LEGISLAÇÃO

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Argentina



Para negociar com UE, Brasil se retrata com Argentina

O Brasil teve que fazer nesta quinta-feira (13/02) uma retratação, exigida pela Argentina, como condição para que os representantes de Buenos Aires continuassem numa reunião do Mercosul em Caracas (Venezuela)

Divulgação

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DO PORTAL DO AGRONEGÓCIO

O Brasil teve que fazer nesta quinta-feira (13/02) uma retratação, exigida pela Argentina, como condição para que os representantes de Buenos Aires continuassem numa reunião do Mercosul em Caracas (Venezuela), num episódio diplomático qualificado de "penoso" por diferentes fontes. Negociadores do Mercosul estavam reunidos desde quarta-feira (12/02) na capital venezuelana, em nova tentativa de chegar a uma oferta comum de liberalização, a ser apresentada à União Europeia (UE). Segundo fontes, a reunião começou muito bem. A Argentina levou uma oferta muito próxima à brasileira, que é de 87% de cobertura do intercâmbio comercial.

Deterioração - Mas o clima deteriorou-se rapidamente, quando a delegação argentina, liderada pelo secretário de Relações Econômicas Internacionais, Carlos Biachi, foi informada que, pouco antes em Bruxelas, a embaixadora do Brasil junto à União Europeia, Vera Machado, teria feito declaração dura sobre a Argentina no Parlamento Europeu.

Cúpula UE-Brasil- Segundo diferentes fontes, a embaixadora, ao ser indagada sobre a razão do cancelamento da cúpula UE-Brasil, por iniciativa da presidente Dilma Rousseff, acabou falando do estado da negociação no Mercosul, colocando o Brasil, Paraguai e Uruguai na mesma linha, mas sugerindo que o problema era a Argentina e que isso prejudicava a preparação da oferta comum do bloco do Cone Sul.

Indignação - Os argentinos ficaram ainda mais indignados, porque souberam que, na mesma reunião no Parlamento Europeu, o principal negociador da UE, João Machado, mostrou-se "bem mais informado" sobre o Mercosul e informou aos presentes que parecia haver avanço no bloco, de forma que uma reunião técnica Mercosul-UE poderia ocorrer em março.

Discussão suspensa- A discussão em Caracas foi suspensa e a Argentina exigiu do Brasil uma retratação pública, caso contrário a delegação voltaria a Buenos Aires, abrindo nova crise no Mercosul.

Itamaraty - O Itamaraty recusou-se a emitira uma nota em Brasília, mas mandou a embaixada brasileira em Buenos Aires fazer a retratação exigida pelos argentinos. Ou seja, a embaixada em Buenos Aires esclareceu o que a embaixadora em Bruxelas teria falado.

Esclarecimento - Na nota de dez linhas, a Embaixada do Brasil em Buenos Aires "esclarece que a repercussão de declarações atribuídas à representante do Brasil junto à União Europeia não corresponde à avaliação positiva que o Brasil faz do processo de elaboração da proposta comum do Mercosul no contexto das negociações birregionais, em especial à luz dos avanços construtivos alcançados na reunião do Mercosul realizada em Caracas, nos dias 12 e 13 de fevereiro".

Confiança - A nota diz ainda que "o governo brasileiro está confiante de que os entendimentos em curso conduzirão à definição de proposta comum do Mercosul para a troca de ofertas com a União Europeia".

Hipersensibilidade- O sentimento em setores do governo, em Brasília, é de que houve "hipersensibilidade" da Argentina. A avaliação é que o que a embaixadora teria falado é basicamente o que está nos jornais todos os dias.

Avanço - As últimas informações procedentes de Caracas davam conta de avanço nos entendimentos no bloco do Cone Sul. A ideia agora é marcar realmente uma reunião técnica Mercosul-UE em março para sinalizar o perfil das respectivas ofertas de liberalização, mas ainda não para trocá-las.

http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=2&cid=188844

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