LEGISLAÇÃO

domingo, 23 de setembro de 2012





Alto custo logístico prejudica exportações de cargas congeladas
Feira é voltada ao setor de transporte de cargas e comércio internacional. Foto:Rafael Rosseti/Divulgação
O painel Cargas Frigorificadas: Projeções, Cenário e Oportunidades, durante a Sul Trade Summit, principal evento de logística do Sul do país, reuniu líderes do segmento logístico para debater como a região Sul pode ser mais competitiva na exportação de cargas congeladas. A região Sul embarca hoje 88% das exportações de carnes congeladas do Brasil, líder mundial na produção de aves. O moderador do painel, Robert Grantham, consultor da Ship Consult, alertou que a região Sul perde espaço para outras regiões e clama por parcerias público-privadas. "O Brasil não cresce com a rapidez que a indústria precisa", afirma. "Com isso, perdemos competitividade", diz.

José Perboyre, diretor do núcleo financeiro da UBABEF (União Brasileira de Avicultura), destacou a importância de investimentos do setor em contêineres refrigerados. "Está previsto o aumento de 46% na venda de carne congelada para outros países, especialmente aves, nos próximos dez anos. A região Sul precisa estar preparada para atender a essa demanda", sustenta.

Apesar da previsão positiva, Clever Pirola Ávila, diretor da Marfrig apresentou um cenário extremamente negativo para as empresas produtoras de carnes congeladas. Considerada uma das companhias brasileiras de alimentos mais internacionalizada e diversificada, a Marfrig está presente em mais de 140 países e receia perder espaço nesse mercado. "O Brasil enfrenta muitas barreiras não comerciais com África do Sul, Rússia e Argentina, por exemplo, e possui um modelo logístico extremamente caro e antiquado. É preciso mais inteligência e tecnologia", avalia.

Para José Perottoni, diretor de logística da BRF, "quando se avalia capacidade instalada de armazém e o custo de operar em outros portos, Santa Catarina é viável; mas precisa lutar por calados maiores e melhor bacia de evolução para manter-se atuante". Pouco mais de 90% das exportações da BRF é embarcado na região Sul. Entre os portos da região, Perottoni destacou o complexo do rio Itajaí-Açu, que tem ótimas condições de armazenagem, mas precisa ter capacidade para a entrada de navios maiores.

O diretor da Datamar, que analisa dados do comércio internacional, David Lorimer, também defendeu a importância de maior calado para navios grandes nos portos da região Sul. As vantagens, apontou Lorimer, são flexibilidade, segregação de carga mais simples e possibilidade de mais guindastes operando simultaneamente.

Durante o painel, Carlos Pelc, da Brado Logística, afirmou que a empresa pretende investir R$ 1,2 bilhão nos próximos cinco anos, tendo em vista a previsão de aumento de 100% da carga conteinerizada até 2021 no Brasil. O aporte contempla corredores que integram as operações de transporte intermodal rodoferroviários, caminhões, contêineres e melhora nos serviços oferecidos.
Serviço
O quê: 5ª edição da Sul Trade Summit - maior feira de logística, transporte de carga e comércio internacional do Sul e a segunda maior do Brasil
Quando: 20 e 21 de setembro de 2012
Local: Avenida Ministro Victor Konder, 303 (Beira-Rio) - Centreventos de Itajaí (SC)
Realização: NetMarinha
Patrocínio: Porto de Itajaí, Porto de Itapoá, APM Terminals e Elog
Mais informações e credenciamento: www.tradesummit.com.br

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