LEGISLAÇÃO

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Comércio Exterior



Brasil tem que se reorganizar no comércio exterior

O que estava anunciado para a balança comercial brasileira acabou se confirmando: depois de 11 anos registrando superávit de dois dígitos, a corrente de comércio exterior ficou positiva em apenas US$ 2,561 bilhões em 2013. As exportações alcançaram US$ 242,178 bilhões no ano, e as importações totalizaram US$ 239,617 bilhões. O resultado é o menor desde 2000, quando o resultado foi um déficit de US$ 731 milhões. Em dezembro, o superávit comercial foi de US$ 2,654 bilhões, o pior para o mês desde 2003, quando o resultado foi positivo em US$ 2,756 bilhões. Analistas alertavam para o fato de o Brasil continuar perdendo espaço por apenas ser um grande exportador de matérias-primas, com pouco valor agregado. Isso é mais do que sabido há pelo menos uma década. Além disso, a falta de planejamento e investimentos sistemáticos na infraestrutura do País tem prejudicado demasiadamente. O normal é corrermos atrás dos problemas e não nos anteciparmos a eles, com muitos projetos de Estado, que devem passar pelos governos com total continuidade. Tanto isso é verdade que o caos logístico está aumentando os ganhos dos países produtores de grãos que competem com o Brasil, uma vez que o preço está mais alto para pagar a conta logística nacional, e o produtor norte-americano está ganhando mais do que isso, segundo lideranças do agronegócio.
A rentabilidade da produção brasileira, em compensação, está caindo, em decorrência do transporte. A logística está gerando uma perda para toda a cadeia. O produtor está ganhando menos, a trading, que já estava comprada, está perdendo, e o consumidor vai pagar mais pelo produto. Com os atuais custos logísticos, o Brasil não tem condições de competir no mercado de milho com Estados Unidos, Argentina e Europa. O transporte para levar o milho de Mato Grosso até o porto custa entre 50% e 60% do valor do produto. Na soja, esse percentual está em, no máximo, 30%.
A maior volatilidade das cotações das commodities agrícolas, com o aumento do cultivo em áreas marginais, de maior risco climático, e o maior volume de negociação dos grãos no mercado financeiro, exigem rigoroso controle das despesas. Está mais difícil vender por causa da superestimativa dos fretes.
As exportações e importações brasileiras desabaram, com um desempenho em 2013 abaixo da média global. Reduzimos a nossa participação no comércio mundial. Dados da Organização Mundial do Comércio (OMC) revelam que, por conta da crise europeia, as vendas brasileiras ao mundo sofreram uma contração de 5%, resultado pior que o dos demais emergentes e do resto do mundo. No geral, a OMC antecipara uma drástica revisão para baixo das perspectivas de crescimento do comércio em 2013, em mais um sinal claro da dificuldade da economia mundial em sair da crise. A contração do PIB na Europa, a maior importadora do planeta, afetou a todos e continuará a impactar os exportadores em 2014. Para o governo, o superávit modesto da balança comercial no ano passado é conjuntural. O resultado foi atribuído à queda na produção e nas exportações de petróleo. Enfim, continuamos dependendo do valor e do interesse pelas commodities.
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=150725

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