LEGISLAÇÃO

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

COMÉRCIO EXTERIOR - 24/09/2012




Importação de lápis de Taiwan é bloqueada

Autor(es): RAQUEL LANDIM
O Estado de S. Paulo 

Segundo o governo brasileiro, cinco empresas falsificaram certificados de origem para vender produto chinês no País sem pagar sobretaxa

O governo brasileiro bloqueou as importações de lápis de Taiwan. Os técnicos acreditam que, para não pagar sobretaxa, os exportadores estão vendendo produto chinês no Brasil como se fosse taiwanês. As importações de lápis vindas da ilha asiática caíram de US$ 3,4 milhões em 2011 para zero este ano.
Desde dezembro, já foram identificadas cinco empresas que falsificaram certificados de origem. São elas: Maslino Trading Co., Chang Jia Technology, Liberty Stationery Corporation, Something New Stationery, e a mais recente, que terá sua licença de importação indeferida hoje, a Sans Souci International.
A entrada de lápis taiwanês não está proibida, mas essas empresas terão novas licenças de importaçãonegadas e outras companhias que desejem comprar desse país serão investigadas. Taiwan ocupava o posto de segundo maior fornecedor desse produto depois da China.
"A conclusão da investigação de origem atinge apenas uma empresa, mas, como todas as demais licenças de importação são investigadas, isso desestimula os exportadores que agem de má-fé", afirma a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres.
Em muitos casos, o Departamento de Negociações Internacionais (Deint), do ministério do Desenvolvimento, não conseguiu contactar os exportadores taiwaneses, que não responderam aos pedidos de esclarecimento. Também há informações de que não existe mina de grafite em Taiwan, o que seria necessário para que o produto pudesse ser considerado como originário daquele país.
O governo acredita que os exportadores estão falsificando documentos e utilizando Taiwan como entreposto para vender lápis chinês no Brasil sem pagar as pesadas sobretaxas antidumping, de 201,4% para lápis de grafite e 202,3% para lápis de cor.
Os fabricantes de lápis são protegidos por tarifas contra o dumping (que é a venda abaixo do preço de custo no país de origem) praticado pela China desde 1996. As sobretaxas já foram prorrogadas duas vezes e estão previstas para permanecer em vigor até 2014. Mesmo assim, as importações continuaram crescendo durante o período e começaram a chegar por Taiwan.
Conforme a circular do processo antidumping publicada no Diário Oficial da União, apenas duas empresas respondem por 97% da produção brasileira de lápis e são as principais beneficiadas pela sobretaxa: a Faber-Castell e a massa falida da Indústria Brasileira de Lápis (Labra). A reportagem do Estado não conseguiu contato com a Faber-Castell por meio do espaço designado para a imprensa no seu site.
Fraude. As investigações de fraude de origem têm sido cada vez mais utilizadas pelo Brasil para combater as tentativas de burlar os direitos antidumping. No último ano, foram concluídas 12 investigações desse tipo. "É um processo mais rápido e mais simples. No dumping, é preciso provar o dano, como queda nas vendas e perda de postos de trabalho", diz Juliana Domingues, consultora do L.O. Baptista Advogados e professora da Universidade de São Paulo.





Nova lista com Imposto de Importação elevado não sai em outubro-governo

Por Luciana Otoni

BRASÍLIA,  - A nova lista de 100 itens que terão a aliquota de o Imposto de Importação elevada não deverá ser publicada em outubro, informou à Reuters a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Tatiana Prazeres.

A medida foi anunciada como mecanismo para ajudar o setor industrial a enfrentar a crise internacional.

"A segunda lista vai depender dos demais membros do Mercosul", disse a secretária.

Segundo ela, não há prazo para essa medida entrar em vigor porque Brasil, Argentina e Uruguai precisam oficializar Decisão 2512 acertada pelo Mercosul sobre a montagem da lista.

No início de setembro, o governo brasileiro divulgou a primeira lista com aumento do Imposto de Importação de 100 itens usados pela indústria. As alíquotas foram elevadas para uma média de 25 por cento, ficando abaixo do teto de 35 por cento estabelecido pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Na época, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse que a segunda lista seria apresentada em outubro.

Em entrevista à Reuters, a secretária explicou ser necessário a institucionalização separada de cada um dos membros do Mercosul.

O Brasil ainda precisa publicar um decreto sobre essa decisão, o que deve ocorrer ainda em 2012, enquanto Argentina e Uruguai precisam adotar procedimentos legais similares.

O Paraguai não participa desse processo por estar suspenso do bloco e a Venezuela não fazia parte do Mercosul quando a Decisão 2512 foi acertada.
CONSULTA AO SETOR INDUSTRIAL

Em meio ao processo de transformar a Decisão 2512 do Mercosul em um mecanismo legal, o governo brasileiro vai abrir em outubro o prazo para que o setor industrial apresente a lista de sugestão com itens que teriam a alíquota elevada.

"No dia que o mecanismo legal (Decisão 2512 do Mercosul) entrar em vigor queremos ter a lista pronta", disse Tatiana Prazeres.

Ela lembrou que durante a montagem da primeira lista os industriais brasileiros apresentaram 300 itens que gostariam que tivessem o Imposto de Importação ampliado. Desses, apenas 100 foram atendidos. Entre eles, produtos petroquímicos, siderúrgicos, químicos, farmacêuticos, máquinas, equipamentos e componentes usados pelos setor industrial.

PROTECIONISMO

A decisão do governo brasileiro de aumentar o Imposto de Importação de 100 produtos e de indicar a disposição de subir o imposto para mais 100 itens foi criticada pelo governo dos Estados Unidos.

O representante dos EUA para assuntos comerciais, Ron Kirk, enviou carta ao ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antônio Patriota, classificando as medidas de "protecionistas".

Ao comentar o assunto, Tatiana Prazeres disse que "dentro das margens que os acordos internacionais permitem, o Brasil não hesitará em tomar as medidas necessárias para defender os seus interesses".

(Reportagem de Luciana Otoni; Edição de Tiago Pariz)



Plano Brasil Maior intensifica defesa comercial dos produtos industriais e do mercado interno




Por Redação Pantanal News/Governo Federal


Foram instaurados 47 novos processos no primeiro ano de execução do plano 
No primeiro ano de execução do Plano Brasil Maior, foram instaurados 47 novos processos de defesa comercial do mercado interno brasileiro para proteger a indústria nacional da concorrência desleal. O resultado significa um aumento de 135% em comparação com o ano passado. Até agosto de 2011, o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) havia atendido a 20 petições do setor privado.
O Plano Brasil Maior também prevê reforçar o número de analistas da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Mdic responsáveis por conduzir os casos de defesa comercial, ampliando a capacidade de processar investigações simultaneamente. A previsão é de que os novos servidores contratados por concurso público assumam os cargos no início de 2013.
Com o objetivo de acelerar as investigações, serão publicadas, ainda neste mês, as novas regras de aplicação de medidas de antidumping, conforme anunciado no Plano Brasil Maior. Com as mudanças, as investigações devem ser concluídas em até dez meses, em vez de 15. A nova legislação torna ainda obrigatória a determinação preliminar, no prazo de 180 dias após iniciada a investigação, sobre a aplicação do direito provisório. Além disso, o novo modelo prevê que as empresas apresentem provas mais consistentes e criteriosas no início do processo, para que se inicie a apuração do dumping.
Crise - No lançamento do Plano Brasil Maior, em agosto do ano passado, o ministro Fernando Pimentel já havia dito que a nova política levava em consideração o cenário externo adverso. Principalmente porque o País vem apresentando “um mercado interno pujante, com talento e capacidade empresarial” e que “virou alvo de cobiça de capitais do mundo inteiro”.
O crescimento do número de pleitos encaminhados pelo setor produtivo ao Departamento de Defesa Comercial (Decom) e o consequente aumento de investigações abertas se devem a mudanças recentes no fluxo comercial do País com o mundo. Sob efeito da crise econômica mundial, que afeta principalmente Estados Unidos e União Europeia, exportadores voltaram os seus negócios para países como o Brasil, que mantêm as suas economias dinâmicas mesmo em tempos de turbulência global. “É obrigação do Estado brasileiro proteger nosso parque fabril, construído por décadas pelos brasileiros e, agora, enfrentando essa competição predatória”, afirmou o ministro.
Ações têm respaldo da OMC
O Brasil é respeitado como um usuário eficiente das regras do sistema de defesa comercial da Organização Mundial do Comércio (OMC), de acordo com o Mdic. “Até hoje, nenhuma medida antidumping adotada pelo Brasil foi derrubada na OMC”, disse a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres.




Empresas ganham incentivo para exportar



Por Redação Pantanal News/Governo Federal


Mudança facilita aquisição de insumos nacionais ou importados
O percentual das exportações na receita bruta para que uma empresa seja considerada ‘preponderantemente exportadora’ foi reduzido de 70% para 50%, com a conversão da Medida Provisória 563/12 na Lei 12.715/12 . O texto, que trata do Plano Brasil Maior de incentivo à inovação e produção industrial, foi publicado no Diário Oficial da União da última terça-feira (18).
Com a mudança, mais empresas poderão adquirir insumos nacionais ou importados com suspensão de tributos (IPI, PIS e Cofins). “Com essa  medida, o capital de giro das empresas é liberado do recolhimento de impostos, o que abre espaço para o exportador investir mais e obter ganhos de competitividade no mercado externo”, avalia o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. 
A vantagem de ser uma ‘empresa preponderantemente exportadora’, é que a cobrança do IPI, PIS e Cofins fica suspensa já no processo de aquisição dos insumos, nacionais ou importados - o que  evita comprometer o capital de giro das empresas exportadoras.
Quando essas empresas não classificadas desta forma compram insumos no mercado interno, há o recolhimento de IPI, PIS e Cofins. Se a produção for exportada, os valores pagos são lançados na contabilidade como créditos fiscais, que serão utilizados para abater parte dos débitos referentes a esses impostos gerados pelas vendas no mercado interno. Como a exportação não gera débito fiscal, a empresa deve pedir o ressarcimento em dinheiro se o percentual das exportações no faturamento total das empresas for elevado, gerando mais créditos do que débitos. 
Esse ressarcimento implica investigação da procedência do crédito pela Receita Federal, o que pode comprometer o capital de giro das empresas exportadoras, que aguardam a liberação dos créditos. “A nova regra evita o acúmulo de créditos dos tributos federais em decorrência das exportações, atendendo a uma solicitação dos exportadores brasileiros”, diz a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Lacerda Prazeres.
Setores de software e autopeças receberam vetos 
Na conversão da MP 563, a sanção presidencial foi feita com 18 vetos, como dois artigos que tratavam do setor de autopeças e de softwares. Segundo o secretário executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, o texto da MP gerava um desequilíbrio, pois, recentemente, o setor de autopeças migrou da tributação na folha de pagamento para a tributação no faturamento. Por conta dessa mudança, a importação de autopeças teve um adicional de 1 ponto percentual na Cofins. “Se a montadora comprasse da fabricante nacional de autopeças, ela pagaria 1%. Se ela comprasse via importação, não pagaria. Por esse motivo, foi vetado o dispositivo”, explicou. 
O veto ao artigo da MP que tratava sobre softwares teve motivação semelhante. “A razão do veto também é uma questão de competitividade. Como o software nacional vai pagar 1% de tributo, o revendedor do software importado também tem que pagar 1% para equilibrar a competição, garantindo a igualdade de condições”, disse.
Cesta básica - Entre os vetos, está a proposta que previa a desoneração dos itens da cesta básica, por questões técnicas e jurídicas. O texto da MP 563 esbarrou na Constituição e também no Código Tributário Nacional. “O artigo apenas falava em produtos alimentícios sem, no entanto, especificar quais seriam eles”, explicou Oliveira.
Durante entrevista coletiva no Ministério da Fazenda, o secretário assegurou que o governo vai desonerar a cesta básica. “A desoneração vai ocorrer e sabe-se como: a partir de um grupo de trabalho que identificará quais são os produtos e quais são os tributos”, ressaltou.
O grupo terá até 31 de dezembro para finalizar a nova proposta de desoneração de produtos da cesta básica. A comissão será composta por representantes dos estados, dos ministérios da Fazenda, da Saúde, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Casa Civil ficará responsável pela coordenação dos trabalhos.






Clio Internacional sorteia bolsas de estudo na ENAEX
Durante a ENAEX 2012 (Encontro Nacional de Comércio Exterior), que acontece nos dias 27 e 28 de setembro, no Píer Mauá, interessados nas áreas de Política e Negócios Internacionais terão uma ótima oportunidade de conquistar bolsas de estudos para cursos de extensão do Clio Internacional. A instituição, que nasceu a partir da percepção de uma enorme demanda das empresas por profissionais preparados para acompanhar a nova realidade de forte projeção do Brasil no cenário internacional, oferece programas de pós-graduação, cursos de extensão e treinamentos in company capazes de preparar profissionais altamente especializados. Professores do Clio Internacional, mestres e doutores, estarão à disposição dos visitantes para debater temas relacionados a comércio exterior e política global.
.[27 e 28 de setembro de 2012,no Armazém 2 do Pier Mauá – Porto do Rio de Janeiro - Avenida Rodrigues Alves, s/nº, na Praça Mauá.Inscrições: Gratuitas, no site http://www.enaex.com.br].



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