LEGISLAÇÃO

segunda-feira, 7 de junho de 2010

COMÉRCIO EXTERIOR - 07/06/2010

COMMODITIES – Energia cara pode levar à importação de metais
Devido à falta de investimento, setor de alumínio afirma que o Brasil poderá ter de importar matéria-prima.

A indústria processadora de metais não ferrosos (alumínio, zinco, níquel e cobre) voltou a enfrentar o drama do crescimento.

A forte expansão da demanda no primeiro quadrimestre deste ano indica não apenas a robustez da recuperação econômica. A aceleração da demanda reacendeu as preocupações com o custo da energia para projetos de expansão. A indústria dos metais ruma para os limites da capacidade de produção.

A consequência é o aumento súbito de importações, o que já começa a ocorrer. Mas, por si só, esse não é o problema central.

O grande temor é o tipo de importação. A previsão é que o Brasil caminhe para a importação de produtos acabados e semiacabados. A avaliação é que existe um risco real de desindustrialização.

“O ponto é o seguinte: ninguém vai importar o alumínio primário. Haverá importação dos perfis prontos, provavelmente da China”, adverte Adjarma Azevedo, presidente do conselho diretor da Abal (Associação Brasileira do Alumínio).

Alumínio
O fato é que a indústria do alumínio consome muita energia. Cada quilo de alumínio primário produzido exige 14,9 mil KWh de energia, o equivalente ao consumo médio mensal de 90 casas.

A conta de luz do setor equivale a pelo menos 40% do custo de produção. Esse é o cerne da questão.

Os novos projetos hidrelétricos no Brasil (Jirau, Santo Antônio e Belo Monte) foram viabilizados com oferta de energia ao preço médio de R$ 78 por MWh.

A indústria do alumínio acha caro. “Precisaríamos de uma oferta de energia ao preço de R$ 55 por MWh. Ou temos isso, ou o Brasil vai começar a importar alumínio em escala a partir de 2012 ou 2013″, afirma Azevedo.

A produção de alumínio primário neste ano deve atingir 1,22 milhão de toneladas, com crescimento de 21%, o que recupera com sobras a queda de 2009. Para os próximos anos, as estimativas do setor indicam expansão de pelo menos 7%. “Previsão modesta”, diz Azevedo.

Hoje, a capacidade total para produção de alumínio primário é de 1,6 milhão de toneladas. Claro, poderia ser bem maior.

O Brasil tem uma capacidade de extração de bauxita (matéria-prima) de 41 milhões de toneladas por ano e de produzir 13 milhões de toneladas de alumina (produto intermediário ao alumínio).
Grandes produtores de alumínio como Rio Tinto, Votorantim e Alcoa estudam expansões fora do Brasil por dificuldade em obter acesso a energia com custo menor do que o atual.
Folha de S. Paulo



Rio conquista novos mercados e exportações dobram nos quatro primeiros meses do ano
Brasília – As exportações da indústria fluminense somaram US$ 6,2 bilhões nos quatro primeiros meses deste ano, revelando expansão de 100% em relação ao mesmo período de 2009, o que gerou um saldo comercial positivo para o estado do Rio de Janeiro de US$ 1,8 bilhão. As importações alcançaram, no período, US$ 4,4 bilhões.

Os dados são do boletim Rio Exporta, da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan). Segundo o chefe da Divisão de Estudos Econômicos da entidade, Guilherme Mercês, enquanto a balança comercial nacional vem se deteriorando devido à maior expansão das importações, no estado do Rio, as exportações mostram maior dinamismo.

A principal causa do fenômeno, de acordo com o economista, é a conquista de novos mercados, “mesmo em um ambiente de crise”. “Quando a economia mundial volta a se recuperar, traz a reboque as exportações fluminenses, que estão se saindo muito bem desde o início de 2010”.

A indústria extrativa triplicou as exportações no primeiro quadrimestre, em comparação ao mesmo período do ano passado. As vendas externas de óleos brutos de petróleo subiram 182% de janeiro a abril, liderando os embarques do estado. Guilherme Mercês destacou também o crescimento das vendas de minério de ferro. Na indústria de transformação, mostraram desempenho positivo os setores de material elétrico e de transportes, indústria química e perfumaria e cosméticos.

O economista enfatizou que a China alcançou o principal posto de destino das exportações fluminenses, desbancando os Estados Unidos como mercado importador. “Isso deixa claro o novo cenário da economia internacional, em que os países emergentes puxam o crescimento mundial, em detrimento dos países desenvolvidos”.

Em abril, o comércio externo no Rio de Janeiro registrou exportações no valor de US$ 1,7 bilhão. Com isso, a participação do estado nos embarques totais do Brasil atingiu 11,4% no acumulado do ano. Além disso, as exportações fluminenses alcançaram a maior participação histórica nos 12 meses encerrados em abril, que foi de 10,3% do total exportado pelo país.
Correio Braziliense

 
 
Importadores argentinos pedem normalização do comércio de produtos industrializados brasileiros
A Câmara dos Importadores da República Argentina (Cira) manifestou-se publicamente, pela primeira vez, sobre as barreiras impostas ao Brasil pelo secretário do Comércio Interior, Guillermo Moreno. Desde o início de maio, ordem verbal transmitida pelo secretário aos importadores argentinos provocou dificuldades para a entrada de produtos alimentícios brasileiros industrializados que tenham similares no país vizinho.

Caminhões do Brasil transportando produtos enlatados, por exemplo, ficaram retidos na fronteira, enquanto supermercadistas argentinos cancelaram pedidos de alimentos importados do Brasil que também são produzidos pela indústria local. Mesmo sem a existência de um documento do governo argentino oficializando a ordem do secretário, as barreiras entrariam em vigor na última terça-feira (1º).

No entanto, o bloqueio não foi concretizado e o que permaneceu foi uma uma situação indefinida do ponto de vista oficial. Numa carta enviada ontem (3) ao secretário de Comércio Interior, os empresários argentinos afirmam que é necessário analisar as características das importações de produtos alimentícios industrializados brasileiros “a fim de constatar se eles complementam as estritas necessidades básicas de consumo geral, sem afetar o desenvolvimento e o crescimento da produção argentina.”

Os importadores também apoiam a criação de um sistema de pagamento em moeda local para todas as operações de compra de produtos industrializados brasileiros, com o objetivo de “ampliar a integração com o nosso principal sócio comercial na região”.

A discussão sobre operações com moeda local, aliás, é um dos temas que serão discutidos na semana que vem entre os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, com os ministros argentinos Amado Boudou, da Economia, e Débora Giorgi, da Indústria e Turismo. A reunião será em Buenos Aires, em dia ainda não definido, e foi acertada entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner quando participaram, na semana passada, no Rio de Janeiro, do Fórum Mundial da Aliança de Civilizações.
Na carta enviada ao secretário Guillermo Moreno, os importadores argentinos também lembram que os impactos negativos da crise internacional ainda não foram totalmente superados. Por isso, dizem, é necessário que as importações de produtos industrializados do Brasil, e também da Europa, sejam analisadas caso a caso “para evitar, não apenas problemas na relação bilateral, mas prejuízos para a indústria argentina de alimentos”.

Os importadores também ressaltam, na carta, que participarão mais intensamente do desenvolvimento das exportações de produtos locais, aproveitando todos os contatos internacionais que estabeleceram ao longo dos anos.
Correio Braziliense



Para a Apex-Brasil, Estado pode ampliar negócios com a China
Exposição pode se tornar plataforma comercial do País na China

Dia do Brasil na Expo Xangai foi comemorado nesta quinta-feira. Foto: Flávio Dutra/PMPA/JC Algumas das melhores oportunidades para que empreendedores do Rio Grande do Sul realizem negócios no mercado chinês encontram-se em segmentos como os de máquinas e implementos agrícolas, tecnologia da informação, equipamentos médicos e componentes de calçados. Essa é a avaliação do presidente da Associação Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Alessandro Teixeira, gaúcho que também é o comissário-geral do Brasil na Expo Xangai 2010.

Teixeira destaca que a Expo servirá como uma plataforma comercial do Brasil na China. Ele enfatiza que, além de vender produtos para a nação asiática, a meta é atrair investimentos e realizar alianças estratégicas.

"A China pode causar algum medo por ser um grande mercado, ter grandes empresas, mas ela também apresenta grandes oportunidades", defende Teixeira. O dirigente relata que o País verifica um patamar de US$ 95 bilhões em investimentos ao ano no exterior e, no sentido inverso, atrai em torno de US$ 40 bilhões.

Nesta quinta-feira, foi comemorado o Dia do Brasil na Expo Xangai. Compareceram ao evento, que contou com a apresentação dos cantores Carlinhos Brown e Mart'nália, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o ministro das Finanças da China, Xie Xuren. O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, também esteve presente.

Durante os shows, realizados pela manhã em um centro de eventos, um vídeo mostrava ao público várias regiões turísticas do Brasil, como praias do Nordeste, Rio de Janeiro, Cataratas do Iguaçu, entre outras. Do Rio Grande do Sul, foram divulgadas atrações dos municípios de Canela, São Miguel das Missões, Cambará e São Francisco de Paula.

À tarde, a comemoração chegou ao pavilhão brasileiro na Expo Xangai onde, entre outras imagens, encontra-se uma do porto da Capital gaúcha. No estande, de 2 mil metros quadrados, é possível acompanhar imagens aéreas de cidades como São Paulo e Recife, que são movimentadas no chão, além de mais filmes promovendo o turismo no Brasil. Teixeira lembra que a China discute atualmente a implantação das férias obrigatórias. "Isso pode representar um número maior de chineses viajando e conhecendo países como o Brasil", argumenta o dirigente.

Em média, segundo o presidente da Apex-Brasil, de 12 mil a 15 mil pessoas visitam o estande brasileiro diariamente. O representante do Banco do Brasil na China Sérgio de Quadros concorda que o espaço possibilita intensificar ainda mais as relações bilaterais entre os países e as transações do comércio exterior. Ele acredita que outras oportunidades que serão geradas para as duas nações acontecerão devido a eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil.

Quadros diz que as empresas chinesas querem investir em áreas de infraestrutura, como portos, aeroportos, ferrovias e rodovias, principalmente com o apoio dos bancos chineses. Já em contrapartida, a China tem interesse em atrair empresas que tragam conhecimento e alta tecnologia. (Jefferson Klein).

Gigante da Ásia é o maior mercado para a celulose brasileira

Depois de se transformar no maior destino das exportações brasileiras de minério de ferro e soja, a China assumiu o primeiro lugar nas vendas de outra commodity, a celulose, com 34% dos embarques no primeiro quadrimestre deste ano. O percentual é o dobro da participação que o país asiático tinha nas exportações do produto até o ano passado, quando sua demanda deu um salto de 135%, para 1,5 milhão de toneladas, uma fatia de 33% no total. Elizabeth de Carvalhaes, presidente da Associação Brasileira de Papel e Celulose (Bracelpa), disse que os empresários chineses começaram a aumentar suas compras no começo do ano passado, quando o preço internacional caiu em razão da crise mundial.

Em junho de 2009 a cotação ficou em menos de US$ 400 a tonelada, comparada aos US$ 840 do ano anterior. Atualmente já está em torno de US$ 920. Segundo ela, a demanda chinesa assumiu natureza estrutural no segundo semestre, quando o país anunciou a instalação das três maiores máquinas de papel do mundo, uma das quais com capacidade de fabricar 1 milhão de tonelada por ano.

Em 2009, o Brasil respondeu por 50% das importações de celulose da China, que anualmente produz 90 milhões de toneladas de papel e quer se tornar um dos líderes mundiais do setor. Para atender ao aumento da demanda chinesa e de outros países emergentes, as indústrias brasileiras de celulose planejam investir US$ 22 bilhões no período 2010/2016, o que poderá levar o Brasil da quarta para a terceira posição no ranking global, à frente da China.

O CEO da Suzano Papel e Celulose, Antonio Maciel Neto, disse, em Xangai, que a empresa investiu R$ 8 bilhões em duas novas fábricas, no Maranhão e no Piauí, que terão 50% de sua produção destinada à China. A companhia produz 1,7 milhão de toneladas de celulose por ano e vai elevar o volume para 4,3 milhões de toneladas quando as duas plantas estiverem em operação, no fim de 2014.
Jornal do Comércio



China se torna maior mercado para celulose brasileira
XANGAI - Depois de se transformar no maior destino das exportações brasileiras de minério de ferro e soja, a China assumiu o primeiro lugar nas vendas de outra commodity, a celulose, com 34% dos embarques no primeiro quadrimestre deste ano. O porcentual é o dobro da participação que o país asiático tinha nas exportações do produto até o ano passado, quando sua demanda deu um salto de 135%, para 1,5 milhão de toneladas, uma participação de 33% no total.
Elizabeth de Carvalhaes, presidente da Associação Brasileira de Papel e Celulose (Bracelpa), disse que os chineses começaram a aumentar suas compras no começo do ano passado, quando o preço internacional caiu em razão da crise mundial. Em junho de 2009 a cotação ficou em menos de US$ 400 a tonelada, comparada a US$ 840 do ano anterior. Atualmente já está em torno de US$ 920.

Segundo ela, a demanda chinesa assumiu natureza "estrutural" no segundo semestre, quando o país anunciou a instalação das três maiores máquinas de papel do mundo, uma das quais com capacidade de fabricar 1 milhão de tonelada por ano.
Em 2009, o Brasil respondeu por 50% das importações de celulose da China, que anualmente produz 90 milhões de toneladas de papel e quer se tornar um dos líderes mundiais do setor.

Para atender ao aumento da demanda chinesa e de outros países emergentes, as indústrias brasileiras de celulose planejam investir US$ 22 bilhões no período 2010-2016, o que poderá levar o Brasil da quarta para a terceira posição no ranking global, à frente da China.

O CEO da Suzano Papel e Celulose, Antonio Maciel Neto, disse anteontem em Xangai que a empresa investiu R$ 8 bilhões em duas novas fábricas, no Maranhão e no Piauí, que terão 50% de sua produção destinada à China.

A companhia produz 1,7 milhão de toneladas de celulose por ano e vai elevar o volume para 4,3 milhões de tonelas quando as duas plantas estiverem em operação, no fim de 2014. "A produção de papel na China cresce 4 milhões de toneladas por ano, o que é quase metade da produção total do Brasil, de 10 milhões de toneladas de papel", disse Maciel depois de encontro do Conselho Empresarial Brasil-China. Atualmente, 35% do que a Suzano produz de celulose é destinado à China.

Com os investimentos previstos para o período 2010-2016, Carvalhaes estima que a produção brasileira de papel poderá subir para 14 milhões de toneladas. A presidente da Bracelpa lembrou que o Brasil tem a maior floresta plantada do mundo, com 7 milhões de hectares, certificada por organismos internacionais.

Carvalhaes afirma que a produção brasileira atende à crescente exigência chinesa de usar processos industriais sustentáveis, em resposta à pressão internacional. "A China joga na atmosfera 12 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, o que faz com que o crescimento do país custe muito à humanidade em termos ambientais".

Além de ser certificada, a floresta plantada brasileira é formada basicamente por eucalipto, que é a árvore que mais absorve carbono, diz Carvalhaes. "Os 7 milhões de hectares de floresta retiram da atmosfera 1 bilhão de toneladas de carbono por ano", declarou.
O Estado de São Paulo



O Brasil dos importados
Um breve passeio pelas vias de Brasília ou pelas principais capitais do país é suficiente para observar que o brasileiro está trocando de carro. E mais, que aumentou o número dos que preferem os importados. Uma olhadela na balança comercial do mês passado — registro das trocas comerciais entre o Brasil e outros países — confirma tal constatação. Apenas no mês passado, a importação de automóveis cresceu 72,5% quando comparada ao mesmo período de 2009. O item figura na lista das mercadorias que mais impulsionaram as compras externas brasileiras, que vão de camisetas a eletrodomésticos sofisticadíssimos.

Nos primeiros cinco meses do ano, a compra de carros de países estrangeiros aumentou 75,1% e os países que mais estão mandando sua produção para cá são Argentina, México e Coreia do Sul. Os veículos puxaram as importações dos bens de consumo (produtos fabricados fora do país prontos para serem vendidos no mercado interno), que aumentaram 55% ante maio de 2009 e somaram US$ 2,4 bilhões no mês. O valor representa compras de US$ 116 milhões por dia. No ano, as importações na mesma categoria de produtos aumentaram 47,2%s sobre os primeiros cinco meses do ano passado, somando US$ 11,2 bilhões.

Para André Sacconato, economista da Consultoria Tendências, as importações não devem ser vistas como um fator negativo, mesmo que representem menor saldo comercial. “O brasileiro está ficando relativamente mais rico do que os moradores de alguns países (em função da valorização do real) e é normal que se importe mais”, disse. Além disso, acrescentou o analista, as importações ajudam combater a inflação, evitando o desabastecimento, ao suprir os setores em que a produção nacional não está dando conta. Elas também contribuem, no limite, para aumentar o preço do dólar, o que, em tese, favorece o exportador.

Semestre forte
A balança comercial registrou superavit de US$ 3,4 bilhões em maio, maior saldo positivo desde junho de 2009 (US$ 4,6 bilhões), graças, principalmente, ao aumento de quase 100% do minério de ferro. O desempenho decorreu de exportações de US$ 17,7 bilhões e de importações de US$ 14,2 bilhões. No acumulado do ano, o saldo comercial caiu 40,2%, chegando a US$ 5,6 bilhões, resultado de US$ 72,1 bilhões em embarques para o exterior e US$ 66,4 bilhões em compras de outros países.

Apesar do avanço na demanda de bens de consumo, as importações caíram 2,1% em relação a abril, principalmente porque o ritmo de crescimento dos gastos nacionais com matérias-primas e produtos intermediários, como insumos utilizados na indústria e na agricultura, desacelerou entre os dois meses. De acordo com a avaliação do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o ritmo de aumento das aquisições desses produtos passou de 64,6% em abril para 45,6%.

As matérias-primas e os intermediários são os produtos que mais pesam — representam 47,2% da pauta — nas importações nacionais. Em contrapartida, as compras de bens de capital (maquinário) continuaram tomando impulso, com peso de 35,9%, maior percentual desde outubro de 2008, quando a crise internacional ainda não afetava diretamente o consumo de máquinas e equipamento. A aceleração desse tipo de gastos significa mais investimentos na ampliação dos parques produtivos do país.

A avaliação do secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, é de que é as importações tendem a se manter fortes, especialmente no segundo semestre, devido à festas de fim de ano.

A Ásia é o bloco que mais cresce entre os parceiros comerciais no que diz respeito às compras brasileiras. No mês passado, as importações vindas de lá aumentaram 79,2%, para US$ 4,5 bilhões. Só a China, isoladamente, aumentou as importações para o Brasil em 64,8% no mesmo período, para US$ 1,8 bilhão.
Correio Braziliense




Nas exportações do país, produto brilha como ouro branco
O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de açúcar, com volume de 24,3 milhões de toneladas, respondendo, em 2009, por 46,5% do mercado livre mundial. Isso muito mudou nos últimos 20 anos.

Em 1989, quando foi extinto o monopólio estatal na exportação de açúcar, as vendas externas somavam apenas 1,05 milhão de toneladas e representavam 4,2% do mercado livre mundial.

Dois grandes fatores contribuíram para essa expansão. O primeiro: a falência do sistema de produção de Cuba, que, no seu auge, em 1969, chegou a produzir mais de 8,5 milhões de toneladas e tinha como mercado preferencial a ex-URSS, que remunerava o produto bem acima do preço mundial.

O colapso da URSS a partir do final de 1991 minou a indústria cubana, que definhou lentamente a ponto de, em 2009, produzir apenas 1,27 milhão de toneladas. O segundo: a bem-sucedida ação do Brasil na OMC (Organização Mundial do Comércio) contra as exportações subsidiadas de açúcar de beterraba por parte da União Europeia.
Em 2005, a União Europeia exportou 7,56 milhões de toneladas, mas, após a implementação das decisões do Órgão de Solução de Controvérsias da OMC, passou a ser importadora líquida de 1,7 milhão de toneladas.

O Brasil tem uma participação dominante no mercado externo, com apenas 28,4% de sua produção de cana destinada a açúcar para exportação. O etanol de exportação, que atende a mais de 90% do mercado livre, representa somente 7% da produção de cana.

Portanto, com pouco mais de um terço da sua produção total, o Brasil é, por larga margem, o maior fornecedor mundial de açúcar e de etanol. Por esse motivo, qualquer coisa que afete os dois terços consumidos internamente tem impacto amplificado no mercado externo. Os maiores destinos do açúcar brasileiro são, por importância, Índia, Rússia, Emirados Árabes Unidos, Bangladesh e Nigéria.

No futuro, os destinos tendem a se concentrar cada vez mais na Ásia e no norte e no oeste da África, onde o consumo anual per capita ainda é baixo -respectivamente, 17,5 e 16,4 quilos, mas está em acelerado aumento -a média mundial é 24,5 quilos. O consumo mundial cresce 2,5% ao ano, ou 4 milhões de toneladas.

Em 2009, as exportações de açúcar geraram US$ 8,38 bilhões em divisas ao Brasil, e as de etanol, outro US$ 1,34 bilhão. Somadas, representaram 15% das exportações do agronegócio nacional.

Mais uma vez na história brasileira é a exportação de commodities -agrícolas e minerais- que tem viabilizado a importação de bens de capital e intermediários necessários à expansão do produto potencial. Nesse contexto, o açúcar tem brilhado como ouro branco. Plínio Nastari, presidente da Datagro Consultoria e responsável pelos estudos usados no contencioso do açúcar contra a União Europeia
Folha de S. Paulo
 
 

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