LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 11 de março de 2010

ECONOMIA - FINANÇAS

Bovespa perto dos 70 mil pontos
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ficou muito perto ontem de recuperar a marca dos 70 mil pontos, um patamar perdido há quase três meses, por conta do nervosismo do mercado com a situação da zona do euro, entre outros fatores. As ações da Petrobras puxaram a recuperação da Bolsa brasileira, respondendo por mais um quarto do giro total.
O Ibovespa, principal índice de ações, subiu 1,46%, atingindo os 69.576 pontos. O giro financeiro foi bastante alto, de R$ 10 bilhões, bem acima da média de fevereiro (R$ 6,5 bilhões/dia) e da primeira semana de março (R$ 6,6 bi/dia).
O principal motor da recuperação da Bolsa de Valores foi a ação da Petrobras, alvo de uma corrida dos investidores, principalmente estrangeiros. Operadores destacaram uma ação de uma importante corretora, com vários clientes no exterior, que teria sido responsável por cerca de 30% dos negócios feitos ontem com o papel da estatal.
Somente a ação preferencial movimentou R$ 2,48 bilhões, valorizando 2,24% no dia. A ação ordinária girou outros R$ 277 milhões, com ganho de 1,85%.
Outro papel bastante visado pelos investidores, a ação preferencial da Vale, teve negócios de R$ 990 milhões, e teve avanço de 0,97%.
“O papel (da Petrobras) estava atrasado há muito tempo. Há uns seis ou sete meses, ele estava no mesmo patamar de preços da Vale, mas a questão do pré-sal atrasou muito. O mercado começou a ficar muito preocupado e cheio de dúvidas sobre como a Petrobras ia fazer a capitalização”, sintetiza José Antônio Mattos, gerente de operações da corretora Amaril Franklin.
A Petrobras pretende lançar ações, de modo a captar recursos para fazer a exploração da camada pré-sal. Sem números sobre o tamanho da operação, nem prazos, o papel foi abandonado por muitos investidores, muitos deles estrangeiros, temerosos sobre como esse aumento de capital poderia ser conduzido.
Na semana passada, a Câmara aprovou o projeto de lei e as emendas que regularam essa capitalização, mas que ainda precisam passar pelo crivo dos senadores e do Planalto. Segundo profissionais de corretoras, agentes de mercado ficaram um pouco mais tranquilos, com a expectativa de que a segunda Casa do Congresso, e a Presidência da República mantenham as linhas gerais da proposta.
O dólar chegou a bater R$ 1,80 ainda na primeira metade da rodada de negócios de ontem, mas cedeu com força no período vespertino, mesmo com um leilão de compra do Banco Central no final da tarde. Dessa forma, o dólar comercial foi vendido por R$ 1,782, em queda de 0,33%, nas últimas operações realizadas no dia de ontem.
Jornal do Commercio


Brasil organiza primeiro banco de moedas local
O Brasil pode se tornar um mercado de divisas da América Latina e ser um polo financeiro regional. O lançamento do Projeto Omega, como é chamado o banco de moedas brasileiro, está previsto para o dia 25 deste mês. O banco funcionaria como um distribuidor de aplicações e papéis, atuando no mercado de capitais e na compensação de valores em diversas moedas. De olho neste panorama, empresas como a Confidence Câmbio já conseguiram aprovação do Banco Central para atuarem como bancos de câmbio.
Um dos indicativos de que o projeto deve sair do papel aconteceu ontem, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), onde representantes da Boston Consulting Group (BCG), consultoria americana contratada para realizar os estudos, apresentou para empresários como seria o formato do banco de moedas. Ao DCI, um dos espectadores contou que apresentação coloca o Brasil como centro internacional financeiro, nos moldes do acontece em Miami, por exemplo. Lá funciona a Foreign Exchange (Forex). A Forex atende clientes em mais de 140 países e o volume de comércio médio, segundo a própria empresa, é de quase US$ 200 bilhões por mês.
O presidente do instituto de pesquisa de mercado Fractal, Celso Grisi, diz que a economia brasileira ganharia muito com o Omega, que faria a compensação de títulos e moedas latino-americanas, a princípio. Posteriormente o objetivo é operar com todas moedas do mundo. "Seria extremamente positivo, pois traria uma alavancagem forte no mercado financeiro e poderia trazer negócios no Brasil."
Contudo, o presidente da Fractal analisa que o sistema financeiro nacional precisa aparar algumas arestas no campo da economia, como a modernização cambial. "Propostas como essas requerem sempre a modernização de nossa política de câmbio, implicando a conversibilidade plena da moeda e a extinção, ou redução, a um nível mínimo, dos controles do câmbio."
Ele analisa que, para implantar o Omega, será necessário fazer três ações anteriores: ampliação expressiva do superávit fiscal primário, redução da dívida pública e taxas de juros fixadas pelo regime de meta inflacionária e pelo câmbio flutuante. "Estamos perto disso, sem dúvida, mas ainda remanescemos sob a ameaça da volta dos controles estatais. O IOF imposto ao capital estrangeiro recentemente é um bom exemplo disso", afirma.
O analista diz que um centro de compensações permitirá um investidor do Chile, por exemplo, comprar títulos no Brasil, ou até mesmo uma empresa mexicana buscar recursos no Brasil para financiar expansão internacional. "Uma ala moderna, capitaneada por Henrique Meirelles, presidente do BC, apoia o projeto; contudo alas mais conservadoras como a que representa Guido Mantega, ministro da fazenda, não se opõe medida. Há um fortalecimento da economia."
Estimativas do mercado mostram que o bancário cresceria com o funcionamento do Omega, entre 160% e 240%; o de ações avançaria entre 25% e 40%; o de derivativos, entre 45% e 75%; e o de gestão de recursos (asset management), entre 50% e 110%. No próximo dia 25, BM&F Bovespa, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) devem apresentar oficialmente o projeto.
De olho no mercado, empresas como a Confidence Câmbio, que é uma das maiores corretoras de câmbio do Brasil e opera com mais de 90 filiais, recebeu licença para abrir o primeiro banco de câmbio. O formato de instituição foi criado pelo Banco Central com o objetivo de aumentar a oferta de produtos e a competitividade entre os serviços de câmbio.
A previsão é de que as operações do banco sejam iniciadas a partir de maio. "A entrada como banco visa a operações como hedge, por exemplo, mas em um futuro próximo, após a regulamentação, como no exterior. O Brasil busca regulamentações para fazer os investimentos entre moedas. Está se moldando a legislação, no Brasil, mas não é imediato", afirmou Andreas Wiemer, vice-presidente da empresa.
De acordo com ele, como banco de câmbio, a Confidence fica autorizada a importar diretamente moeda estrangeira e a abrir conta própria em instituições, entre outras operações atualmente limitadas a bancos múltiplos, não permitidas às corretoras. "Desta forma, a instituição não dependerá de bancos intermediários para viabilizar suas operações, podendo ampliar sua atuação na área de câmbio."
Wiemer ressalta que o BC faz um processo contínuo de internacionalização da economia nacional ao controlar mais severamente a lavagem de dinheiro.
"São normas melhores no aspecto fiscal e as vemos com bons olhos, pois minimizam a concorrência desleal."
Diário do Comércio e Indústria

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