LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Engarrafamento de navios nos portos baianos provoca prejuízos e afeta até a paisagem da Baía



Engarrafamento de navios nos portos baianos provoca prejuízos e afeta até a paisagem da Baía


Segundo dados da associação, essa ineficiência custou cerca de US$ 80 milhões aos donos de cargas só no Porto de Aratu 

Naiana Ribeiro e Priscila Natividade (redacao@correio24horas.com.br)


O presidente da Companhia das Docas da Bahia (Codeba), José Muniz Rebouças, minimizou nesta terça-feira (13) a fila de navios fundeados na Baía de Todos os Santos à espera de uma oportunidade de desembarcar ou embarcar produtos diversos. Segundo a Marinha, 31 navios estão aguardando por uma operação.

“Se existe aglomeração de navios é porque há desenvolvimento. Eu fico satisfeito quando tem muitos navios. Mostra que estamos trabalhando para desenvolver a Bahia”, avaliou.

No entanto, o que para ele é desenvolvimento, é visto como prejuízo pelo diretor-executivo da Associação de Usuários dos Portos da Bahia (Usuport) Paulo Roberto Villa. Segundo ele, a qualidade do sistema portuário da Bahia é inadequada para a necessidade da nossa economia. “A produtividade dos portos é muito baixa e a Bahia hoje paga caro por isso”.



Da orla da Barra se avistava fila de navios à espera de atracação (Foto: Betto Jr)


Segundo dados da associação, essa ineficiência custou cerca de US$ 80 milhões aos donos de cargas só no Porto de Aratu. Este número é calculado tendo como base a estimativa de que um dia de um navio parado gera um custo de até US$ 25 mil (equivalente a R$ 45 mil).


No ano passado, ainda segundo a Usuport, a soma de todos os dias parados por cada navio resultou em uma espera de 3.673 dias. “O Porto de Aratu está com a capacidade saturada há 16 anos. Esta ineficiência afeta toda a nossa competitividade”.


Gargalos

De acordo com o coordenador do Comitê de Portos da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Sérgio Farias, problemas de logística não afetam só a Bahia, mas todo o país. “Isto impacta no encarecimento dos insumos para a produção e desencoraja novos empreendimentos”, avalia.


O diretor-presidente da Codeba assume que existe um atraso tecnológico e que melhorias são necessárias. “Nosso porto é do século passado. Lógico que precisamos modernizá-lo, mas não podemos deixar de reconher o esforço feito para operar com o que temos”.


Segundo ele, o Complexo Portuário da Bahia fechou o semestre com uma movimentação geral de cargas da ordem de 18,8 milhões de toneladas. Os portos de Aratu-Candeias, Salvador e Ilhéus movimentaram 5,7 milhões de toneladas, 1 milhão a mais que nos seis primeiros meses de 2013.


E, até o final do ano, o Porto de Salvador deve iniciar as obras de construção de mais dois berços para navios de granel líquido - para atender a produção do Polo Industrial - e de ampliação do quebra-mar, obra que vai custar R$ 100 milhões. “O porto sozinho não vai resolver o problema de logística de uma cadeia que também envolve estradas, transporte, armazenagem e ferrovias”, defendeu.


A Marinha do Brasil, em nota ao CORREIO, afirmou que mesmo com 31 navios atracados na Baía de Todos os Santos o fluxo não altera a navegação na faixa marítima, que prevê limite de até 79 embarcações na área e não compromete a segurança no interior da baía.

http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/engarrafamento-de-navios-nos-portos-baianos-provoca-prejuizos-e-afeta-ate-a-paisagem-da-baia/?cHash=9126d4155cc05ab8edaf71faa452844c

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