LEGISLAÇÃO

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Comércio Exterior


Brasil é segundo país que menos depende de itens importados

Peso dos produtos básicos na pauta de exportações brasileiras explica a posição em ranking da OCDE
O grande peso dos produtos básicos na pauta de exportações brasileiras explica uma posição um pouco desconfortável do País. Ranking publicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que o Brasil é o segundo país do mundo que menos depende de outros países para exportar. O dado poderia ser bom para a balança comercial, mas é negativo do ponto de vista estrutural porque revela a baixa complexidade dos produtos vendidos pelo País.
Segundo o estudo da OCDE, 91% das exportações brasileiras têm valor agregado nacional. Ou seja, itens criados dentro do País, sem contribuição direta estrangeira. Esse é o segundo maior porcentual entre os países do G-20, atrás apenas da Rússia, que tem o próprio país como origem de 93% do valor agregado das exportações. O levantamento da entidade comparou dados globais de comércio exterior e tem 2009 como o ano de referência para comparação dos resultados.
“Países com regimes comerciais relativamente abertos e liberais e elevado grau de investimento estrangeiro têm, normalmente, maior conteúdo estrangeiro em suas exportações. Porém, economias maiores e com recursos minerais importantes, como o Brasil, tendem a ter um maior valor de conteúdo nacional”, diz o documento.
Economistas dizem que ter participação maciça de itens nacionais nas exportações pode sinalizar menor especialização da economia do país e, por consequência, reduzido valor agregado dos produtos vendidos. A Rússia, por exemplo, que é fortemente dependente da exportação de gás tem 93% das exportações com valor agregado nacional.
Dois dos principais setores exportadores do Brasil, a agricultura e a mineração, ajudaram a levar o indicador nacional para o topo do ranking. O estudo da OCDE mostra que pouco mais de 5% do conteúdo exportado por agricultores tem contribuição de fornecedores do exterior e cerca de 8% do total embarcado pela indústria de mineração conta com valor agregado de fora do Brasil.
A OCDE reconhece, porém, que o Brasil melhorou comparativamente à pesquisa feita em 1995 e a participação de importados conseguiu avançar, embora discretamente. O estudo cita como exemplo positivo os alimentos processados. Em 1995, apenas 3% do total exportado pelas empresas no País tinha origem no exterior. Em 2009, o percentual subiu para 13%. Para a OCDE, isso é positivo porque mostra maior valor agregado nas vendas externas realizadas pelo Brasil.
Por outro lado, a indústria elétrica e o setor químico contam com o maior porcentual de componentes importados na pauta de exportação brasileira: 15%. O número, porém, está bem abaixo da média dos demais países da OCDE.
No setor elétrico, por exemplo, a média da OCDE é de 31% das peças importadas. Outro setor com elevado porcentual de itens importados é o setor de transporte, com pouco menos de 15%. Nesse caso, o Brasil é beneficiado pela exportação de produtos mais sofisticados, como aviões, automóveis e ônibus - itens com maior participação de insumos de outros países.

http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=125412


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