LEGISLAÇÃO

sexta-feira, 28 de maio de 2010

COMÉRCIO EXTERIOR - 28/05/2010

Marca brasileira gera interesse em importador
O segundo dia do Projeto Comprador do setor de alimentos, promovido pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, na sede da entidade, garantiu excelentes contatos e oportunidades de negócios entre empresários brasileiros e árabes. Alguns contatos avançaram mais, caso da New Milllen, que processa alimentos desidratados e nesta quinta-feira (27) vai receber a visita de um dos executivos da Binca International, empresa alemã com filial nos Emirados Árabes, responsável pela distribuição de alimentos para a Emirates Catering, de aviação, e Jumeirah Group, de hotéis.

O gerente de exportação da New Millen, Luis Fernando Martinez, conversou com o diretor da Binca, Deepak Nayya, nesta quarta-feira (26) pela manhã. "Ele gostou tanto dos nossos produtos que marcou de conhecer nossa fábrica na cidade de Cajamar, amanhã", disse Martinez. "Ele pretende comprar grandes volumes e nós temos condições de processar inclusive com a marca do importador", disse o empresário.

A New Millen, criada há 26 anos, iniciou o processo de internacionalização há cinco anos. Ela já exporta para China, Panamá, Alemanha e agora prepara sua entrada no mundo árabe. No ano passado participou da Agrofood, na Arábia Saudita, e no começo de 2010 da Gulfood, em Dubai. Os contatos estabelecidos da feira já viraram negócio. "Desenvolvemos um isotônico para um grande distribuidor de produtos para clubes de futebol e academia que está em fase de testes", contou.

"Estou muito satisfeito com os contatos estabelecidos durante os dois dias e acredito dar continuidade às negociações e estabelecer contratos a longo prazo com várias empresas brasileiras”, destacou Nayya. Além da Binca, entre as empresas árabes estão a Alsaeed Trading, do Iêmen, e a empresa Numidis, filial do grupo Cevital, da Argélia.

O gerente internacional de negócios da Alsaeed, Mohammed Faroq, ficou bastante interessado nos molhos de tomate e milho fabricados pela brasileira Brasfrigo, que é dona das marcas Jurema e Predilecta, e pela sardinha processada pela Pepsico, detentora das marcas Pepsi, Elma Chips, Coqueiro, Toddy, Quaker e Gatorade.
"Estou levando catálogos e amostras do produtos que mais me interessaram e pretendo dar continuidade aos negócios assim que retornar ao Iêmen", disse Faroq. Entre os contatos estabelecidos na tarde de terça-feira o empresário destacou os doces da Boavistense, com fábrica em Lajeado, no Rio Grande do Sul. O diretor geral da Numidis, Samir Baziz, também fez uma avaliação bastante positiva dos encontros e destacou o interesse maior por café, conservas e biscoitos.

Entre as empresas brasileiras que participaram das rodadas de negócios estava a Café Pelé, que já exporta para a maioria dos países árabes há mais de 15 anos e quer ampliar o número de clientes na região. "Os representantes da Binca e da Numidis foram os que ficaram mais interessados. Já estamos nos Emirados, mas o mercado da Argélia ainda precisa ser conquistado", disse a gerente de exportações, Argélia Andrade.

A Nicolini, dona de um frigorífico em Nova Araçá, no Rio Grande do Sul, que já participou da primeira fase de Projeto Comprador do setor de alimentos, realizada no começo de maio, considerou essa rodada mais produtiva. "O representante da Binca se mostrou bem interessado em iniciar um trabalho de parceria nos Emirados Árabes", afirmou o gerente de exportação, Fabricio Bucchese. A Nicolini já destina 75% das vendas externas de frango congelado para os países árabes, principalmente para Iraque, Kuwait e Emirados Árabes.
Agência Anba



Uma porta para o desenvolvimento do comércio exterior
Situada na fronteira com Argentina, Paraguai e Uruguai, principais parceiros do Brasil no continente latino, a Região Sul vê sua economia se transformar com o crescimento do setor industrial - o segundo do País. Os três Estados do Sul vêm experimentando significativo crescimento acompanhando e, de certa forma, liderando o crescimento do Brasil nestes tempos em que o País apresenta estabilidade econômica e política.

São muitos os exemplos desse crescimento. Temos o polo automotivo do Paraná, o setor agropecuário em toda a região, o polo metalomecânico de Caxias do Sul. Há importante crescimento na indústria de serviços, especialmente nas capitais, com destaque para saúde e educação, onde temos polos de excelência em Porto Alegre e Curitiba. O turismo também vem apresentando crescimento significativo, com destaque para Florianópolis, cidade que tem se transformado em referência em termos de qualidade de vida. O setor industrial naval tem sido um dos responsáveis por atrair investimentos nacionais e estrangeiros para a região. Importante registrar também os efeitos muito positivos da Copa de 2014 para a Região, onde teremos duas cidades-sede, e muitas outras como apoio. Não apenas as reformas dos estádios e a construção da Arena do Grêmio modificarão o perfil das cidades, mas todas as obras de infraestrutura, que já estão saindo das pranchetas para a execução, movimentarão a economia de tal forma que ainda é difícil estimar o crescimento do PIB regional que será verificado. O Porto de Rio Grande/RS é um polo naval que está atraindo investimentos, gerando empregos e impulsionando a economia regional. Sua estrutura é considerada fundamental para a produção e o armazenamento de petróleo no Brasil e tem colaborado de forma decisiva para o incremento econômico, que hoje investe na construção de plataformas petrolíferas, cascos, navios, embarcações de apoio e no fornecimento de material para essas obras. A Petrobrás, uma das principais investidoras do projeto, desenvolve no local quatro empreendimentos gigantescos: as plataformas P-53, P-55, P-63 e o estaleiro que, nos próximos anos, deverá ser responsável pela construção de pelo menos oito cascos das 45 plataformas de petróleo que a estatal quer colocar em operação até 2020. Estima-se que essa empreitada tenha gerado mais de 30 mil empregos diretos e indiretos, beneficiando trabalhadores da construção civil, da área metal0mecânica e das engenharias. Mas não é apenas no petróleo que reside a importância deste porto para toda a Região Sul do País. Um dos principais objetivos do empreendimento é ser um "Porto do Mercosul", concentrador e distribuidor de carga para outros portos brasileiros e para os vizinhos Uruguai e Argentina. A localização é ideal por se situar entre o Porto de Santos e o de Buenos Aires, assim como entre as praias de Santa Catarina e Punta del Este. Outro aspecto favorável é a existência de todos os modais na região (hidroviário, rodoviário, ferroviário, aeroviário e marítimo), algo importante do ponto de vista estratégico. Esses investimentos com vistas ao Mercosul confirmam a Região Sul do Brasil como uma importante porta para o desenvolvimento do comércio exterior brasileiro. Fazer do Porto de Rio Grande o hub port do Sul do Brasil é de vital importância para a economia. Prova disso é que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal destinou R$ 2,7 bilhões para obras nos portos brasileiros. A parte deste orçamento que coube à Região Sul foi investida no prolongamento dos molhes e nas obras de dragagem, que, completos, tornarão Rio Grande apto para receber os maiores navios de carga do mundo e distribuir a mercadoria aos demais portos do Brasil e de outros países. O petróleo e gás têm papel fundamental no desenvolvimento econômico da nação e, ao receber incentivos governamentais, também trazem condições de desenvolvimento para a Região Sul do país. Todas essas mudanças tendem a deslocar o eixo naval do Rio de Janeiro, tornando Rio Grande o segundo polo naval em movimentação, perdendo apenas para o Porto de Santos. Tamanho impacto gerado pela necessidade de uma infraestrutura que ampare o projeto faz com que gestores corporativos e governamentais discutam a influência dos investimentos para construção do polo naval em toda a Região Sul. Os setores envolvidos diretamente com a sua construção, tais como madeira, mobiliário e transporte, são os maiores beneficiados pela instalação do empreendimento, seguido pela siderurgia e os químicos nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. SÓCIO DA PRICEWATERHOUSECOOPERS, VICE-PRESIDENTE DA FEDERASUL E COORDENADOR DO CAPÍTULO SUL DO IBGC
Porto de Santos



Barral ironiza secretário argentino e avalia retaliação

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O secretário do Comércio do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, não confirmou informações de que o governo brasileiro prepara armas contra as retaliações, ainda não confirmadas oficialmente, da Argentina em relação à entrada de produtos alimentícios do Brasil, minimizando ordem verbal nesse sentido dada pelo seu colega argentino, Guillermo Moreno.

"Não é porque o sub do sub teve uma ideia mirabolante, que sempre existe, que vamos tomar medidas sem avaliação."

Barral deu a entender que a Argentina tem mais a perder com as barreiras contra o Brasil, já que o volume de exportação de alimentos daqui para lá é da ordem de R$ 500 milhões por ano, enquanto as importações na mão contrária somam cerca de US$ 2 bilhões. "Não somos complacentes com comércio exterior. Temos sempre a visão de reciprocidade", declarou. "O Brasil tem um mecanismo eletrônico de controle de importações. É um botão", resumiu ontem. "Estamos acompanhando o caso com cuidado."

Fontes do governo informaram ao Estado que as autoridades têm buscado informações sobre o caso, mas que as respostas têm sido desencontradas. Diante disso, o Brasil solicitou um posicionamento oficial na semana passada, que deve vir em 1.º de junho, por meio de uma nota confirmando que as medidas de proteção aos produtores locais entrarão em vigor. Estas mesmas fontes acrescentaram que a resposta do Brasil ao episódio será fazer "corpo mole" ao desembaraço de cargas que não têm licença automática. No caso dos produtos alimentícios, são cerca de 30 itens nessas condições. Dessa forma, os trâmites realizados pelo Brasil e que demoram, em média, uma semana, serão adiados, podendo chegar ao limite máximo de tempo estipulado pela Organização Mundial do Comércio (OMC), de 60 dias.
Estadão



Brasil ameaça retaliar Argentina se for prejudicado

O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Welber Barral, disse hoje que o governo solicitou à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e às associações setoriais que informem se está havendo cancelamento de pedidos de importação para a Argentina e quais são os motivos. O secretário disse que o governo tem recebido reclamações dos empresários de que a Argentina estaria cancelando pedidos em função da solicitação do secretário de comércio interior daquele país, Guilhermo Moreno, para que haja uma redução das importações de alimentos, não só do Brasil, mas de todos os países.

Notícias RelacionadasBarral disse que, até o momento, o Brasil não recebeu nenhuma informação oficial da Argentina sobre esses rumores. Ele, no entanto, garantiu que, se o comércio brasileiro for prejudicado, o Brasil adotará retaliações. "O Brasil trata todos os parceiros comerciais com base na reciprocidade", disse.

Segundo ele, mais importante do que o volume de produtos importados da Argentina que o Brasil pode retaliar é a sensibilidade do produto para a economia argentina. Atualmente, segundo o secretário, pouco mais de 30 produtos que são importados da Argentina foram colocados no sistema de licença não automática pelo Brasil. Embora o Brasil tenha até 60 dias para liberar esses pedidos, a autorização está sendo dada, em média, em uma semana.

Barral disse que a possibilidade de a Argentina limitar a importação de alimentos é motivo de preocupação e que o ministério tem recebido informes diários das aduanas para saber se está havendo dificuldades na entrada de produtos brasileiros naquele país.
Agência Estado
 
 
 
País poderá retaliar com licenças não automáticas

O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, avisou que, apesar de as novas barreiras argentinas contra a importação de alimentos ainda não terem sido anunciadas oficialmente, o Brasil possui meios para retaliar o país vizinho. “A visão do governo brasileiro nas relações internacionais é de reciprocidade”, disse Barral. “O Brasil tem um mecanismo eletrônico de controle de importações. É um botão”, completou.

O instrumento a ser usado caso haja realmente a imposição de barreiras por parte da Argentina deverá ser a aplicação de licenças não automáticas de importação, que alongam a burocracia para a entrada de produtos estrangeiros no país.

Barral, no entanto, ressaltou que a suposta proibição de importação de alimentos com produção similar na Argentina – que deveria entrar em vigor no próximo dia 1 – ainda não foi anunciada oficialmente pela presidente Cristina Kirchner. Até agora houve apenas uma declaração do secretário de Comércio Interior argentino, Guillermo Moreno.

“Não é porque o sub do sub do sub teve uma ideia mirabolante que nós vamos sair tomando medidas”, alfinetou Barral.

Para o secretário, as autoridades argentinas deveriam evitar uma situação de embate no comércio de alimentos, uma vez que o Brasil exporta apenas cerca de US$ 500 milhões por ano para o país vizinho, enquanto importa mais de US$ 2 bilhões em produtos do parceiro nesse segmento.

Apesar das constantes reclamações de exportadores brasileiros sobre a situação na fronteira, o governo ainda não detectou anormalidade no comércio bilateral. Ainda assim, há duas semanas o embaixador brasileiro no país, Enio Cordeiro, transmitiu à chancelaria argentina as preocupações do Itamaraty sobre a questão.
Jornal do Comércio (RS)


 

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