialmente, a China desloca outros exportadores em terceiros mercados.

Estima-se que a taxa de câmbio chinesa esteja defasada em 40% em relação ao seu valor real de mercado, tendo contribuído para o aumento da participação da China no comércio mundial de manufaturas para 12%, em 2009, contra 4%, em 2001, ano em que o país foi aceito na Organização Mundial de Comércio (OMC).

A indústria brasileira, em especial, tem sido gravemente atingida. As importações provenientes da China avançam cada dia mais sobre o nosso mercado, substituindo bens nacionais, inclusive intermediários — o que fragiliza nossas cadeias produtivas e reduz o valor agregado da produção brasileira. Por outro lado, nossas exportações também têm sido deslocadas em terceiros mercados pelas manufaturas chinesas.

Neste contexto, a FIESP reitera seu posicionamento favorável à manutenção da China como economia que não opera em condições de mercado, conforme permite a Organização Mundial do Comércio (OMC). Este firme posicionamento é fundamental para assegurar a proteção conferida pelos mecanismos de defesa comercial.

Por sua vez, esta federação também entende que o governo brasileiro deve discutir com a China, por ocasião da visita ao Brasil de seu presidente, os efeitos de sua política cambial e a necessidade de incrementar seu valor real em futuro próximo.

A FIESP rechaça a utilização de medidas protecionistas arbitrárias e defende o comércio justo e leal. Segundo Paulo Skaf, presidente da entidade, “a China é um parceiro estratégico para o mundo, devendo assumir suas responsabilidades no equilíbrio da economia internacional”.
revistafatorbrasil.com



Terceira semana de abril tem corrente de comércio de US$ 6,692 bilhões

As empresas brasileiras exportaram US$ 3,292 bilhões entre os dias 12 e 18 de abril, terceira semana do mês. Em cinco dias úteis, esse valor representou uma média diária de embarques de US$ 658,4 milhões. As importações totalizaram US$ 3,400 bilhões, com média diária de US$ 680 milhões.

Na semana, como as importações do período superaram as exportações, foi registrado um déficit de US$ 108 milhões (media diária de menos US$ 21,6 milhões). A corrente de comércio (soma das duas operações) ficou em US$ 6,692 bilhões, o que representou negócios médios diários de US$ 1,338 bilhão por dia útil.
No período, a média diária das exportações ficou 16,1% abaixo do desempenho registrado nas duas primeiras semanas do mês. Nessa comparação, caíram as exportações de produtos das três categorias: semimanufaturados (-26,2%) – principalmente, açúcar em bruto, óleo de soja em bruto, celulose e madeira serrada –, de básicos (-22,6%) – especialmente, soja em grão, petróleo em bruto, minério de ferro, carne de frango e farelo de soja – e manufaturados (-6,8%) – por conta de automóveis, óxidos e hidróxidos de alumínio, açúcar refinado, veículos de carga, laminados planos de ferro e aço e celulares.

As importações, na mesma comparação, cresceram 4,1%, por conta de combustíveis e lubrificantes, equipamentos mecânicos, automóveis e partes, produtos químicos orgânicos e inorgânicos, adubos e fertilizantes, aeronaves e peças, cereais e produtos de moagem.

Mês
A balança comercial brasileira no mês, até o dia 18 de abril, acumula um superávit (diferença positiva entre exportações e importações) de US$ 682 milhões, com média diária de US$ 62 milhões. Esse valor é 66,4% menor que o verificado em abril do ano passado, quando a média diária do saldo comercial brasileiro chegou a US$ 184,7 milhões. Mas, em relação a março de 2010 (média diária de US$ 29 milhões), o desempenho foi 113,5% maior.

No mês, as exportações acumulam US$ 8,003 bilhões, com média diária de US$ 727,5 milhões. Por esse critério, houve evolução de 18,1% sobre a média diária dos embarques brasileiros registrada em abril de 2009 (US$ 616,1 milhões). Cresceram as exportações de semimanufaturados (+39%), devido aos embarques de semimanufaturados de ferro e aço, zinco em bruto, couros e peles, açúcar em bruto e celulose. No grupo dos manufaturados (+18,7%) aumentaram as exportações, principalmente, de suco de laranja, óleos combustíveis, motores para veículos, máquinas e aparelhos para terraplanagem, açúcar refinado e veículos de carga. Já entre os básicos (+12,2%) aumentaram os embarques de petróleo em bruto, carne de frango, café em grão e minério de cobre.

No comparativo com março deste ano – quando a média diária das exportações chegou a US$ 683,8 milhões – as exportações cresceram 6,4%, em virtude do desempenho das vendas de semimanufaturados (+10,6%), de básicos (+8,8%) e de manufaturados (+3,5%).

Nos primeiros 11 dias úteis de abril, as importações totalizam US$ 7,321 bilhões (média diária de 665,5 milhões). Na mesma comparação, as aquisições brasileiras de produtos estrangeiros no período foram 54,3% maiores que as registradas em abril do ano passado – quando a média diária chegou a US$ 431,5 milhões – por conta de combustíveis e lubrificantes (+162,1%), adubos e fertilizantes (+130,4%), siderúrgicos (+107,5%), produtos de borracha (+96,5%) e aparelhos eletroeletrônicos (+50,9%).

Em relação a março de 2010 (US$ 654,7 milhões) as importações cresceram 17%, principalmente, as de fertilizantes (+40,6%), combustíveis e lubrificantes (+23,4%), produtos siderúrgicos (+11,1%), automóveis e partes (+7,7%) e equipamentos eletroeletrônicos (+6,5%).

Ano
No ano, até a terceira semana de abril, as exportações brasileiras acumularam US$ 47,232 bilhões, com média diária de US$ 656 milhões. Também pela média diária, esse desempenho foi 25,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado (US$ 523 milhões).

As importações totalizaram, no mesmo período, US$ 45,658 bilhões, com um desempenho médio diário de US$ 634,1 milhões, valor 38,1% maior que o verificado no mesmo período de comparação (US$ 459,2 milhões).

O saldo comercial, no acumulado do ano, chegou a US$ 1,574 bilhão, com média diária de US$ 21,9 milhões, cifra 65,7% menor que média diária observada no mesmo período de 2009 (US$ 63,7 milhões).
Assessoria de Comunicação Social do MDIC

 

Nenhum comentário: