LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

REINTEGRA




REDUÇÃO DO REINTEGRA DIFICULTA RETOMADA DAS EXPORTAÇÕES, DIZ SETOR









A redução do Reintegra, programa que devolve aos exportadores parte de seus custos, pegou o setor de surpresa e deve dificultar a expansão das vendas de produtos manufaturados ao exterior. A avaliação é do presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro.

"Com essa medida, o governo sinaliza que as exportações de manufaturados, mais dependentes de medidas de apoio como o Reintegra, não são tão importantes", disse.

A principal reclamação do setor exportador é a falta de previsibilidade. "A dificuldade é saber o que vem amanhã. Os contratos para exportações de manufaturados são fechados para um, dois ou três anos. Não temos nenhuma segurança do que vai acontecer nos próximos anos", afirma.

Em fevereiro deste ano, o governo já havia reduzido a alíquota do Reintegra de 3% para 1%. Nesta segunda-feira (14), o governo anunciou redução da alíquota para 0,1% em 2016, considerada "simbólica" pelo setor.

A medida vai proporcionar uma economia de US$ 2 bilhões ao governo federal.

Além do menor benefício, Castro lembra que os exportadores também enfrentarão aumento de custos, devido à perda do grau de investimento do Brasil e dos principais bancos brasileiros pela agência de classificação de risco Standard & Poor's. "O custo do financiamento das exportações vai subir, e a nossa competitividade está diminuindo."

Para ele, a desvalorização do real não será suficiente para estimular as exportações de produtos industrializados. "A taxa de câmbio atual teoricamente torna o nosso produto altamente competitivo. Mas a realidade é diferente da teoria", afirma o representante dos exportadores.

Ele lembra que o superavit comercial, de US$ 7 bilhões de janeiro a agosto deste ano, é provocado por queda das importações, e não por aumento das exportações. "O governo talvez esteja interpretando esse superavit como uma solução, mas é um superavit negativo. Está longe de resolver os nossos problemas."

Fonte: Folha de São Paulo/TATIANA FREITAS DE SÃO PAULO

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