LEGISLAÇÃO

segunda-feira, 15 de outubro de 2012



Empresa pequena, pouca produção, muita exportação

Setor de móveis é o que conta com a maior participação de pequenas e médias empresas nas vendas externas do Paraná. Estudo aponta oportunidades internacionais
Publicado em 04/10/2012 | JOÃO PEDRO SCHONARTH
Setor com a maior participação de pequenas e médias empresas nas exportações paranaenses, o mercado de móveis do estado movimenta mais de RS 200 milhões, sendo os países da América do Sul o principal destino da mobília do Paraná. Para conquistar o mercado internacional e driblar a competição chinesa, o ideal é que as pequenas empresas apostem em produtos diferentes, com alto valor agregado.
ÁUDIO: Móveis paranaenses no exterior

O coordenador da unidade de inteligência comercial e competitiva da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Marcos Lélis, faz uma avaliação do setor moveleiro paranaense e faz recomendações ao pequenos e médios empresários paranaenses quanto à exportação.
Não deu
Aquecimento do mercado interno e alto custo podem desestimular exportação
O aquecimento do mercado interno é uma das razões para que várias empresas moveleiras deixem as exportações de lado para aproveitar o bom momento do setor. O administrador da loja Desmobilia, João Livoti, conta que recebe mensalmente pedidos de clientes de países como Portugal, Itália, França e Estados Unidos, interessados nos produtos, apesar de o site ser todo em português – a Desmobilia vende, pela internet, móveis com design vintage desde 1999.
Como produz móveis de alto padrão, o custo para enviar os produtos ao exterior aumenta a ponto de não ser viável exportá-los, na opinião de Livoti. “O frete é caro porque, como vendo para o consumidor final, os pedidos são feitos de um em um. Não tenho como vender para fora, porque o cliente em outro país vai comparar com o preço e vai perder o interesse. Além disso, outro complicador é ter um revendedor lá fora. Pelo menos a médio prazo a nossa aposta vai ser o mercado nacional”, analisa.


O estudo “Perfil Exportador do Estado do Paraná”, divulgado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), mostra que em 2010 o estado exportou US$ 115 milhões em móveis e a Argentina, sozinha, importou US$ 37 milhões em produtos paranaenses.
O trabalho da ApexBrasil indica que no mercado de móveis se observa uma melhor distribuição no porte das empresas exportadoras: 39% das exportações paranaenses vieram dos pequenos e médios estabelecimentos e 61%, dos grandes. O levantamento mostra também as oportunidades para o setor moveleiro paranaense, devido à grande importação, ao dinamismo do ramo no país de destino e ainda a participação de empresas locais nos mercados, como Estados Unidos, Alemanha, Angola e Colômbia.
Para o coordenador da unidade de inteligência comercial e competitiva da ApexBrasil, Marcos Lélis, as empresas paranaenses ganharam participação no valor exportado entre 2010 e 2011, reflexo da vitalidade do setor no estado. “O ponto de competitividade em alguns mercados é o volume, mas competindo com os chineses, que têm baixo custo, a tendência é que o empresário busque a inovação, com produtos diferenciados e com valor agregado”, ressalta.
Mais conhecimento
O consultor do Sebrae-PR Paulo Tadeu salienta que o empresário que pensa em exportar deve procurar parceiros no mercado de destino, para ter um conhecimento melhor do local. “Outra recomendação é que o empresário não destine a maior parte da produção para a exportação, porque a empresa vai ficar muito dependente de fatores externos. Embora tenhamos empresas criadas exclusivamente para exportação, a regra geral não é essa”, pondera.
O vice-presidente da Fe­­deração das Indústrias do Es­tado do Paraná (Fiep), Aurélio Sant’Anna, explica que há dois grandes polos moveleiros no estado. Arapongas, no norte do Pa­­raná, se destaca pela produção de móveis de painéis, enquanto a região de Curitiba trabalha com mobiliário mais artesanal, com uso intensivo de mão de obra. “São essas peças, mais sofisticadas, que ganham espaço no mercado internacional”, ressalta.


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