LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

RS - Estado é o terceiro em exportações




Estado é o terceiro em exportações

Soja e plataformas geraram alta de 44,3% na receita, que terminou 2013 com US$ 25,1 bi

Patrícia Comunello

AGENCIA PETROBRAS/DIVULGAÇÃO/JC




Estruturas encomendadas pela Petrobras representaram quase 20% da receita das vendas externas

A dobradinha soja e plataformas de petróleo garantiram um banquete nas exportações gaúchas em 2013. Como prêmio, o Rio Grande do Sul retornou ao terceiro lugar entre os maiores estados exportadores no País, ficando atrás de São Paulo e Minas Gerais, posição que havia sido registrada em 2009. As vendas totais somaram US$ 25,1 bilhões, alta de 44,3% sobre 2012, cujas divisas externas haviam sido corroídas pela quebra da safra de grãos. Na elite dos dez maiores, o Estado ostentou maior crescimento. As três plataformas encomendadas pela Petrobras e que já estão operando na extração da camada do pré-sal, no litoral fluminense, representaram quase 20% da receita global com o mundo, à frente da soja, que respondeu por 16,84%.

O ano passado reverteu com folga a queda de 10,5% em 2012, efeito da quebra da safra. O economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE) Guilherme Risco qualificou como muito expressivo o balanço do ano passado. Risco lembrou que o desempenho se destaca ainda mais ao confrontar com o comportamento das exportações totais do País, que caiu levemente, -0,2%. Além disso, o estado mais rico, São Paulo, teve queda de 5,1%, e o Rio de Janeiro, que tradicionalmente ocupa a terceira posição, despencou 26% na receita com o Exterior. “O Estado foi um dos poucos que seguiu em direção oposta e com bons números”, frisou o economista. Dos 26 estados, 13 terminaram o ano no azul. Apenas Pernambuco, 14º colocado, apresentou mais vigor percentual com alta de 50,9%.

Os técnicos da fundação citaram que a supressão dos US$ 4,77 bilhões com as três unidades de produção no ramo em óleo e gás (finalizadas entre julho e novembro) ainda mantém o saldo positivo da indústria, que teria variado 4,1%, mas não recupera o fôlego do setor de anos anteriores. A indústria de transformação responde por 78,71% da receita externa. Os analistas lembraram que os equipamentos são exportados apenas no papel, pois as estruturas são lançadas como ativos em subsidiárias da estatal no Panamá e na Holanda, e depois retornam em operações de aluguel, gerando saída de dólares na conta de serviços do País. Risco ponderou que em 2014 não serão concluídas mais plataformas, mas a partir de 2015 o polo naval de Rio Grande deve entregar encomendas.

Além de plataformas, coque e derivados de petróleo tiveram alta de 195,9%, e veículos automotores, reboques e carrocerias, de 16,1%, mas produtos alimentícios e máquinas e equipamentos registraram quedas de 7,2% e 5,7%, respectivamente. China liderou nas compras, respondendo por 59,1%, principalmente soja. Os dois outros maiores demandantes foram Panamá (8.754,5% de alta) e Holanda (292,9%), devido às operações da estatal de petróleo. A Argentina, mesmo com as instabilidades e retenção da liberação de ingresso em segmentos como calçados, ficou em quarto lugar, com 23,2% de crescimento, que foi inflado pelas vendas de montadoras de automóveis, com bases produtivas no país vizinho e beneficiadas pelo acordo automotivo do Mercosul.

Risco destacou que, para 2014, poderá haver redução no volume vendido devido à política interna do governo argentino. Os EUA, com elevação de 20,9%, ficaram na quinta posição e indicaram alguma recuperação.

A Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), que também divulgou seu balanço dos negócios externos, não mostrou muito entusiasmo com o saldo. “A recuperação das exportações não demonstrou o vigor que esperávamos”, definiu o presidente da entidade, José Heitor Müller.




CO

http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=152090

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