Fim da greve não muda
postura dos auditores
A operação Crédito Zero, que já
custou mais de R$ 5 bi, é uma das ações empregadas na mobilização
Vandré Dubiela
Foz - Perto de
completar quatro meses, a operação-padrão da Receita Federal e o crédito zero
são mobilizações ainda mantidas pelos auditores fiscais lotados no Oeste. Na
região coberta por Foz do Iguaçu são mais de cem auditores e, desse total, a
maioria, em torno de 80, atua na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e
Argentina. Quinta-feira, a mobilização completará quatro meses.
O fim da greve da
Polícia Federal, anunciada ontem em 15 de 22 estados, não vai influenciar em
uma mudança de postura dos auditores, de acordo com o presidente da Delegacia
Sindical do Sindifisco em Foz, Diego Augusto de Sá. “Tratam-se de categorias
distintas e com suas bandeiras próprias”. De ontem até quinta, delegados
sindicais de todo o Brasil encontram-se em Brasília para rever e analisar as
propostas apresentadas pelo governo federal. O auditor fiscal Alfonso Burg, de
Foz do Iguaçu, está em Brasília acompanhando as discussões.
Na Estação
Aduaneira do Interior de Foz, a operação-padrão ainda mantém o ritmo cadenciado
de liberação de caminhões. Ontem eram mais de 500 aguardando a senha nas
transportadoras e postos de combustível e cerca de 800 no estacionamento da
Eadi.
Se o governo ceder
aos policiais federais, os auditores pretendem assumir um novo comportamento,
voltado a pressionar o governo a atender às demandas da categoria. Segundo
Diego Sá, a leitura feita pelos auditores fiscais é diferente da dos policiais
federais. “Os auditores atuam em uma área logística e de proximidade maior com
o público”.
No fim desta
semana, o movimento apresentará novos termos de conduta a partir dos assuntos
debatidos durante os quatro dias de plenária em Brasília. “Se surgir um canal
direto e avançado para negociação, não temos motivo para adotar um perfil mais
radical”. Conforme Diego de Sá, o governo acenou positivamente a alguns itens
da pauta, mas não de maneira clara. “Sobre a implantação da lei orgânica do
fisco, o governo federal chegou a admitir a possibilidade de colocar em
prática, porém, sustentando a necessidade de antes criar um grupo de estudos
para avaliar essa proposta”.
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