LEGISLAÇÃO

segunda-feira, 21 de junho de 2010

PORTOS E LOGISTICA - 21/06/2010

Santos Brasil prevê ampliar movimento de contêineres
A Santos Brasil, principal terminal de contêineres do porto de Santos (SP), vai crescer dois dígitos em 2010 depois de amargar queda de 16,2% nos volumes de carga realizados no ano passado.

O plano da empresa é de que o número de contêineres movimentados totalize 1,23 milhão de TEUs (contêiner equivalente a 20 pés) este ano, com crescimento de 13,4% sobre os cerca de 1 milhão de TEUs de 2009. O crescimento deve continuar em 2011, diz Antonio Carlos Sepúlveda, presidente da Santos Brasil.

O executivo, que assumiu o cargo em março, afirma que a empresa está atenta a oportunidades de investimento que possam surgir a partir da realização de licitações de novas áreas portuárias pelo governo federal. "Em contêineres, vamos participar de todos os processos", diz Sepúlveda. O plano, segundo ele, é crescer em contêineres por meio de aquisições, de novos projetos a serem desenvolvidos e do que ele chama de "integração vertical" da cadeia logística. É a prestação de serviços logísticos e de armazenagem para os clientes. Desde 1997 até agora, a Santos Brasil investiu R$ 2,5 bilhões, dos quais R$ 1,3 bilhão foi aplicado no terminal de contêineres de Santos.

A estratégia indica que a Santos Brasil não está parada apesar da disputa societária que envolve os principais acionistas da holding que controla a empresa, a Santos Brasil Participações (SBPar). De um lado, está o grupo Opportunity, de Daniel Dantas, e do outro, o grupo Multi, de Richard Klien. A briga é pelo controle da empresa. "Temos seguido o curso normal e a discussão entre os sócios não afetou a empresa, por enquanto", diz Sepúlveda.

Ele afirma que o conselho de administração da Santos Brasil, formado por nove integrantes, três dos quais independentes, continua a avaliar normalmente os planos apresentados pela diretoria. Este mês a SBPar divulgou comunicado confirmando a emissão de debêntures simples de R$ 100 milhões em operação que já havia sido aprovada em reuniões anteriores. Os recursos se destinam a reforçar o caixa e fazer investimentos nas controladas pela SBPar.

No mercado, existem avaliações de que a Santos Brasil oferece boas oportunidades de retorno para os investidores, mas existem dúvidas sobre os efeitos que a disputa societária pode ter sobre a empresa, sobretudo se a discussão, que depende de uma arbitragem, se prolongar por muito tempo. No acumulado do ano até ontem, a ação (unit) da Santos Brasil caiu 13,06%, bem acima da queda do Ibovespa, de 5,60%.

Também existem preocupações entre analistas sobre o ambiente marcroeconômico internacional para os próximos trimestres, o que poderia ter repercussões sobre os fluxos de comércio e afetar de forma negativa os terminais de contêineres.

Sepúlveda tem visão mais otimista. Acredita que é possível manter ao longo do ano o desempenho registrado no primeiro trimestre, quando o movimento de contêineres da Santos Brasil cresceu 13,1% sobre igual período de 2009. Ele afirma que de janeiro a março a empresa movimentou menos contêineres vazios do que no mesmo trimestre de 2009, o que significa maior receita para a empresa. "A importação está aumentando e a exportação também está crescendo", compara.

Os dados do Ministério do Desenvolvimento (Mdic) mostram que de janeiro até a segunda semana de junho as exportações cresceram 28,5% na média por dia útil, enquanto as importações expandiram-se 44,2%. Outra boa perspectiva em Santos, segundo Sepúlveda, é que a dragagem do canal de acesso e do estuário permitirá que navios maiores escalem o porto, o que vai refletir em ganhos de produtividade e menores custos.
Portos e Navios




Armazéns precisam se adequar às novas regras para estocagem
Termina em dezembro o prazo para que os armazéns funcionem de acordo com as novas regras para estocagem de produtos agropecuários. O assunto foi discutido nesta quarta, dia 16, em Brasília, durante reunião da Câmara Setorial de Infraestrutura do Agronegócio.
O Ministério da Agricultura calcula que 14 mil armazéns, entre públicos e privados, precisam ser adequados às exigências, que incluem ventilação, limpeza do ambiente e até a instalação de um sistema para avaliar a temperatura dos produtos.
O principal objetivo é minimizar as perdas por estocagem inadequada. A partir de 2011, quem não cumprir pelo menos parte dos requisitos, não poderá prestar serviços de armazenagem.

— São 25% até o final de 2010, mais 25% até o final de 2011, 2012 e 2013, e nada impede que as entidades façam tudo de uma só vez — disse o coordenador da Comissão Consultiva do Sistema Nacional de Certificação, Pedro Sérgio Beskow.

Reunidos em Brasília, representantes do setor produtivo e do governo também discutiram melhorias no sistema de transporte de grãos, como a necessidade de ampliar os portos do Norte e Nordeste para facilitar o escoamento da safra de Mato Grosso. Embora a hidrovia Teles Pires-Tapajós não tenha sido incluída no Programa de Aceleração do Crescimento, o estudo de viabilidade técnica da obra, aos poucos, sai do papel.
Portos e Navios



Taxas de afretamento sobem
Valores quase duplicaram no intervalo de dois meses.

O mercado de afretamento de porta-contêineres apresentou recuperação dos valores nas últimas semanas. Com o aumento dos números, os proprietários de navios estão mais seletivos ao negociar contratos. Em alguns casos, as taxas quase duplicaram no intervalo de dois meses.
O navio Antje Wulff, por exemplo, com capacidade para 2.732 Teus (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), foi negociado em contrato de afretamento com a CSAV por um ano a US$ 10 mil por dia. O valor em abril era de pouco mais de US$ 5 mil.

O contrato do Rickmer Rickmers, de 1.724 Teus, com a PIL acaba de ser estendido para mais 10 meses, ao valor de US$ 7.950 por dia. No início de maio, embarcações deste porte eram fechadas por US$ 5 mil por dia.

Entre as dimensões maiores, o afretamento de um navio de 3.500 Teus que há oito semanas era contratado por US$ 7.500 diários agora chega a US$ 15 mil.

Recentemente, o índice semanal da Howe Robinson Shipbrokers and Chartering Agents (termômetro do setor) sofreu aumento de 4,9% - o segmento de embarcações de 2.500 Teus subiu 11,1%. Já o Braemar Seascope`s Box Index apresenta o nível mais alto desde o final de 2008. Na Alemanha, o recém-formado ConTex, com base em cinco dimensões de navios, cresceu em mais de 500 pontos, com todos os segmentos apresentando incremento.

Segundo a Braemar Seascope, com a situação atual, o mais provável de acontecer é que as operadoras engavetem ou adiem projetos ao invés de arcar com preços altos para novos contratos de navios.
Guia Marítimo



Escassez de equipamentos deve aumentar
A Maersk Line saiu em defesa própria sobre a decisão de aplicar uma taxa adicional para embarques durante a temporada de pico no comércio entre Ásia e Europa, em razão de escassez de contêineres. E disse que a falta de equipamentos na rota provavelmente deve piorar.

O diretor de produtos da Maersk Line, Lars Jakobsen Reno, diz que a companhia não acredita que a falta de contêineres para exportação na China, decorrente da política de redução de velocidade das embarcações, é determinante para os equipamentos estarem passando mais tempo a bordo.

"Estou falando mais pela Maersk Line do que pela indústria em geral, mas nossa média global é de que um recipiente gasta apenas mais um dia a bordo, em comparação ao mesmo período do ano passado. Isso representa um aumento de apenas 4%. E nossos números mostram também que o tempo médio para um contêiner cheio em terra - seja no terminal, nas instalações de um cliente ou depósito - também é de um dia a mais", informou ele.

A partir de 15 de julho, a Maersk introduzirá uma taxa de US$ 750 por equipamento de 20 pés, US$ 1 mil dólares por recipiente de 40 pés e US$ 1.200 por contêiner de 40 pés high cube. Forwarders questionaram por que a taxa para um equipamento de 20 pés não era simplesmente a metade da de um de 40 pés, como tradicionalmente tem sido o caso.

Em resposta, Reno disse: "Não é a regra global que o valor para unidade de 20 pés seja sempre 50% da taxa para 40 pés. No comércio transpacífico, por exemplo, a sobretaxa de Teu é fixada em 85% da taxa de Feu. Mas nas exportações da Ásia para Europa existe uma procura muito elevada de contêineres de 20 pés, significando que os custos de reposicionamento são muito mais elevados", concluiu.
Guia Marítimo



 Viracopos é saída contra saturação

Os gargalos da aviação comercial em São Paulo serão resolvidos com a transformação do Aeroporto Internacional de Viracopos em um superaeroporto para atender de 50 milhões a 70 milhões de passageiros e com a expansão dos terminais aeroportuários de Guarulhos e Congonhas ao máximo de suas capacidades. A construção de um quarto aeroporto para a aviação regular só deverá ser considerada após exaurido todo o uso dos terminais atuais.

As recomendações estão em estudo financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Como resultado desses investimentos, diz o relatório, São Paulo estaria apto a movimentar em 2030 entre 100 milhões e 130 milhões de passageiros por ano. Essa capacidade atende a demanda projetada (91 milhões de passageiros por ano), com uma folga suficiente para sustentar o movimento dos anos seguintes ou comportar um eventual crescimento mais otimista do número estimado.

O estudo avaliou a capacidade dos principais aeroportos brasileiros em contraponto com as projeções de demanda até 2030, buscando identificar e estimar as necessidades de investimentos. Realizado pela consultoria McKinsey & Company, o estudo foi contratado pelo banco para avaliar a atual situação do transporte aéreo no Brasil, relacionados especificamente à governança, competitividade e infraestrutura do setor, e elaborar um conjunto de propostas de políticas públicas para viabilizar investimentos no curto, médio e longo prazos.

A McKinsey foi selecionada em chamada pública e desenvolveu o Estudo do Setor de Transporte Aéreo do Brasil, com colaboração da Fundação Casimiro de Montenegro Filho, ligada ao Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), do escritório Tozzini Freire Advogados e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Viracopos, afirma a McKinsey, pode receber um superaeroporto, tornando-se o principal terminal de São Paulo no longo prazo. Para isso, no entanto, é necessária uma ligação ferroviária rápida do aeroporto de Campinas a São Paulo, que está planejada pelo governo federal. Viracopos, diz a consultoria, possui o melhor sítio aeroportuário de São Paulo.

Para a implantação da solução proposta, o levantamento apontou duas alternativas: uma com prioridade para Guarulhos e outra com prioridade para Viracopos. Avaliando os custos e benefícios das duas alternativas, considerou que o cenário de expansão prioritária de Guarulhos é preferível ao de expansão prioritária de Viracopos, porque, além de ter expectativa de menor valor presente líquido dos investimentos, propicia, diz o estudo, maior conveniência para o passageiro, pois Guarulhos é mais próximo da Capital. A opção prioritária por Guarulhos, afirma a McKinsey, adiaria a necessidade de acesso ferroviário rápido para Viracopos.

Considerando o caminho de expansão prioritária de Guarulhos, os investimentos nos três aeroportos de São Paulo, em uma estimativa preliminar, somariam R$ 11,8 bilhões a R$ 16,3 bilhões. Os recursos estariam concentrados (50% a 53%) na expansão dos terminais de passageiros e, de maneira distinta em relação aos outros 17 aeroportos estudados, os investimentos não estão concentrados entre 2020 a 2030, mas entre 2010 e 2014, demonstrando a maior urgência em se implantar as soluções para São Paulo.

Relatório alerta para obras emergenciais em terminais - Independentemente da expansão, o estudo contratado pelo BNDES afirma que determinados investimentos nos três aeroportos — Guarulhos, Congonhas e Viracopos — são considerados críticos e requerem implantação imediata. Em curto prazo, são necessários de R$ 3,8 bilhões a R$ 5,3 bilhões para o início imediato da expansão do atual terminal de passageiros e proteção do entorno da futura área expandida de Viracopos, o início da construção do terceiro terminal de passageiros, ampliação do pátio em Guarulhos e dos taxi ways, e do terminal em Congonhas. A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informou que Viracopos vai receber R$ 581 milhões de investimentos para se preparar para a Copa do Mundo de 2014. É o único aeroporto, fora das cidades-sede, que receberá recursos. Serão investidos R$ 4,47 bilhões em 13 aeroportos de 12 cidades. O papel de Viracopos será o de apoio à Capital paulista. Os recursos serão usados na reforma do atual terminal de passageiros, na construção do novo terminal e pátio de aeronaves, e na implantação de módulos para a ampliação provisória.
Correio Popular - SP

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