LEGISLAÇÃO

segunda-feira, 30 de julho de 2012

GREVE E OPERAÇÃO PADRÃO



Embarcações impedidas de atracar
Devido à paralisação, Anvisa não realiza os processos de inspeção para a liberação dos 12 navios no porto
Os servidores federais de agências reguladoras no Ceará estão em greve e organizaram uma manifestação, ontem, no Porto do Mucuripe, em Fortaleza. O Porto do Mucuripe tem 12 navios parados, já que a liberação dos mesmos é feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), uma das que está em greve e responsável por autorizar embarcações a atracar e descarregar mercadorias.

Entre outras reivindicações, os servidores exigem uma política salarial permanente, um reajuste no vale-alimentação e a paridade entre ativos e aposentados, além de um serviço público de qualidade.

De acordo com informações do servidor público Luciano Cavalcante, os navios parados estão abastecidos com alimentos, eletrodomésticos, importados, entre outros. "O Governo Federal vem negociando com os servidores desde fevereiro deste ano, com diversas rodadas de discussões, mas, como as medidas não foram satisfatórias para nós, resolvemos paralisar nossas atividades e permanecermos assim até sermos atendidos", explica.

Segundo Luciano Cavalcante, o Governo Federal irá dar uma resposta aos manifestantes no dia 31 de julho.

O servidor da Anvisa e representante das agências no Ceará, Raimundo Filho, afirma que, caso aceitas, as reivindicações exigidas irão ajudar os servidores a exercerem melhor suas funções e, consequentemente, melhor atender a sociedade.

Esta foi a terceira manifestação feita pelos servidores. O Aeroporto e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também foram palcos de protestos em Fortaleza. No Brasil, dos quase 500 mil servidores, 60% aderiram à greve. Os órgãos mais afetados são a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Anatel e a Anvisa.

No Ceará, são seis as agências reguladoras com atividades paralisadas: Anatel, Agência Nacional de Petróleo (ANP), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e Anvisa.

AtividadesNa quinta-feira, a Anvisa publicou, no Diário Oficial da União, norma para assegurar a continuidade das atividades de importação de produtos sujeitos à vigilância sanitária durante a greve.

A resolução prevê o deferimento antecipado de licenciamento de importação para produtos sujeitos à vigilância sanitária, perecíveis ou não, e aplica-se aos casos em que seja comprovada a capacidade insuficiente de armazenamento nos portos e aeroportos. Cargas e produtos importados poderão ser levados a locais de armazenamento indicados pelo importador.

LÍVIA LOPESREPÓRTER 






OPERAÇÃO PADRÃO ATRASA LIBERAÇÃO DE IMPORTAÇÕES

AUDITORES TÊM REALIZADO A CONFERÊNCIA DE 100% DAS MERCADORIAS IMPORTADAS, O QUE SIGNIFICA MAIS TEMPO NO PROCESSO

subsecretário de Aduana e Relações Internacionais da Receita Federal, Ernani Checcucci, informou nesta sexta-feira (27/07) que a operação padrão dos auditores fiscais, iniciada no dia 18 de junho, gerou um aumento de 4 mil declarações de importações no estoque, o que representa 2% de todo o volume registrado no período. Segundo ele, o movimento não atinge as exportações.

Com a operação padrão, os auditores têm realizado a conferência de 100% das mercadorias importadas, o que significa mais tempo na liberação das cargas. Para minimizar este efeito, o ministério da Fazenda publicou, nesta sexta, portaria estabelecendo prazo máximo para que as mercadorias sejam liberadas pela Receita. O subsecretário informou que as empresas podem exigir a entrega da carga se o prazo superar a 30% do tempo fixado na portaria.
Checcucci disse que o prazo médio nas aduanas em todo o Brasil é de 8 dias para os canais amarelo e vermelho. Isso significa que, ao completar 10 dias e meio com a mercadoria parada nos portos, as empresas podem solicitar ao chefe da aduana local a liberação da carga, mesmo sem checagem. Esse prazo é a média nacional e tem variação por unidades regionais.

"O chefe regional vai analisar caso a caso. Estamos dando uma solução. Alguém vai decidir se pode verificar a carga a posteriori", disse Ronaldo Medina, assessor do secretário da Receita. O sistema de análise de risco da Receita irá indicar se a carga pode ser liberada sem conferência física na aduana.

Checcucci não quis comentar a possibilidade de o trabalho dos auditores fiscais ser transferido para auditores estaduais, conforme prevê o decreto 7.777, publicado na última quarta-feira, com regras para garantir a manutenção dos serviços essenciais em caso de paralisação de servidores públicos. Ele também não quis avaliar se a portaria da Fazenda enfraquece o movimento dos auditores fiscais.

O subsecretário, no entanto, fez questão de ressaltar que os desvios de navios em alguns portos não têm relação com o movimento do órgão. "A Receita não intervém na atracação de navio. Em qualquer situação não se pode atribuir à Receita a não atracação, carga ou descarga de navios", afirmou. Checcucci disse que o complexo logístico envolve vários intervenientes, mas não apontou os órgãos responsáveis.




Ministério estabelece prazo para Receita liberar mercadorias importadas

Folha Online
O Ministério da Fazenda baixou uma portaria nesta sexta-feira para tentar evitar atrasos na liberação de produtos importados devido à operação padrão que está sendo realizada pelos servidores em greve da Receita Federal.
A portaria de nº 260 define prazos para a liberação das mercadorias com base na média do tempo de liberação registrada no primeiro semestre deste ano. Segundo dados do Ministério do Comércio Exterior, o tempo médio para liberar produtos importados na primeira metade deste ano foi de 1,64 dia, sendo que esse tempo foi de aproximadamente 8,5 dias para as importações selecionadas para os canais amarelo e vermelho de conferência. Passam por esses canais importações com indícios de irregularidades.
O subsecretário de Aduana e Relações Internacionais da Receita, Ernani Checcucci, explicou que, no caso das mercadorias cuja liberação ultrapassar em 30% esse prazo médio, a empresa dona desses produtos poderá requerer diretamente ao chefe da unidade de aduana da Receita Federal que libere imediatamente a mercadoria. Segundo Checcucci, se não houver qualquer pendência legal, a mercadoria será liberada.
"Será uma entrega antecipada de mercadoria", disse.
O subsecretário explicou que o objetivo dessa medida é permitir que os produtos importados sejam liberados mesmo que não tenha ocorrido o desembaraço da mercadoria devido à operação padrão feita pelos grevistas. Desembaraço é exatamente a etapa final do processo burocrático de importação que consiste na liberação da mercadoria após a inspeção.
Não há um prazo para que o chefe da unidade verifique se há pendências legais ou se a mercadoria pode ser liberada, mas Checcucci disse que isso deve levar de dois a três dias. Segundo o subsecretário, se o chefe não responder ao pedido de liberação da empresa, ele ficará sujeito a um processo disciplinar.
Segundo Checcucci, 220 mil declarações de importações foram recebidas pela Receita desde o início da greve, no dia 18 de junho, até o dia 25 de julho. Devido à operação padrão, 4 mil delas engrossaram o estoque de declarações que ainda está em processamento. Ele não informou qual o número normal que fica em estoque, na fila para ser processado.
Na operação padrão, grevistas adotam medidas para tornar mais lenta a atuação do órgão público. No caso dos servidores da Receita nas unidades aduaneiras, por exemplo, estão sendo inspecionadas todas as mercadorias que são direcionadas para fiscalização, em vez de apenas uma amostra delas.
A portaria do Ministério da Fazenda atende ao decreto 7.777, publicado na quarta-feira pela Presidência da República, determinando que os Ministérios criem mecanismos para evitar que as greves de servidores paralisem ou atrasem atividades públicas.




Sindicato dos Agentes Fiscais de Renda de SP repudia decreto que permite substituição de grevistas 
A paralisação na Anvisa e de auditores fiscais da Receita Federal tem causado prejuízos e filas de navios em diversos portos brasileiros.

O Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo (Sinafresp), responsáveis pelas categorias de fiscais em São Paulo, “repudiou” o decreto assinado pela presidenta Dilma Rousseff, que permite a substituição de servidores grevistas e definiu a atitude como medida “para furar a greve dos federais”.
Em nota, o sindicato condenou “a medida do governo porque vai frontalmente contra o exercício do direito de greve assegurado a todos os trabalhadores  pela Constituição Federal e também porque os servidores estaduais e municipais não estão habilitados, inclusive legalmente, a liberar veículos e cargas do comércio exterior”.
O comunicado destacou ainda que a paralisação da categoria “provocou o congestionamento dos portos brasileiros e tem se prolongado devido à intransigência do Governo Federal em abrir negociações”.
O decreto publicado no Diário Oficial da União de quarta-feira, com vigor imediato, determinou aos ministros cujas áreas sofrem com a série de paralisações no país que garantam o funcionamento dos serviços públicos com normalidade, permitindo que os servidores federais sejam substituídos por equivalentes estaduais.
Na prática, servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Receita Federal em greve nos portos podem ser substituídos, respectivamente, pelas vigilâncias sanitárias e secretarias das fazendas estaduais, por exemplo.
A paralisação na Anvisa e de auditores fiscais da Receita Federal tem causado prejuízos e filas de navios em diversos portos brasileiros como os de Santos, no litoral de São Paulo; de Paranaguá, no Paraná; de Vitória, no Espírito Santo, e no de Suape, em Pernambuco. A validade do decreto acaba quando se encerrar o período de greves.
(Agência Brasil)


Leia Mais: http://www.ultimoinstante.com.br/setores-da-economia/setor-governo/77398-Sindicato-dos-Agentes-Fiscais-Renda-repudia-decreto-que-permite-substituio-grevistas.html#ixzz222RnZGx1





Operação-padrão dos Auditores impacta balança comercial
Aline Matheus   
A operação-padrão deflagrada pelos Auditores-Fiscais da RFB (Receita Federal do Brasil) no dia 18 de junho já provocou uma queda de 10% nas importações, só no mês de julho. A informação é do vice-presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro, em notícia publicada no portal de notícias IG.
“O resultado da balança comercial do mês de julho já começa a ser impactado pela operação-padrão da Receita Federal e pela greve dos agentes da Anvisa”, destaca a notícia. De acordo com o portal de notícias, a queda nas exportações foi de 4%, isto porque 90% dos produtos exportados contam com selo verde nos portos, enquanto que nas importações o percentual de selo verde é de 50%.
Longe de comemorar os impactos da mobilização dos Auditores sobre o comércio exterior, o Sindifisco reforça que a operação-padrão foi o instrumento encontrado pela Classe para pressionar o Governo a negociar a pauta reivindicatória, já que durante um ano e meio a iniciativa de tentar abrir o diálogo ficou a cargo dos trabalhadores e não houve sequer uma resposta.
Sindifisco - Boletim Informativo - Ano III Nº 713, 30/7/2012



Efeitos da greve são piores para comércio exterior e alunos

As greves que mais estão prejudicando a economia são as da Receita Federal e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)...

Agência Brasil
BRASÍLIA - A greve dos servidores federais prejudica a atividade econômica brasileira, principalmente as importações e exportações. O cidadão comum sofre menos com a situação, a não ser o caso específico dos alunos de universidades e instituições de ensino federais, cujas aulas estão suspensas há mais de dois meses. A avaliação sobre os impactos das paralisações é de entidades representativas do setor privado e de porta-vozes do próprio movimento grevista. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef), atualmente 29 setores do funcionalismo estão de braços cruzados.
As greves que mais estão prejudicando a economia são as da Receita Federal e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As duas áreas têm a responsabilidade de fiscalizar e liberar cargas em portos, aeroportos e regiões de fronteira do país. Com a paralisação dos funcionários, está havendo lentidão no trânsito de produtos e insumos. Os auditores fiscais da Receita estão parados desde o dia 19 de junho, e os servidores da Anvisa, desde 16 de julho.
Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), em razão das duas paralisações há atraso na chegada e partida de cargas acondicionadas em caminhões nas fronteiras do Brasil com outros países. “Estão retendo muita carga, tanto na importação quanto na exportação”, afirma Fábio Martins Faria, vice-presidente executivo da entidade. Faria cita como exemplo de localidade prejudicada a cidade de Uruguaiana (RS), que faz fronteira com a Argentina e onde fica um dos mais movimentados postos de fiscalização alfandegária do país.
Os efeitos da greve podem ser sentidos também nos portos brasileiros, em especial os de Manaus (AM), Santos (SP) e Paranaguá (PR), onde também há movimentação comercial intensa. “O pólo industrial de Manaus e a indústria farmacêutica e química em geral estão ficando desabastecidos dos insumos para fabricar seus produtos”, diz Fábio Faria. De acordo com o vice-presidente da AEB, como boa parte dessas fábricas trabalham com estoques pequenos e dinâmica  just in time, suas linhas de produção estão paradas.
Ricardo Martins, diretor de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), corrobora a informação de que a greve está causando carência de insumos na indústria. “Estamos pagando uma conta alta. Nossos associados relatam que estão faltando desde insumos para produzir vitaminas, na indústria farmacêutica, até matéria-prima para ração de cachorro. Quem importa tem que arcar com a armazenagem, pois o navio que está no porto não pode descarregar”, reclama.
Como paliativo, nesta semana a presidenta Dilma Rousseff editou o  Decreto n° 7.776, recomendando aos ministros de Estado providências para a continuidade dos serviços, e autorizando inclusive a substituição de funcionários federais pelos servidores das administrações estaduais.
Na opinião de Fábio Faria, a medida é insuficiente para restaurar a normalidade. “O ideal nesse caso não é transferir o serviço. O funcionário estadual não tem experiência nisso, e até agir com a mesma presteza do federal levará tempo”, acredita. Para ele, o ideal seria desburocratizar a fiscalização em caráter temporário. “Libera-se a carga, a empresa assume o compromisso de cumprir as normas, e se coloca à disposição para fiscalização posterior”, defende.
Portaria do Ministério da Saúde e resolução da Anvisa publicadas no rastro do decreto presidencial  preveem algo semelhante ao que é sugerido por Fabio Faria. Os dois documentos determinam a adoção de plano de contingência e de procedimentos simplificados enquanto durarem as paralisações.  A portaria da Saúde estabelece ainda o compartilhamento, mediante celebração de convênio, da execução das atividades com os estados e municípios. Além disso, liminares judiciais expedidas na última semana ordenaram normalidade mínima no funcionamento dos portos.
Para além da esfera empresarial, os estudantes são os mais prejudicados pela onda de greves. Paralisadas desde 17 de maio, 57 de 59 universidades federais e 34 de 38 institutos federais seguem em impasse com o governo federal. A Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), principal sindicato que representa a categoria, recomendou rejeição à segunda proposta de reajustes feita pela governo, com percentuais que variam entre 25% e 40%.
O presidente da  Condsef, Josemilton Costa, reconhece que a greve causa prejuízos, mas diz não haver outra alternativa para pressionar o governo a ouvir os trabalhadores. “Esse é um constrangimento que o governo tem causado à população, prejudicada por essa atitude de não conceder reajustes”, afirma Costa.
João Maria Medeiros, presidente do Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) – entidade que representa 10 autarquias reguladoras e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) – afirma que os órgãos estão cumprindo a exigência legal de manter 30% do contingente trabalhando. Segundo Medeiros, tem havido um esforço para que o cidadão comum seja o menos atingido. “A Anac [Agência Nacional de Aviação Civil], por exemplo, está com a fiscalização de aeronaves suspensa, mas seus canais para atendimento ao público e reclamações estão disponíveis”, declara.
Os representantes do movimento grevista têm reunião agendada com o governo para o próximo dia 31 de julho, quando espera-se que o Ministério do Planejamento apresente proposta às categorias paralisadas. Segundo o presidente do Condsef, até lá não haverá relaxamento das paralisações. “O governo tem de apresentar proposta. Trégua sem proposta não existe, e até o momento não tivemos nada”, disse.
O secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, credita à crise internacional a cautela do governo em abrir a carteira. “Estamos com a mesa de negociação aberta, o governo está avaliando o conjunto de reivindicações. Mas precisamos saber quanto é possível gastar em termos de pessoal em 2013, devido à gravidade da crise financeira internacional”, afirmou.


Diretor do Sindicato fala com jornalistas sobre intensificação do movimento
Ana Flávia Câmara   
A pretensão dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil de intensificar o movimento reivindicatório e o repúdio à Portaria MF n° 260 (que regulamenta o Decreto 7.777/12) que municipaliza e/ou estadualiza a fiscalização das importações e exportações durante a mobilização, foi destaque no Diário de Marília (SP) da sexta-feira (27/7).
"Eles planejam intensificar a greve e mover ação judicial contra a medida da presidente Dilma Rousseff", diz trecho da reportagem, que ouviu o diretor de Estudos Técnicos do Sindifisco Nacional e presidente da Delegacia Sindical Marília, Luiz Antônio Benedito. "Houve uma demonstração de força do governo, que deixou a categoria ainda mais insatisfeita".
Dentre as alternativas estudadas pelo Sindifisco para derrubar a medida estão um mandado de segurança no STF (Supremo Tribunal Federal) e ações ordinárias na primeira instância da Justiça.
Em Marília, a mobilização dos Auditores fez com que a Receita encerrasse o mês de junho com redução de 50% da aprovação de créditos tributários ao município, deixasse mais de 3,5 mil processos arquivados e reduzisse a liberação de declarações retidas na malha fina em 46%.
Sindifisco - Boletim Informativo - Ano III Nº 713, 30/7/2012




Nenhum comentário: