LEGISLAÇÃO

quarta-feira, 19 de maio de 2010

LOGÍSTICA E PORTOS - 19/05/2010

Armadores acumulam US$15 bilhões em perdas operacionais

As linhas de contêineres computaram perdas operacionais de cerca de US$ 15 bilhões no ano passado, segundo a Alphaliner. De acordo com estatísticas da consultoria, somente as perdas de 18 dos 23 principais armadores chegaram a US$ 12,9 bilhões no último ano fiscal.

A situação é reflexo da queda dos volumes e dos valores de frete ao longo do ano passado. A Alphaliner estima que os principais armadores globais perderam, em média, US$ 1.500 dólares por Teu (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés).

As maiores perdas operacionais foram registradas pela Maersk Line, com Ebitda (lucros antes de juros e impostos) de US$ 1,88 bilhão em 2009. Em seguida, aparece a Cosco, que registrou perdas operacionais de US$ 1,14 bilhão no setor conteinerizado.

Dentro do ranking dos 25 maiores armadores globais, no âmbito de resultados financeiros, a MISC Berhad sofreu a maior perda por Teu operado, chegando a US$ 3.600 por Teu. A empresa também registrou o maior nível de ociosidade, com mais de 40% da frota própria inativa durante o ano passado.
Guia Marítimo



Capesizes registram aumentos de fretes
Os navios capesize registraram pequenos aumentos nas taxas de afretamento na última semana, tanto nas rotas do Atlântico quanto nas do Pacífico, com média de US$ 50 mil por dia, pela primeira vez desde dezembro de 2009.

Segundo corretores, os proprietários de embarcações afretadas para tráfegos no Pacífico tiveram vantagem sobre os operadores com base na região do Atlântico, visto que as taxas dos contratos que compreendiam embarques da Austrália para China continuaram a subir, ao passo que os valores para exportações do Brasil para o país asiático diminuíram.

Afretamentos da Austrália para China aumentaram cerca de US$ 14 por tonelada, e os valores de uma viagem do Brasil para a nação chinesa caíram US$ 30 por tonelada.

A baixa na demanda pode ser uma prévia para os meses de verão, já que dados recentes mostraram que em abril as importações chinesas de minério de ferro totalizaram 55,3 milhões de toneladas, montante considerado alto para o mês. No primeiro quadrimestre do ano, a China comprou 210,3 milhões de toneladas, um aumento de 11,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Guia Marítimo



Paraguai busca financiamento para ligação ferroviária com o Porto de Paranaguá

Durante a Expo Santa Rita, no Paraguai, o presidente da Ferroeste e a presidente da Unicoop (União Nacional das Cooperativas do Paraguai), Simona Cavazzuti, reuniram-se com o vice-ministro da Indústria do Paraguai, Cantalicio Salvador Invernizzi, para discutir o estágio atual do projeto de ligação ferroviária daquele país com o Porto de Paranaguá. Fazem parte do projeto a construção do ramal Cascavel-Foz do Iguaçu, de 170 km, e a ponte sobre o rio Paraná.

O vice-ministro paraguaio afirmou ontem (17) que seu governo está ¨convencido de que a ferrovia é uma solução¨ para o desenvolvimento de seu país. ¨Também estamos dispostos a viabilizar essa ponte ferroviária¨, disse o vice-ministro, ¨e temos feito algumas reuniões com colegas do governo para discutir e fazer ver a necessidade de levar adiante o tema da ferrovia¨. Salvador Invernizzi acrescentou: ¨Estamos procurando financiamento e já tivemos contato com o BNDES para discutir investimentos na construção de estradas, pontes e ferrovias no Paraguai¨, revelou.

Durante a Expo Santa Rita o presidente da Ferroeste participou também da apresentação do projeto ferroviário paraguaio, na Expo Santa Rita, feito por Jose Luiz Argaña, representante do Ministério das Obras Públicas, através do Vice-Ministério dos Transportes. Os ministérios paraguaios, segundo ele, estão redefinindo suas ¨funções a respeito das políticas de transporte no país e tendo como prioridade o tema do sistema ferroviário, esse grande desafio da integração¨.

A presidente da Unicoop, Simnona Cavazzuti, considera que a recente adesão dos ministérios da Indústria e de Obras Públicas de seu país ¨reforça o projeto da ferrovia e fará com que ele avance mais¨. Ela ressalta que o ¨setor produtivo do Paraguai, país sem saída para o mar, apóia em 100% a construção da ferrovia¨, disse ela.

O projeto do corredor ferroviário Paranaguá-Antofagasta, definido pelos governos do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, prevê a construção de um ramal da Ferroeste de Cascavel a Foz do Iguaçu e Puerto Presidente Franco, primeiro módulo do projeto ferroviário que está em discussão com o governo paraguaio. A ferrovia seguirá, em território paraguaio, para Santa Rita-Encarnación-Pilar, fazendo depois a conexão com o sistema ferroviário argentino em Posadas e Resistencia e daí até os portos chilenos. ¨Vamos batalhar para que a ferrovia saia¨, disse Simona Cavazzuti, ¨não podemos ficar de fora, porque é uma obra muito importante para o Paraguai e não podemos perder essa oportunidade¨.

O ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu, parte brasileira do corredor bioceânico, terá uma extensão de cerca de 170 km. O projeto executivo da Ferroeste já estão prontos e custaram R$ 10 milhões, faltando apenas serem atualizados. O segundo módulo do projeto, dentro do território paraguaio, até a fronteira argentina terá cerca de 300 quilômetros e custará em torno de US$ 600 milhões. A previsão é de que os recursos venham do BNDES
PROJETO CASCAVEL
Durante a feira, o presidente da Ferroeste também participou da apresentação do Projeto Cascavel, realizada pelo Grupo Propulsor de Projetos Ferroviários, formado pela Unicoop pelas empresas Agro Silos El Produtor, Companhia Dekalpar e Trebol Agrícola. O projeto consiste na utilização do Porto Seco existente no terminal da Ferroeste, em Cascavel, para o desembaraço aduaneiro das cargas de pequenos e médios produtores paraguaios destinadas ao Porto de Paranaguá.

¨Com este projeto, estamos permitindo que o Paraguai, antes mesmo da construção da ferrovia a Foz do Iguaçu, volte a utilizar de imediato o Porto de Paranaguá para a movimentação de produtos na exportação e importação, o que deixou de ocorrer há dez anos em razão de alterações no câmbio, que aumentaram o frete rodoviário, e do acréscimo de custo trazido pela implantação do escorchante pedágio na BR-277¨.

Explica o presidente da Ferroeste. ¨O Brasil quer que o Paraguai se desenvolva e o Estado do Paraná tem um papel preponderante para que isso ocorra. A Ferroeste e o Porto de Paranaguá são elementos cruciais nesta estratégia¨, disse ele.
Portos e Navios



Diferente de EUA e Europa, Brasil entrega cabotagem para navios estrangeiros
Embora tenha como costume adotar modelos internacionais para gerir setores estratégicos do País, o governo brasileiro parece estar desatento à tendência mundial para o desenvolvimento da cabotagem. Os países que contam com volumes expressivos nessa modalidade de transporte têm como lema proteger o mercado interno e não deixar a cabotagem ao sabor das altas e baixas da maré internacional. Os Estados Unidos, por exemplo, só autorizam a utilização de embarcações de bandeira norte-americana na cabotagem, com a obrigatoriedade de 75% de mão de obra local entre os tripulantes.
Enquanto os Estados Unidos e nações europeias reservam sua fatia nesse mercado, o Brasil registra preocupante crescimento no afretamento de navios estrangeiros para a cabotagem. Em 2008, foram gastos US$ 135.788.946 com o afretamento, número bem superior aos US$ 79.268.588 de 2006 – um aumento de 71,3% em dois anos.

De acordo com o vice-presidente da Câmara Brasileira de Contêineres, Transporte Ferroviário e Multimodal, Aluísio Sobreira, o Brasil pode reverter esse panorama implantando um programa de incentivos para renovação e ampliação da frota nacional de navios de cabotagem. Ele observa, no entanto, que o Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte (Conit) deve funcionar definitivamente para coordenar essa mudança de direção na cabotagem do País.

Para Sobreira, é preciso estabelecer um modelo mais competitivo para a relação entre a indústria naval e a Marinha Mercante no País, isentando a navegação de cabotagem de tributos. Essa política, argumenta, deve alçar a cabotagem a tema estratégico, tornando o combustível mais barato para as operações e eliminando barreiras estruturais.
PortoGente

Nenhum comentário: