LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

COMÉRCIO EXTERIOR - 18/10/2012




Comércio exterior pode ter segundo melhor ano em 2012

Para secretária do ministério, exportações de manufaturados impedirão uma queda maior nas vendas externas

Germano Lüders/EXAME.com
Contêineres no porto de Santos
Contêineres no porto de Santos: comércio exterior brasileiro pode ter segundo melhor ano em 2012, diz secretária do Ministério
São Paulo - Apesar das dificuldades, 2012 será o segundo melhor ano do comércio exterior do Brasil, perdendo para 2011, segundo a secretária de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres. Asexportações de manufaturados impedirão uma queda maior nas vendas externas, segundo a secretária.
“O saldo positivo na balança no final do ano será maior que o esperado por muitos”, disse a secretária. O comércio exterior brasileiro está sendo afetado pela crise internacional, que diminuiu a demanda por parte de alguns países, e também pela queda de preços de alguns produtos que o Brasil exporta, como o minério de ferro.
“Em 2011, não sentimos os efeitos do cenário externo, que já estava preocupante. Em 2012, a retração de mercados e queda de preços afeta nosso comércio exterior”, disse a secretária, para quem a mensagem não é negativa.
Países árabes
Durante evento realizado hoje pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, a secretária destacou a importância da região para o comércio exterior brasileiro. “O mercado árabe é estratégico. É importante para o Brasil diversificar seus parceiros comerciais, sua na pauta exportadora”, disse.
Nos últimos 10 anos as exportações do Brasil para a região cresceram cerca de 4 vezes, o mesmo ocorreu com as importações. A corrente de comércio atingiu seu recorde em 2011, 25 bilhões de dólares. Açúcar e carne correspondem a cerca de 50% do que o Brasil exporta para a região. 85% do que o Brasil importa da região são combustíveis e lubrificantes. “Há um potencial muito grande a ser explorado”, disse.
A crise internacional faz o Brasil viver um período de baixa demanda por parte de países tradicionais como os da União Europeia, a vizinha Argentina e também a China, segundo a secretária. Na ponta contrária, as importações vindas da China aumentam, e o país pode passar os Estados Unidos como maior vendedor para o país.
De janeiro a setembro, as exportações brasileiras para o mundo caíram 4,9% - a queda em relação aos países árabes foi menor, segundo a secretária, que destacou a importância de o Brasil manter sua presença na região. Para as empresas, a dificuldade está na regularidade do processo exportador, segundo a secretária.




Especialistas aconselham empresários a ficar atentos ao Oriente Médio

BRASÍLIA - Segundo analista, empresas como Odebrecht e Embraer têm maior entrada na região por serem estratégicas...

Agência Câmara

BRASÍLIA - O Brasil deve estar atento à situação política no Oriente Médio se quiser aumentar a presença nacional, inclusive da iniciativa privada, na região. Esta é a análise que fizeram os participantes de mesa-redonda que discutiu, na manhã desta quarta-feira (17), na Câmara, o papel do País naquela parte de mundo. Para eles, os desdobramentos dos conflitos políticos podem determinar o sucesso ou a derrota de uma empresa.
O consultor e estrategista internacional Thiago de Aragão acredita que, no Oriente Médio, a necessidade de entender o momento é um imperativo. Empresários devem estar a par da política brasileira para a região a curto, médio e longo prazos e buscar conhecer os nichos de mercado.
Segundo Aragão, grandes empresas, como Odebrecht e Embraer, conseguem ter uma entrada diferenciada no Oriente Médio e acesso aos líderes políticos, por serem estratégicas para o desenvolvimento de um país. No entanto, as menores dependem da atuação do Itamaraty e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. “Elas devem buscar no Brasil uma articulação prévia para poder agir na região”, explicou.
O representante brasileiro para os assuntos do Oriente Médio, embaixador Cesário Melantonio Neto, reforçou que o Brasil está empenhado em aumentar a presença das empresas brasileiras no Oriente Médio. Segundo ele, a chamada Primavera Árabe (onda de revoluções contra governos autoritários no mundo árabe e no norte da África que tiveram início no fim de 2010) pode abrir novas áreas de cooperação para o Brasil.
“A construção de instituições nos regimes mais democráticos e a cooperação eleitoral serão novas áreas nas novas democracias do Oriente Médio”, observou. Melantonio, que cumpriu missão pelo Itamaraty no Egito, lembrou que cresceu o comércio entre Brasil e o país árabe no ano passado, mesmo após a queda do regime do ditador Hosni Mubarak, em 2011.
Melantonio ressaltou ainda que, nos últimos oito anos, o Brasil estreitou relações com os quatro principais países da região – Egito, Turquia, Arábia Saudita e Irã. Além do comércio, cresceu o fluxo de turistas nos dois sentidos e existem hoje voos diários ligando o Brasil a grandes cidades, como Istambul, na Turquia.
O Brasil também pleiteia a designação de um representante na Organização de Cooperação Islâmica, que concentra 57 países. “Isso está ainda em processo e pode ampliar a cooperação. Nas próximas semanas, vamos ter uma definição”, adiantou o embaixador.
Soluções pacíficas
A mesa-redonda foi promovida pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, a pedido da presidente do colegiado, deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC). Durante a reunião, ela lembrou que o Brasil tem marcado a sua atuação no cenário internacional pela defesa da solução pacífica dos conflitos e pelo respeito à diversidade cultural, ética e religiosa que caracterizam as diferentes regiões do mundo.
Nesta semana mesmo, o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, foi ao Oriente oferecendo ajuda do Brasil para mediar a paz. “A Comissão de Relações Exteriores, atenta a isso, quer reunir subsídios sobre como o País pode atuar de forma concreta”, completou.
A mesa-redonda continua nesta tarde no plenário 3, quando será discutida a responsabilidade dos meios de comunicação em relação ao tema.



China dá sinais de não ser mais um ímã de capital
A China, depois de anos atraindo capitais internacionais, agora está vendo o dinheiro vazar.
Ricos cidadãos chineses estão comprando condomínios à beira-mar em Chipre, pagando preços altíssimos para seus filhos estudarem nos Estados Unidos e se abarrotando de produtos de luxo em Cingapura. E, com frequência, transferem seu dinheiro secretamente, por meio de uma próspera rede de agentes especializados. As empresas chinesas, por sua vez, estão adquirindo grandes firmas estrangeiras, estocando recursos naturais e deixando que os lucros de seus empreendimentos estrangeiros se acumulem no exterior.
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A China não divulga informações sobre a entrada e saída de capitais desde o ano passado, mas é possível avaliar os fluxos utilizando dados de comércio exterior, reservas cambiais e outras estatísticas econômicas. Uma análise desses dados feita pelo The Wall Street Journal sugere que nos 12 meses até setembro cerca de US$ 225 bilhões saíram da China, igual a cerca de 3% da produção econômica do país no ano passado.
"Todos nós notamos aquilo que já suspeitávamos, ou seja, que houve uma fuga de capital significativa", diz Michael Pettis, professor de finanças da Universidade de Pequim, que já presenciou de perto uma fuga de capitais em sua carreira anterior, quando negociava dívidas de alto risco da América Latina. "Não é bom sinal quando os empresários locais começam a achar que é melhor deixar o dinheiro fora do país, especialmente quando a economia mundial está numa situação tão ruim."
Oficialmente, a China mantém uma conta de capital fechada, ou seja, ela restringe a capacidade das pessoas e das empresas de mandar dinheiro para fora do país. As pessoas físicas chinesas não estão autorizadas a transferir mais de US$ 50.000 por ano para o exterior. As empresas podem trocar yuans por moedas estrangeiras apenas para certos fins comerciais, tais como pagamento de importações ou investimentos estrangeiros aprovados.
Na realidade, esse sistema fechado tem se tornado mais poroso, e as regras são ignoradas rotineiramente. "Na China os ricos sempre tiveram uma conta de capital aberta", diz Eswar Prasad, economista da Universidade de Cornell e ex-funcionário do FMI.
Zheng Nan recentemente gastou US$ 390.000 em um condomínio à beira-mar em Chipre. Aos 50 anos, ele diz que está aposentado do seu negócio de venda de equipamentos de telecomunicações na China para fabricantes estrangeiros. "Meu plano é passar o inverno em Chipre, devido à poluição em Pequim", diz ele. "E voltar no verão."
O limite anual de US$ 50.000 para enviar capitais para fora da China foi um problema para Nan. Ele disse que conseguiu contornar a restrição pedindo a amigos que transferissem partes do seu capital para fora do país, usando seus próprios nomes. Agentes imobiliários na China dizem que essa é uma prática comum e amplamente tolerada pelas autoridades.
Durante anos, a economia chinesa se beneficiou de grandes fluxos de dinheiro que entraram no país, vindos das exportações e de investidores estrangeiros. Os dólares que entravam eram trocados por yuans no banco central chinês, injetando mais yuans na economia. Isso facilitava os empréstimos bancários e o crescimento das empresas.
Quando o dinheiro sai do país, esse sistema se inverte, e há menos dinheiro disponível para financiar o crescimento. A saída de dinheiro começou a se acelerar em meados de 2011, quando a preocupação com o desaquecimento econômico, a pouca valorização do yuan e a queda das ações e do preço dos imóveis tornaram menos atraente guardar o dinheiro na China. Já houve outras fases em que o dinheiro deixou a China, mais recentemente durante a crise financeira, quando atingiu um pico de cerca de US$ 110 bilhões nos 12 meses encerrados em março de 2009, segundo indicam os cálculos do WSJ.
A saída ajuda a explicar por que os bancos chineses têm mantido o crédito baixo este ano. Uma aceleração na saída de capital pode obrigar o banco central a forçar uma valorização maior do yuan em relação às moedas estrangeiras, para incentivar os investidores chineses a conservar seu dinheiro no país.
A Administração Estatal de Câmbio, que faz parte do banco central chinês, disse em um comunicado que a China experimentou "certo grau de saídas de capital" no primeiro semestre deste ano. O órgão atribuiu as saídas, em grande parte, a mais investimentos no exterior feitos por empresas e indivíduos chineses. Informou ainda que não teme que as saídas possam desestabilizar a economia.
Em 1998, na crise financeira asiática, a Indonésia viu o equivalente a 23% da sua produção econômica anual deixar o país — porcentagem muito superior aos estimados 3% que saíram da China durante o período mais recente de 12 meses. A economia chinesa está protegida contra saídas catastróficas pelas suas restrições à remessa de capital e por suas fortes reservas em moedas estrangeiras, de US$ 3,29 trilhões.
A estimativa do WSJ de US$ 225 bilhões para o ano encerrado em setembro reflete tanto as saídas de capital legais como também uma parte dos fluxos ilícitos. Vários economistas também já tentaram calcular as saídas. Charles Dumas, da firma de pesquisas Lombard Street Research, estimou uma saída líquida de US$ 300 bilhões no mesmo período.
Para medir o volume das saídas, o WSJ comparou as mudanças nas reservas cambiais do país com alterações nos principais componentes que fazem as reservas aumentarem ou diminuírem: o superávit comercial, o investimento estrangeiro direto, os juros sobre os ativos estrangeiros e o movimento das taxas cambiais. http://online.wsj.com/article/SB10000872396390444354004578061131885585760.html



Prazeres: “Brasil deve diversificar exportações para países árabes”
São Paulo  – “Existe um grande potencial para a diversificação da pauta exportadora brasileira para o mundo árabe”, disse hoje a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Lacerda Prazeres, durante o seminário ‘Perspectivas das relações econômicas entre o Brasil e os países árabes’, que marca as comemorações dos 60 anos da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.
No evento, a secretária destacou o crescimento do intercâmbio comercial entre o Brasil e os países árabes, que passou de US$ 4,9 bilhões, em 2002, para US$ 25,1 bilhões, em 2011. Até setembro deste ano, as exportações brasileiras para os países da liga árabe somaram US$ 10,7 bilhões, valor que correspondeu a 6% das vendas externas brasileiras no período. As importações provenientes da região somaram US$ 8,6 bilhões, neste intervalo, com participação de 5,2% no total das aquisições nacionais. Com esses resultados, o superávit com a região, no ano, está em US$ 2,1 bilhões para o Brasil.
Dos produtos brasileiros exportados para os países árabes, 59,2% são básicos e 40,8%, industrializados, com relevância para os bens alimentícios: açúcar (27,4% da pauta, total de US$ 2,9 bilhões), carnes (26,3%, US$ 2,8 bilhões), milho (7,1%, US$ 756 milhões) e trigo (US$ 2,6%, US$ 280 milhões).
“Mais de 50% da pauta exportadora brasileira é composta por açúcar e carnes e há uma possibilidade real de agregação de valor com o processamento de alimentos brasileiros para que sejam comercializados no mundo árabe”, afirmou Tatiana, dizendo ainda que “o setor produtivo brasileiro já têm investimentos em curso para realizar esse processo”.
A secretária avaliou que, atualmente, existem muitas condições favoráveis para aumentar o fluxo comercial com a região. “Nesses países, as barreiras tarifárias são relativamente baixas e as barreiras sanitárias foram superadas, sendo que há boas oportunidades, especialmente para o setor de carnes”, comentou.
Tatiana considerou, porém, que o grande desafio é garantir a regularidade do esforço exportador. “O Brasil precisa ter uma presença forte e constante na região para conquistar ainda mais esses mercados e o governo brasileiro está consciente disso e contribuindo nesse sentido”, disse a secretária, citando a participação da presidenta Dilma Rousseff, na 3ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da América do Sul-Países Árabes (Aspa), realizada no começo deste mês.
No seminário, a secretária ainda mencionou a rápida recuperação do fluxo comercial com os países árabes que passaram por instabilidades políticas, recentemente, por conta do movimento conhecido como ‘Primavera Árabe’. Ela apresentou dados mostrando a retomada do crescimento das exportações brasileiras, neste ano, para Egito (13,4%; US$ 2 bilhões), Iêmen (37,8%, US$ 316 milhões) e Líbia (265,7%, US$ 276 milhões).
Serviços e Bens
Outra observação feita por Tatiana diz respeito à relação entre as atividades empresarias na prestação de serviços e as exportações de bens. Como exemplo, ela citou a exportação de serviços para a realização de obras de infraestrutura e a exportação de máquinas e aparelhos de terraplanagem para a região, que, em 2012, somou US$ 207 milhões, crescendo 46,2% em relação aos primeiros nove meses de 2011.
“Com a Copa do Mundo, no Catar, em 2022, há uma oportunidade para empresas brasileiras, que tenham obtido expertise com a Copa que será realizada em nosso país, para que também possam atuar nas obras na preparação do evento no país árabe”, acrescentou a secretária.
Assessoria de Comunicação Social do MDIC


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