LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 18 de março de 2010

EMPRESAS

Demanda asiática deve alavancar produção de celulares no Brasil Danilo Sanches

SÃO PAULO - A alta demanda por smartphones no mercado asiático deve estimular o crescimento do mercado brasileiro, sem tirar o Brasil da rota de fabricação desses produtos. A oferta de novas licenças 3G na China e na Índia deve atrair a atenção dos fabricantes para a alta demanda, que pode movimentar US$ 44 bilhões apenas na China até 2011. Ao mesmo tempo, o mercado brasileiro tem atraído novos fabricantes e a chinesa Huawei entra, no segundo semestre deste ano, como a sexta fabricante de celulares inteligentes no Brasil para disputar as léguas deste segmento que deve ultrapassar o número de computadores pessoais nos próximos três anos. Na última semana a Research In Motion (RIM, fabricante do Blackberry) anunciou que fabricaria os telefones no Brasil.
Ao contrário do que se poderia esperar, o aumento da demanda na Ásia não deve dar início a uma retirada dos fabricantes do País. Mas, segundo Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco, as empresas terão fôlego para investir em ambas as operações, e ainda com possibilidade de redução do preço dos insumos, o que traria um reflexo positivo ao mercado brasileiro que importa esses componentes.
Outro grande motivo são os incentivos fiscais para a produção no Brasil, que reduzem em cerca de um terço o custo desses produtos. Luis Fonseca, diretor de Terminais da Huawei, explica que para a fabricação local de celulares as empresas são isentas de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Além disso, o Imposto sobre Produtos Industrializados cai de 15% para 3%, no Estado de São Paulo. "A importação de componentes também é menos tributada que a de produtos prontos. Cai de 16% para 13%, o que viabiliza produtos de alto valor", explica Fonseca.
Atualmente, Nokia, LG Electronics, Samsung e Sony Ericsson produzem esses aparelhos no Brasil. Segundo o International Data Corporation (IDC), em 2009 foram vendidos 2 milhões de smartphones no País.
João Paulo Bruder, analista de telecomunicações do IDC, afirma que a receita com serviços de voz das operadoras está caindo e isso abre espaço para que as empresas reforcem as estratégias para os planos de dados. "Podemos esperar smartphones a US$ 150 [menos de R$ 300] este ano", diz o analista. O valor dos aparelhos varia de acordo com o plano da operadora, mas custam hoje pelo menos duas vezes este valor.
Com telefones mais baratos, capazes de interagir de maneira prática e eficiente com a internet, a contribuição dos planos de dados deve incrementar ainda mais a receita de serviços das operadoras. Segundo a Teleco, em 2009, mais de 26% da receita de serviços das operadoras vieram da receita de dados. Em 2010, cerca de 15 milhões de dispositivos terão acesso a banda larga móvel.
Os smartphones devem ultrapassar o número de computadores pessoais (PCs) nos próximos três anos, segundo Paulo Breviglieri, presidente da fabricante Qualcomm no Brasil.
Os subsídios do governo têm mantido a competitividade do País para abrigar a produção destes dispositivos, segundo Luis Fonseca, diretor da chinesa Huawei. "Os incentivos de produção no Brasil reduzem em quase um terço o preço do aparelho", reforça o executivo.
O contraponto chinês, que viabiliza a importação de produtos em caso de baixa demanda no mercado nacional, está ligado ao preço da mão de obra, que, segundo Fonseca, é bastante inferior à do Brasil em função da alta demanda por empregos no país asiático, o mais populoso do planeta. "Produzir equipamentos de alto valor agregado, que é o caso dos smartphones, ainda é mais vantajoso no Brasil", afirma Fonseca. Por outro lado, a empresa retirou do Brasil a fabricação dos modems 3G e voltou a importá-los, uma vez que o preço do produto é mais baixo.
A Huawei deve lançar esta semana em parceria com a operadora de telefonia móvel Claro, um novo aparelho celular 3G com tela sensível a toque (touchscreen), que chega primeiro para clientes do Triângulo Mineiro.
A fabricação local dos aparelhos da Huawei deve iniciar-se em "pelo menos 100 dias", segundo Fonseca. À frente da produção estará a Flextronics, que já produz equipamentos de infraestrutura da fabricante chinesa.
A LG Electronics, que atualmente conta com quatro smartphones no mercado brasileiro, todos com produção local, deve apresentar este ano mais dez modelos de telefone inteligente e chegar a 25% do market share no País, segundo Marcus Daniel de Souza Machado, diretor de Vendas da divisão de celulares da LG no Brasil. "Este ano o smartphone deve assumir uma importância maior na estratégia da companhia", explica Machado, que não vê a entrada de novos fabricantes como uma ameaça. "O mercado cresce a uma velocidade interessante. Tem mercado para todo mundo", ameniza.

Ásia
O mercado asiático sofre com o baixo valor médio por usuário (Arpu, na sigla em inglês) - que na Índia é de US$ 11 - e com a baixa renda da população, segundo Eduardo Tude. Com isso o crescimento do 3G, principalmente na Índia, que deve leiloar suas primeiras licenças este ano, ainda é pequeno. O caso da China é diferente, uma vez que operadoras já possuem internet móvel em alta velocidade, porém com uma tecnologia diferente da usada na maioria dos países, o WCDMA, e deve difundir o uso deste padrão nos próximos anos.
A estratégia de marketing das operadoras de telefonia móvel para a divulgação da banda larga móvel foi um erro, segundo João Paulo Bruder, analista de telecomunicações do IDC. "O erro foi dizer que a banda larga móvel tinha o mesmo apelo da fixa mais a mobilidade", afirma Bruder.
As operadoras adequaram seus planos para evitar este equívoco, uma vez que o recomendável para uso maciço, como a execução de vídeos e downloads maiores (que demandam mais banda) é a banda larga fixa. "No futuro haverá complementaridade entre a banda larga fixa e a móvel. Mas hoje os usuários usam a móvel como se fosse a fixa", afirma Luis Antônio Lima, diretor de Projetos Estratégicos da operadora CTBC, da Algar Telecom, durante a apresentação do balanço da banda larga móvel na última semana. Segundo o balanço realizado pela Teleco, em conjunto com a Huawei, a banda larga móvel foi o serviço que mais cresceu no País em 2009, com avanço de 227% sobre o ano anterior. Segundo Lima, porém, é preciso ainda ajustar o modelo de negócio.
DC


Especialistas internacionais participam da X Conferência Anpei
A X Conferência Anpei, marcada para o período de 26 e 28 de abril, na cidade de Curitiba (PR), deve reunir mais de 700 participantes

Compartilhar ImprimirO especialista em estratégias empresariais sobre o meio ambiente e pobreza, o professor de administração da Universidade de Cornell (EUA), Stuart L. Hart, será um dos palestrantes internacionais na X Conferência Anpei, marcada entre os dias 26 e 28 de abril próximo, em Curitiba/PR.
Em sua apresentação, cujo tema será "O novo DNA das empresas: Inovação e Sustentabilidade", Hart mostrará como os investimentos realizados nas áreas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I), utilizando tecnologias limpas, são uma vantagem competitiva para as companhias e resultam em oportunidades de negócios e abertura de novos mercados.
Outro ponto a ser abordado por Hart, autor de cinco livros sobre as implicações do desenvolvimento sustentável nas estratégias de negócios, incluindo o "Capitalismo na encruzilhada", em 2005, será o papel da inovação e da sustentabilidade no combate à desigualdade social.
Na agenda do evento, estão confirmadas também as presenças das autoras do livro "The Future of Innovation" - a alemã Bettina Von Stamm e a russa Anna Trifilova. Betina é fundadora do Innovation Leadership Forum, no Reino Unido, e Anna Trifilova é chefe do departamento de Marketing da Nizhny Novgorod Architeture and Civil Engineering State University, na Rússia.
Na ocasião, Bettina e Anna mostrarão sua obra, publicada pela editora Gower, que vem sendo considerada inovadora por reunir a visão de 225 especialistas, entre empresários e consultores de setores públicos e privados, de diversas áreas da economia, acadêmicos e pesquisadores, de 60 países, sobre o futuro da inovação, além dos comentários e opiniões das autoras.
Entre as nações participantes, o Brasil contou com um representante, o diretor da Anpei e chefe do departamento de gestão tecnológica da Eletrobrás, Luis Frade, que ficou responsável por abordar o assunto "O Futuro da Inovação no Brasil".

Sobre a X Conferência Anpei
A X Conferência Anpei, marcada para o período de 26 e 28 de abril, na cidade de Curitiba (PR), deve reunir mais de 700 participantes - entre empresários, executivos, acadêmicos, pesquisadores, representantes dos meios governamentais e outras personalidades que compõem a elite da inovação no Brasil.
Organizado em parceria com a FIEP - Federação das Indústrias do Estado do Paraná, através do CIETEP - Centro de Inovação, Educação, Tecnologia e Empreendedorismo do Paraná, o evento tem como tema "Cooperação para Inovação Sustentável" porque o valor agregado pela coordenação desses três temas alimenta a cultura típica das organizações conectadas e dinâmicas, características básicas das empresas inovadoras do século XXI, além de serem imprescindíveis na gestão de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (P,D&I).
De acordo com a Coordenação da X Conferência, a construção desses conceitos tem como origem o pressuposto que a inovação é a incorporação do conhecimento na produção/produto novo ou substancialmente modificado que resulte em benefício para a sociedade. Dessa forma, a inovação precisa ser sustentável, caso contrário o benefício não é efetivo nem duradouro. Inovação e sustentabilidade são, pois, as duas faces da mesma moeda: sem inovação não há sustentabilidade e para haver sustentabilidade é preciso haver inovação.
Por outro lado, a transformação do conhecimento na ação de produzir produtos inovadores e sustentáveis é resultado da cooperação orquestrada pela função de P,D&I. Isso significa que cabe ao setor de P,D&I das empresas otimizar as contribuições, internamente, junto aos colaboradores, por meio de um ambiente inovador e construção de redes internas e, externamente, junto ao mercado, através, por exemplo, de open innovation e construção de redes abertas.
As inscrições para participar da X Conferência já estão abertas e podem ser feitas por meio do website www.anpei.org.br/xconferencia.
administradores

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