LEGISLAÇÃO

terça-feira, 9 de março de 2010

EXPORTAÇÃO

Frigorífico é proibido de exportar para a União Europeia
O frigorífico Arantes Alimentos teve suas exportações de carnes para a União Europeia suspensas. A empresa foi autuada pelo Ministério da Agricultura, por falta de um documento que atestasse a origem da carga enviada à Europa.
Este tipo de comprovação da origem da carga é procedimento obrigatório para embarques com destino à Europa, depois que a UE embargou as compras da carne bovina brasileira no início de 2008. O continente voltou a importar a commodity do Brasil meses mais tarde, mas apenas de algumas fazendas auditadas que seguissem as regras de rastreabilidade dos animais.
Este tipo de procedimento é específico para a UE e, de acordo com inspeções feitas nas cargas apreendidas, os produtos estão em bom estado para serem vendidos para outros mercados.
Com informações da Agência Brasil.
Guia Marítimo


Missões Empresariais – Peru e Colômbia iniciam a temporada 2010
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) promovem, de 22 a 25 de março, a Missão Empresarial Colômbia-Peru. O objetivo é ampliar o fluxo comercial e de investimentos entre os países e explorar possibilidades de cooperação entre os setores produtivos de Brasil, Peru e Colômbia.
As inscrições para a missão aos países andinos, o volume e o nível dos candidatos superaram as expectativas iniciais dos organizadores. Foram selecionadas empresas com experiência internacional e potencial exportador dos seguintes setores: casa e construção civil, eletroeletrônico, eletrodoméstico, de máquina e equipamento, químico, automotivo, além da área da saúde. Os setores foram pré-definidos de acordo com estudo de Inteligência Comercial, que avaliou, inclusive, o potencial de negócios.
Para aumentar a possibilidade de retorno do investimento, tanto do Governo quanto das empresas que integram a missão, foram selecionadas somente empresas para as quais foi possível agendar um número mínimo de reuniões em cada país a ser visitado. Dessa maneira, aumentam as chances de que os contatos se traduzam em negócios de fato.
A delegação brasileira chega a Lima, capital do Peru, no dia 22 de março, quando será iniciada a programação oficial que inclui rodadas de negócios, seminários e reuniões da Comissão de Monitoramento do Comércio Bilateral. No dia 24, a comitiva segue para Bogotá, capital da Colômbia, onde também haverá uma extensa programação com reuniões entre os representantes dos setores públicos e privados dos dois países.
Primeira exportação
A Missão Empresarial Colômbia-Peru terá uma novidade. Pela primeira vez, a delegação brasileira contará com a presença de micro e pequenas empresas que fazem parte do Programa “Primeira Exportação” do MDIC.
O Programa “Primeira Exportação” é coordenado pela Secretaria de Comércio Exterior do MDIC e tem o objetivo de promover a inserção competitiva de micro e pequenas empresas brasileiras no mercado internacional. Além disso, o programa acompanha e orienta, em parceria com órgãos e entidades estaduais e municipais todas as ações necessárias para efetivar a primeira exportação dessas empresas.
Informativo secex n. 17


Secex realiza Encomex em Manaus nos dias 8 e 9 de abril
A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) realiza, nos dias 8 e 9 de abril, na cidade de Manaus, capital do Amazonas, a 140ª edição do Encontro de Comércio Exterior (Encomex). O evento será realizado no Studio 5 Centro de Convenções, das 8h às 19h. A participação do público é gratuita e as inscrições podem ser feitas no endereço eletrônico: www.encomex.desenvolvimento.gov.br.
Para os dois dias do Encomex, a organização espera participantes dos sete estados da Região Norte: Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia, Acre, Tocantins e Amapá. A programação do evento prevê duas palestras âncoras, painéis, doze oficinas setoriais e cursos.
Para o dia 8 de abril, o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, e o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro, apresentarão a palestra “A Contribuição das Exportações para o Crescimento Econômico do Brasil”, que abrirá oficialmente o Encomex Manaus. Já para o dia 9 de abril, está prevista a palestra âncora “Evolução da Economia Mundial e Perspectivas para 2010” e os seguintes painéis: “Logística em Comércio Exterior” e “Internacionalização de Micro e Pequenas Empresas”.
O Encomex Manaus integra o programa Cultura Exportadora da Secex e tem o objetivo de ampliar o contato entre a iniciativa privada da Região Norte e as ações de incentivo às exportações do Governo Federal. O evento é promovido pela Secex desde 1997 e já foi realizado em todos os estados brasileiros, contabilizando um publico superior a 80 mil participantes em todo o País. Para o ano de 2010, ainda estão programados eventos em Recife e Porto Alegre.
A edição de Manaus, conta com a parceria da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimento (Apex-Brasil); Banco do Brasil, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa (Sebrae) e Correios.
Serviço:
Evento: Encomex – Manaus/AM
Data: 8 e 9 de abril de 2010
Local: Studio 5 Centro de Convenções
Horário: 8h às 19h
MDIC

Sinop pode "desengavetar" Zona de Processamento de Exportações
Quase um ano depois de interromper as discussões com objetivo de viabilizar a implantação de uma Zona de Processamento de Exportação a maior cidade do Nortão esboça retomar as discussões para tirá-la do papel e viabilizar redução da carga tributária para as empresas exportadoras. Em abril de 2009 o caso foi parar "na geladeira" após os ânimos esfriarem e as conversações serem paralisadas. Na época, representantes de diferentes setores avaliaram não ser viável implantar a ZPE. Agora, o assunto volta à pauta das discussões. Na câmara, uma indicação do vereador Ademir Bortolli (DEM) direcionada ao prefeito Juarez Costa e o diretor de Comércio Exterior do Cecomex em Sinop, Amadeu Rampazzo Júnior, colocou o tema em evidência mais uma vez. O pedido é para que as conversas sejam reiniciadas visando idealizar o projeto.
Oficialmente, o poder público municipal ainda não se manifestou quanto ao assunto. Por outro lado, mesmo Sinop retomando as conversações terá pela frente um concorrente que, oficialmente, passou a integrar o rol de cidades que desejam receber uma ZPE: Sorriso.
O município campeão brasileiro na produção de grãos recebeu parecer favorável da Comissão de Desenvolvimento Regional do Senado com aprovação da criação da zona. Embora este seja um requisito básico do processo e mesmo ainda dependente das demais aprovações pelo Senado, o vizinho já esboça ânimo em pleitear a zona.
Para o diretor de Comércio Exterior do Cecomex em Sinop, Amadeu Rampazzo Júnior, o interesse mútuo das cidades pode dar início a uma "corrida de ouro". "Não cabe a nossa região mais que uma zona de processamento porque não haveria espaço. Agora é uma corrida do ouro. De qualquer forma, as duas serão beneficiadas", declarou, em entrevista ao Só Notícias.
Rampazzo participou dos últimos diálogos em Sinop acerca do projeto de ZPE. O representante é favorável a ideia de viabilizar a zona. "Cabe ao poder público ver a questão do projeto", diz Amadeu. Estima-se que o custo para elaboração da proposta esteja avaliada em pelo menos R$ 300 mil.
Em 2009, quando deixou-se de tratar da ZPE, um novo cenário passou a delinear-se: substituir a ZPE por um porto seco (mais agilidade no desembaraço aduaneiro e regimes especiais). No entanto, a prerrogativa também não avançou. "Seria para complementar. A ZPE já acaba tendo um porto seco embutido mas com foco na exportação. Ela importa matéria-prima para usar naquele espaço industrial. O porto seco pode importar para revender", diz Amadeu.
Nos bastidores, para avançar ou mesmo retomar o processo de discussão acerca da ZPE, Sinop precisará, primeiramente, superar a resistência existente entre os segmentos que dizem não ser mais o projeto viável para a maior cidade da região Norte.
Só Notícias


Mais exportadoras terão benefício
Pacote prevê redução no percentual obrigatório de exportação para que empresa possa obter vantagens fiscais
Maria Cristina Frias, Vinicius Mota

O ministro Guido Mantega (Fazenda) adiantou com exclusividade para a Folha medidas para o pacote cambial que deverá ser anunciado até o final do mês, depois de ser aprovado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Elas estendem benefícios fiscais a um maior número de exportadores e estimulam pequenos e médios empresários que estão no Simples a exportar mais.
Mantega diz que, se Henrique Meirelles sair do Banco Central, a autoridade monetária manterá a mesma política, assim como a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, se eleita, “manteria o [superavit] fiscal, a política monetária, portanto, a inflação sob controle”. Seria “burrice” mudar a política inflacionária, afirma.
“Essa história de mais à esquerda, mais à direita não faz o menor sentido. Por que alguém ia mudar algo que está funcionando bem?” Depois de alfinetar o prefeito Gilberto Kassab pelo aumento de tarifa de ônibus e do IPTU, diz que não pensa em ir para nenhum banco no exterior depois do governo Lula. “Pretendo ficar no Brasil. Meu lugar está reservado na FGV.” A seguir, trechos da entrevista.

FOLHA – Que tipo de medida o governo prepara para os exportadores, além do novo fundo para exportações (Eximbank), já adiantado?
GUIDO MANTEGA – São medidas que estão em fase final, sendo discutidas com o ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento), e todas têm que passar pela aprovação de Lula.
A primeira é ampliar o conceito de empresa preponderantemente exportadora, que tem vantagens fiscais. Hoje, para ser empresa preponderantemente exportadora, a empresa tem que exportar 60% [da produção]. Baixamos para 40% a obrigatoriedade de exportar e mais empresas terão os benefícios, isenções etc.
A segunda medida é isentar as empresas enquadradas no Simples, com renda bruta anual de até R$ 2,4 milhões. Se além desse valor elas exportarem, não serão desenquadradas. Até certo limite vão continuar a se beneficiar do Simples. É um estímulo para que pequenas e médias possam exportar e gozar dos privilégios.
A terceira é isentar remessas de serviços do Imposto de Renda, se estiverem ligadas a operação de comércio exterior. Uma empresa exportadora que vai expor em uma feira, por exemplo, tem que pagar pelos serviços. Essa remessa será isenta de IR por estar ligada ao comércio exterior.

Outra: criar apólice de seguro usando como base o FGE (Fundo Garantidor de Exportação), que já existe. Exportador recebe apólice e com isso vai baratear o custo, pois baixa o risco. Vamos incluir no PSI (Programa de Sustentação do Investimento), que tem taxa de juros de 4,5% ao ano -as mais baratas do mercado-, para financiamento, os manufaturados, não só bens de capital [como atualmente], para se beneficiarem dessas linhas de crédito.

FOLHA – E em relação à modernização da legislação cambial?
MANTEGA – Fizemos a medida mais vantajosa para o exportador: permitir que o resultado da exportação fique no exterior.

FOLHA – Nada mais?
MANTEGA – Estão em estudo outras medidas para o crédito. Uma demanda forte é que a gente devolva créditos de exportação. Essa é mais complicada, porque esbarra na disponibilidade do Tesouro.

FOLHA – Avançou a desoneração da folha de pagamento das empresas?
MANTEGA – Neste momento, eu diria que não temos condições. Daqui a três, quatro meses, vai depender da arrecadação. Se houver espaço, faremos mais medidas de desoneração para exportação e investimento.

FOLHA – Como foi a arrecadação até fevereiro?
MANTEGA – Dentro das expectativas, janeiro um pouquinho a mais, fevereiro dentro das expectativas.

FOLHA – O governo deixará uma dependência de capital financeiro externo crescente. Isso já ajudou a abortar ciclos de crescimento. Por que seria diferente agora?
MANTEGA – Não foi isso que abortou nossos ciclos de crescimento. Foi a dívida externa, e não o deficit em transações correntes. A dívida externa hoje é de US$ 200 bilhões, a privada e a pública, sendo que a pública é de cerca de US$ 70 bilhões. E temos US$ 240 bilhões de reservas. A situação que vamos deixar para o próximo governo é maravilhosa, mesmo com o deficit em transações correntes maior do que eu gostaria. Mas esse deficit está sendo coberto pelos investimentos externos. Não está indo para o consumo. Essa é a diferença.

FOLHA – Que medidas vai tomar para conter o deficit?
MANTEGA – Aquilo de que falamos agora são medidas para estimular o setor externo. Em parte, esse deficit se deve também à crise. Quando houver a recuperação da economia internacional, poderemos aumentar nossa exportação. Com esse deficit em transações correntes, a tendência é que não haja tanta valorização do real. O real poderá até sofrer alguma desvalorização.

FOLHA – Empresários reclamam da falta de política industrial.
MANTEGA – Temos uma política industrial. Retiramos o IPI da maioria dos bens de capital. Fizemos o PSI, uma linha de financiamento de R$ 42 bilhões. Reduzimos o tempo de utilização do crédito de PIS/Cofins de 24 para 12 meses. Isso é política industrial.

FOLHA – Que garantia há de que que fundos públicos são bem aplicados nesses conglomerados?
MANTEGA – Existem setores, dominados por grandes empresas, em que ou você entrega para uma empresa estrangeira ou fortalece uma nacional. Não há problema para o recurso do contribuinte porque, se é um empréstimo do BNDES, posso garantir que é o mais criterioso que você possa imaginar.

FOLHA – Quais são os critérios para escolher os grupos favorecidos?
MANTEGA – Qualquer grupo que chegue ao BNDES, que apresente um projeto de expansão sólido, bem fundamentado. Tem que mostrar o projeto inteiro, o fluxo de caixa. Ele é checado, virado do avesso. O grupo tem que ter solidez, não pode ter nenhum tipo de insolvência, porque isso são regras do sistema financeiro, que o BNDES tem que seguir. O nível de inadimplência do BNDES é muito próximo a zero.

FOLHA – O senhor acha inevitável a alta de juros?
MANTEGA – Todo janeiro a inflação é mais alta. Neste ano foi um pouquinho maior por causa das chuvas, que afetaram o item alimentação e o álcool. Além disso, o prefeito [de São Paulo, Gilberto] Kassab elevou em 17% a tarifa de ônibus, um pouco salgada, e, depois, subiu o IPTU. Também as mensalidades escolares sobem em janeiro. Em março, todos esses índices estarão para baixo.

FOLHA – O sr. continua não vendo rugas na testa de Meirelles, como disse em Davos?
MANTEGA – Não, eu não vejo, ele é muito bem conservado e não sei o que ele faz, mas tem uma aparência…

FOLHA – Se Meirelles sair do BC, parte do mercado teme pela independência das decisões. Como o sr. vê essa questão?
MANTEGA – Em primeiro lugar, ele não deu nenhum sinal de que vai sair. Não sei se vai sair ou não. Se ele sair, não deve haver nenhuma preocupação pelo seguinte: a mesma política do BC continuará a ser praticada. A mesma coisa aconteceria se eu saísse da Fazenda. A política é do governo, não do ministro. Nem do Meirelles nem minha.

FOLHA – Então, o Banco Central não precisa ser independente?
MANTEGA – O Banco Central vai continuar com a mesma política, que toma decisão de forma técnica. É isso o que interessa, ou seja, qual é o medo? Vamos baixar os juros independentemente da inflação… Isso não acontece. Ele vai subir a taxa, independentemente de ser ano eleitoral. Você lembra que, em 2006, ele subiu os juros? Se ele sair, continua a mesma política, porque a política não é pessoal dele. É do governo.

FOLHA – O sr. acha que ele deve ficar ou sair?
MANTEGA – Acho que essa é uma decisão de foro íntimo. Se ele tem pretensões políticas, deve cumprir aquilo que ele acha melhor para ele. Para o governo, era melhor que ele ficasse porque para a equipe econômica, vamos dizer assim, está funcionando, está indo bem.

FOLHA – O sr. acha que um governo Dilma, que poderia ser mais à esquerda que o atual, poderia alterar a política de meta de inflação?
MANTEGA – Acho que uma possível administração Dilma seguiria a política econômica de hoje. Portanto, manter o sistema de metas, o câmbio flutuante, o combate à inflação e, sobretudo, a prioridade do crescimento, que é a grande marca deste governo. É o desenvolvimento, com solidez macroeconômica. Ela manteria o fiscal, a política monetária, portanto, a inflação sob controle, não é? Por uma razão muito simples: porque à população não interessa a inflação.
A inflação corrói o poder aquisitivo. Então, é burrice. A Dilma não quer a volta da inflação. Essa história de mais à esquerda, mais à direita não faz o menor sentido, não é nem mais à esquerda nem mais à direita.
É continuar aquilo que está dando certo, que é uma política testada na crise e que continua obtendo excelentes resultados. Por que alguém ia mudar algo que está funcionando bem?

FOLHA – Pensando no futuro, o sr. tem pretensões de ser, por exemplo, presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento)?
MANTEGA – Minha preocupação é fechar com chave de ouro esse mandato de Lula. Ficarei muito satisfeito em fechar com a economia crescendo 5%, 5,5% e inflação sob controle. Com um superavit firmado em 3,3%. O emprego crescendo no país, respeitabilidade internacional. Não pretendo ir para o BID nem para o Banco Mundial. Pretendo ficar no Brasil. Em princípio, o meu lugar está lá reservado na Fundação Getulio Vargas. Portanto, não vou ficar desempregado.
Folha de São Paulo


Brasil supera Canadá e se torna o terceiro maior exportador agrícola
País já havia deixado Austrália e China para trás, e agora só tem pela frente os Estados Unidos e a União Europeia
Raquel Landim

O Brasil ultrapassou o Canadá e se tornou o terceiro maior exportador de produtos agrícolas do mundo. Na última década, o País já havia deixado para trás Austrália e China. Hoje, apenas Estados Unidos e União Europeia vendem mais alimentos no planeta que os agricultores e pecuaristas brasileiros.
Dados da Organização Mundial de Comércio (OMC), divulgados este ano, apontam que o Brasil exportou US$ 61,4 bilhões em produtos agropecuários em 2008, comparado com US$ 54 bilhões do Canadá. Em 2007, os canadenses mantinham estreita vantagem, com vendas de US$ 48,7 bilhões, ante US$ 48,3 bilhões do Brasil.
O ritmo de crescimento da produção brasileira de alimentos já deixava claro que a virada estava prestes a ocorrer. Entre 2000 e 2008, as exportações agrícolas do Brasil cresceram 18,6%, em média, por ano, acima dos 6,3% do Canadá, 6% da Austrália, 8,4% dos Estados Unidos e 11,4% da União Europeia. Em 2000, o País ocupava o sexto lugar no ranking dos exportadores agrícolas.
Uma série de fatores garantiu o avanço da agricultura brasileira nos últimos anos: recursos naturais (solo, água e luz) abundantes, diversidade de produtos, um câmbio relativamente favorável até 2006 (depois a valorização do real prejudicou a rentabilidade), o aumento da demanda dos países asiáticos e o crescimento da produtividade das lavouras.
“Houve uma mudança nas vantagens comparativas em favor do Brasil, que teve um custo de produção baixo para vários produtos nesse período graças aos seus recursos naturais e ao câmbio”, disse o analista sênior da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Garry Smith.
Para o sócio-diretor da MB Agro, Alexandre Mendonça de Barros, “o Brasil é hoje a única grande agricultura tropical do planeta”. Ele ressalta que o aproveitamento da terra é melhor na zona tropical. Em algumas regiões do Brasil, é possível plantar milho depois de colher soja, o que significa duas safras no mesmo ano.
Apesar disso, 80% da produção de grãos ainda estão em áreas temperadas. Canadá, EUA e UE detêm a tecnologia, mas não conseguem ampliar sua agricultura, porque quase não têm áreas novas disponíveis e enfrentam muita dificuldade para convencer as pessoas a permanecer no campo.
Graças às pesquisas da Embrapa, o aumento da produtividade teve um papel fundamental no crescimento da produção agrícola brasileira. Entre 1990 e 2009, a área plantada de grãos no País subiu 1,7% ao ano, mas a produção cresceu 4,7%. “Tivemos uma forte expansão da produtividade e um aumento da área plantada entre 2000 e 2005″, disse o diretor do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), André Nassar.
Segundo o sócio-diretor da Agroconsult, André Pessoa, a expansão da safra de soja e o aumento da produção de carnes foram os principais responsáveis pelo avanço recente do Brasil na exportação agrícola. No complexo soja (grão, farelo e óleo), as exportações mais do que quadruplicaram, saindo de US$ 4,2 bilhões em 2000 para US$ 17,2 bilhões em 2009. As vendas de carne bovina subiram de US$ 813 milhões para US$ 4,2 bilhões no período, e as de carne de frango, de US$ 735 milhões para US$ 5,8 bilhões.
“Saímos de uma posição insignificante para nos tornarmos maior exportador do mundo de carne bovina e de frango”, disse o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango, Francisco Turra, que era ministro da Agricultura em 1998, quando o Brasil conseguiu a certificação da Organização Internacional de Sanidade Animal (OIE) e pôde começar a exportar.
Nos produtos tradicionais, como café, suco de laranja e açúcar, o País manteve a liderança. A participação brasileira no mercado de café oscilou entre 29% e 33% nos últimos 10 anos, apesar do avanço do Vietnã. “O Brasil é líder na exportação mundial de café desde 1860″, diz o diretor executivo do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), Guilherme Braga.
No suco de laranja, o País é responsável por 80% das exportações mundiais ? a maior fatia de um produto agrícola brasileiro. Dificilmente ganhará mais espaço, mas a concorrência também não está crescendo. É um setor muito consolidado, com apenas quatro empresas. “O suco é um exemplo do que vai ocorrer com a agricultura em outras áreas.”
O Brasil já ocupa o primeiro lugar no ranking de exportação em vários produtos agrícolas ? açúcar, carne bovina, carne de frango, café, suco de laranja, tabaco e álcool. Também é vice-líder em soja e milho e está na quarta posição na carne suína.
O País, no entanto, ainda está distante de ser o maior exportador de alimentos do mundo. Os EUA e a UE exportaram mais que o dobro do Brasil. Em 2008, os americanos venderam quase US$ 140 bilhões em produtos agrícolas, e os europeus embarcaram US$ 128 bilhões.
“Para superar esses países, temos de fazer um gigantesca lição de casa”, disse o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. “O Brasil precisa de uma estratégia agrícola que englobe várias áreas do governo.”
Os especialistas não arriscam prever quando ou se o Brasil vai alcançar a liderança, mas dizem que o potencial ainda é significativo, principalmente para carnes, milho e álcool. O País ainda não vende carne a alguns países por restrições sanitárias. No etanol, a exportação deve aumentar muito quando o mercado se consolidar.
O Estado de São Paulo


AgroEx: casos mostram conceitos aplicados para sucesso da exportação
Os casos de sucesso em cada região onde o Seminário do Agronegócio para Exportação (AgroEx) servem de inspiração para os produtores que ainda não acessam o mercado externo. Em Londrina/PR, onde o evento foi realizado, nesta sexta-feira (5), as cerca de 600 pessoas que compareceram ao Parque de Exposições Governador Ney Braga conheceram os esforços de uma pequena associação apícola, de uma empresa produtora de frutas e de uma companhia bem-sucedida na exportação de produtos do agronegócio.
Alcançar mercados além do Paraná é o desejo da Associação dos Produtores de Mel do município de Ortigueira/PR, representada, no AgroEx, pela presidente Ana Mozuski. “Nossa meta é nos organizarmos para dar identidade e qualidade para o mel orgânico”, afirmou. O trabalho realizado por Mozuski vem ao encontro do preconizado pelo evento: organizar para exportar produtos agropecuários identificando novos caminhos, como os orgânicos.
O caqui foi identificado como valioso por uma empresa de frutas de Porto Amazonas/PR. Demandada há 12 anos por compradores europeus, a companhia embarca, hoje, 300 toneladas ao ano. O engenheiro agrônomo responsável pela produção, diz que a certificação internacional buscada para melhorar esse comércio fez diferença não só na colocação da fruta no mercado europeu e indiano como também na qualidade do processo produtivo. “Além disso, fazer a venda direta para o importador, com maior rentabilidade”, enfatizou.
Com 40 anos de experiência no cultivo de café e eucalipto, o empresário Nilson Jandre soube transformar em dinheiro não apenas o que vem da terra, mas conceitos que podem vir agregados a determinados produtos agrícolas, como a certificação Halal (atestado de abate segundo os preceitos islâmicos). “Exportação dá lucro”, avisou ele à plateia.
Estímulos como esses são parte da programação de todas as edições do AgroEx e exemplificam conceitos repassados durante as palestras. O próximo seminário está previsto para 15 de abril, em Montes Claros/MG.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento


Stephanes: exportadores brasileiros devem buscar novos mercados
A necessidade da busca por novos nichos de mercado foi a mensagem passada pelo ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, aos 600 participante do 31º Seminário do Agronegócio para Exportação (AgroEx), que se realiza nesta sexta-feira (5), até às 18 horas, em Londrina/PR. O encontro ocorre no Sindicato Rural Patronal, Parque Governador Ney Braga.
Stephanes comentou que a maior inserção dos produtores no mercado internacional é vantajosa para a economia brasileira como um todo, mas principalmente para a melhoria da renda do agricultor. Segundo ele, esse seminário que o Ministério da Agricultura vem realizando desde 2006, torna mais democráticas as informações sobre as oportunidades de mercado e as exigências dos países importadores em termos sanitários e de qualidade.
“O Paraná, um dos maiores produtores e exportadores agropecuários do Brasil, está se preparando para expandir o mercado, há muito tempo. Mesmo assim, sempre há novos nichos a serem explorados”, afirmou. O ministro lembrou que o estado é um dos maiores produtores de orgânicos do País. “Quem se especializa nisso, acaba ganhando espaço”, ressaltou.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento


Exportação de veículos é a maior desde outubro de 2008, diz Anfavea
Depois de amargar uma redução de 35,3% em 2009, as exportações do setor automotivo começam a mostrar recuperação. De acordo com dados divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) nesta quinta-feira, as vendas externas de veículos do país somaram 57.510 unidades em fevereiro, o melhor resultado desde outubro de 2008.
No confronto com o mesmo mês do ano passado, o crescimento foi de 88,3%. "A recuperação de alguns mercados, basicamente na América Latina, ajudou", afirmou Jackson Schneider, presidente da associação. Entre os países, ele citou Argentina, México, Chile e Colômbia.
Dados da Anfavea mostram que, em 2008, a América do Sul era o destino de cerca de 60% das exportações de veículos do Brasil. A América do Norte ficava com uma fatia de 14,4%, enquanto a Europa tinha 9,3%. Entre os países, a Argentina liderava as importações, com 51,2%, seguida por México (13,2%).
A previsão da Anfavea é que a exportação de veículos brasileiros chegue a 530 mil unidades neste ano, 11,5% acima das 475,3 mil de 2009. Apesar da elevação ante o ano passado, o número ainda está bem abaixo do registrado em anos de indústria aquecida, como 2005 (897.144).
A última vez em que as vendas externas ficaram no patamar previsto para este ano foi em 2003, quando foram exportadas 535 mil unidades. "Os mercados não vão voltar de uma hora para a outra. Mas mesmo assim, a recuperação não é suficiente, porque isso não significa que a gente de fato vá voltar a exportar para esses mercados", afirmou Schneider.
De acordo com o presidente da Anfavea, o mercado brasileiro perdeu competitividade com a crise. "O câmbio não é o principal problema, mas mostrou que o processo de produção aqui é mais caro que lá fora", disse. "Talvez a gente não consiga retomar, ou retome em menor escala, ou até perca mercado em alguns segmentos."
As importações do setor, por outro lado, tiveram redução de 5,9% em fevereiro ante janeiro, para 40.466 unidades no mês. A participação desses veículos no total de vendas no país caiu para 18,3%, ante 20,1% em janeiro. A previsão da Anfavea é que essa taxa termine o ano em torno de 15%.
Folha OnLine - SP

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