LEGISLAÇÃO

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

COMÉRCIO EXTERIOR

SOBRETAXA NA IMPORTAÇÃO DE CALÇADO CHINÊS PODE SUBIR
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Está marcada para hoje a audiência final que irá decidir se a sobretaxação provisória de US$ 12,47 para cada par de sapatos fabricado na China será mantida . A taxação foi definida em setembro do ano passado e, de acordo com análise técnica de mais de 40 mil páginas produzida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), o valor da sobretaxação tende a subir para US$ 18,44. Milton Cardoso, presidente da Abicalçados (Associação Brasileira da Indústria de Calçados), entidade que iniciou a ação, afirma que a tributação estancou as perdas do setor e brecou as demissões. ” Não detectamos nenhum efeito negativo com a medida. ”
Ivan Ramalho, ministro interino do Mdic, diz que o governo tem trabalhado para reduzir o prazo das investigações antidumping. Ramalho diz confiar que a taxação será mantida e que isso será ” uma vitória do setor calçadista no Brasil ” .
O consumidor brasileiro, contudo, vai sentir no bolso a mudança. Tênis de alta performance, todos fabricados na China, tendem a encarecer ainda mais se a taxa for repassada ao cliente final. Já os sapatos nacionais também ficarão, em média, 3% mais caros a partir da próxima estação. A subida dos preços deve-se, segundo os fabricantes, à melhoria da qualidade e da tecnologia empregada na formulação dos calçados.
” A produção foi aprimorada e isso aumentou o valor agregado do produto ” , justifica Francisco Santos, fundador da Couromoda, evento que iniciou ontem sua 37ª edição na capital paulista e é considerado um termômetro de como a indústria calçadista irá se comportar durante o ano.
Valor Econômico


DÉFICIT ALTERA TRAJETÓRIA DO CÂMBIO
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Mais reais: Com deterioração da conta externa, tendência de alta do dólar deve predominar
Claudia Safatle, de Brasília
As projeções de déficit em transações correntes do balanço de pagamentos para este ano tiveram aumento de mais de 100% em seis meses e isso está na raiz da mudança na dinâmica da taxa de câmbio, que agora tende a enfraquecer o real.
Em agosto de 2009 a pesquisa Focus, do Banco Central, registrava uma expectativa de US$ 22 bilhões de déficit para este ano. O último boletim, divulgado ontem, já considera um déficit de US$ 45,5 bilhões, resultado de uma queda no saldo comercial e elevação do déficit da conta de serviços e rendas, movida principalmente pelo aumento das remessas de lucros e dividendos das empresas multinacionais para suas matrizes no exterior. Há quatro semanas o Focus previa déficit bem menor, de US$ 40,3 bilhões. No mercado, alguns analistas já mencionam que este número pode surpreender e bater na casa dos US$ 60 bilhões ao fim de 2010.
As projeções do BC também quase dobraram: saíram de US$ 22 bilhões para US$ 40 bilhões, conforme a última estimativa para as contas deste exercício. Elaborados em setembro do ano passado, contudo, hoje os números do BC se mostram conservadores.
A tendência da taxa de câmbio, de depreciação do real frente ao dólar (que também vem se valorizando em relação a outras moedas), é a resposta natural a essa deterioração das contas correntes do balanço de pagamentos do país, num regime de taxas flutuantes.
O déficit externo é crescente por razões domésticas: aumento da renda e do nível de atividade econômica. “E isso está ocorrendo porque estamos saindo da crise de 2008 na frente dos nossos principais parceiros comerciais”, disse uma graduada fonte oficial. Com crescimento da ordem de 5% a 6% estimado para a economia brasileira este ano, as importações se aceleram para o abastecimento interno de mercadorias e serviços, assim como a balança de serviços e rendas também sofre pressões, elevando mais o buraco das contas correntes, revertendo uma situação de superávit que dominou os anos de 2003 a 2007.
O déficit externo, porém, é do tamanho que o resto do mundo estiver disposto a financiar. Se os investidores começam a achar que o país está assumindo uma situação deficitária acima das suas possibilidades, a própria taxa de câmbio começa a mudar, o real se enfraquece e as importações ficam mais caras. O ciclo normal da política econômica, nesse caso, é clássico: a desvalorização da moeda local pressiona a inflação e a autoridade monetária eleva os juros para desaquecer a demanda.
Não se espera, no governo ou no mercado, uma trajetória ininterrupta de depreciação da moeda. Haverá movimentos de alta e de baixa, com tendência altista mas muito gradual. Assim, a taxa nem chegará aos R$ 2,60 como certa vez citou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, como um cenário onde as exportações brasileiras seriam imbatíveis, nem cairá para a casa de R$ 1,50 este ano, como se temia há poucos meses. O mercado, hoje, trabalha com câmbio a R$ 1,75 para o final de 2010.
Outra questão que se coloca nessa discussão se refere às razões pelas quais, estando o Brasil numa situação macroeconômica e institucional estável, não pode ter um déficit em transações correntes de 3% ou 4% do Produto Interno Bruto (PIB) tranquilamente financiável pelo mercado internacional. É fato que a economia brasileira, em seus grandes indicadores, estava melhor há três ou quatro anos, quando além de estabilidade inflacionária, tinha superávit externo. Uma explicação possível é que o grau de investimento dado ao país pelas agências de rating ainda é recente, nem completou um ano. Outra razão, como um economista do governo chamou a atenção, é que mesmo depois do “crash” de 2008, os mercados continuam tratando os países emergentes como “inerentemente mais arriscados”. Conceito que deveria ter sido atualizado no pós-crise global, pois foi no mundo desenvolvido que ocorreram os problemas graves de descasamento de ativos e passivos no sistema financeiro.
Outro fator que apenas começou a ser contabilizado pelos investidores estrangeiros é que os candidatos à sucessão do presidente Lula querem uma moeda mais fraca. Nesse sentido, a entrevista do presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), à revista “Veja”, onde ele disse que um eventual governo de José Serra mudará a política monetária e cambial, deixou o mercado mais atento.
Valor Econômico


ÍNDIA EXPORTARÁ 70% A MAIS DE ALGODÃO
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A Índia, segundo maior produtor mundial de algodão, deve exportar 6 milhões de fardos (1,3 milhão de toneladas) da pluma no ano-safra que começou em 1º de outubro do ano passado. O volume é 70% maior do que o registrado na temporada anterior. A previsão é de Kantilal Shah, presidente da Gill & Co, um dos maiores exportadores do país.
Segundo Shah, a Índia deve produzir cerca de 29,5 milhões de fardos (6,42 milhões de toneladas) de algodão em 2009/2010, volume pouco maior do que o registrado no ano passado. "Os preços da commodity registraram forte alta nos últimos meses e devem se manter sustentados pelo menos até março ou abril", previu o executivo.
O país já exportou 1,5 milhão de fardos (326,5 mil toneladas) entre outubro e dezembro - 172% a mais do que no mesmo trimestre do ano anterior, segundo dados oficiais. Além disso, os exportadores já registraram contratos para o embarque de 4,6 milhões de fardos (1 milhão de toneladas) durante esse período, sete vezes mais do que os registros firmados um ano antes.
Diário do Comércio e Indústria


BB AUMENTARÁ OFERTA DE CRÉDITO A EMPRESAS BRASILEIRAS NO EXTERIOR
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Os recursos obtidos pelo Banco do Brasil em mais uma captação realizada no exterior vão financiar as operações internacionais de grandes empresas brasileiras. Na última sexta-feira, o BB obteve US$ 1 bilhão no mercado norte-americano, com o lançamento de papéis com vencimento em cinco e dez anos.
Essa foi a segunda captação externa do BB em três meses. Em outubro, o banco obteve US$ 1,5 bilhão para reforçar o seu capital, que sofreu redução após as aquisições da Nossa Caixa e de parte do Banco Votorantim. Agora, a operação teve como objetivo captar recursos para empréstimos em moeda estrangeira.
De acordo com o diretor de mercado de capitais da instituição, José Maurício Coelho, o banco aproveitou a demanda dos investidores estrangeiros por papéis de empresas brasileiras e os juros baixos no mercado externo para realizar essa nova operação. Em outubro, a demanda havia chegado a US$ 13 bilhões. Agora, com uma oferta mais restrita, ficou em US$ 3,3 bilhões.
Ele afirmou que, além das operações de comércio exterior, muitas empresas devem buscar esses recursos para financiar o seu crescimento fora do país, especialmente depois das aquisições realizadas recentemente.
"Com esse processo de internacionalização, várias empresas que estão adquirindo ativos no exterior têm acionistas brasileiros, que já são nossos clientes no Brasil. Então, é natural que eles busquem o banco nesse momento", disse Coelho.
Os recursos obtidos pelo BB ficarão depositados fora do país. Os juros pagos aos compradores dos títulos são de 4,651% ao ano (vencimento em cinco anos) e 6,074% ao ano (dez anos).
Coelho destacou o fato de as emissões recentes terem ficado acima do volume que era captado há alguns anos, quando as operações ficavam abaixo de US$ 500 milhões. Com isso, a participação desses empréstimos na carteira do banco ganhou espaço. Disse também que, apesar da demanda por papéis de empresas brasileiras no exterior, não há previsão de novas captações no curto prazo.
Além dessas captações, o BB prepara uma operação de lançamento de novas ações, no Brasil e no exterior, com o objetivo de capitalizar a instituição. A expectativa é obter R$ 8 bilhões com a venda desses papéis. Cerca de R$ 5 bilhões devem ser comprados pelo Tesouro Nacional, para que a União mantenha sua participação no capital da instituição.
A emissão também tem como objetivo aumentar de 21,7% para 25% o percentual de ações do BB negociadas na Bolsa. A maior parte delas está hoje nas mãos de investidores estrangeiros.
Folha on line

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