LEGISLAÇÃO

quarta-feira, 24 de março de 2010

BC muda normas de câmbio; Meirelles nega controle de cotação do dólar

BC muda normas de câmbio; Meirelles nega controle de cotação do dólar


Da Redação, em São PauloO Banco Central divulgou mudanças nas normas de câmbio com objetivo de simplificar o registro de determinadas operações. Segundo nota divulgada pelo BC na noite desta quarta-feira, serão adotadas medidas para consolidar e desburocratizar procedimentos aplicáveis a capitais internacionais e ao mercado cambial.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que não há mudança na política cambial e que o BC vai "continuar acumulando reservas por ser uma medida benéfica, que aumenta a blindagem do país em época de crise".
Meirelles negou que as medidas tenham objetivo de influenciar o preço ou o fluxo de moeda, que está negativo em US$ 2,345 bilhões em março, até o último dia 19.
Meirelles ainda se diz indeciso sobre saída do BC

Presidente do BC ressalta que política cambial não muda
As medidas foram aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), por meio da Resolução 3.844, e tratam exclusivamente do registro de fluxos de investimentos diretos, créditos externos, royalties, transferências de tecnologia e arrendamentos mercantis externos.
Segundo Meirelles, as mudanças têm como objetivo adequar algumas regras do câmbio ao novo momento da economia. Ele afirmou que, mesmo querendo, o BC não pode proceder a reformas mais profundas porque isso dependeria de um projeto que ainda está em tramitação no Congresso Nacional.
Com a simplificação, diversos procedimentos que hoje estão dispersos em 60 normativos, entre resoluções, circulares e cartas-circulares, serão integralmente revogados. Além disso, serão revogados cerca de 320 normativos que estão em desuso ou desatualizados, mas ainda fazem parte das regras vigentes.
O BC destacou que, com as medidas, as transferências financeiras do e para o exterior de fluxos de capitais estrangeiros passam a seguir as regras gerais aplicáveis ao mercado de câmbio brasileiro. Com isso, elimina-se a necessidade de autorizações específicas ou manifestações prévias do BCl.
Os agentes envolvidos ficam dispensados de fornecer ao BC informações que a instituição pode obter por meio de outras fontes ou mecanismos internos.
A expectativa do BC é que a medida reduza custos de transação e que incremente a segurança jurídica das operações.
Mesmo com fluxo negativo, o Banco Central tem comprado grandes volumes de moeda estrangeira, levando os bancos a se endividarem no exterior para vender moeda ao BC.
Segundo Meirelles, não é a primeira vez que o Banco Central fica à frente do fluxo como agora. "Já se foi o tempo no Brasil em que se adotavam decisões visando alterar o fluxo de moedas estrangeiras ou a cotação. Hoje, não precisamos mais disso. A finalidade não é essa. As medidas são para modernização e simplificação das regras cambiais", disse o presidente do BC.
Ele afirmou ainda que as decisões sobre volume de compra de dólares são tomadas na hora dos leilões.
Uol (Com informações do Valor)

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