LEGISLAÇÃO

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Moedas de exportadores de commodities estão fracas



Moedas de exportadores de commodities estão fracas

O dólar americano está se fortalecendo por razões que vão além das desvalorizações deliberadas do euro e do iene. Os grandes exportadores de commodities também estão empurrando suas moedas para baixo de propósito em um momento de queda dos preços dos produtos primários. Os dólares canadense, australiano e neozelandês, assim como o real, o rublo e outras moedas de economias emergentes, estão participando desse jogo.

Esses países querem moedas mais fracas para compensar a queda nas exportações de commodities. Nos últimos 12 meses, o presidente do banco central da Austrália mostrou simpatia por um dólar australiano mais fraco em vista de exportações brandas de minerais e uma economia que cresce de forma moderada.

Recentemente o presidente do BC da Nova Zelândia disse que mesmo com a queda do dólar do país - conhecido como "kiwi"-, a moeda está em níveis "injustificáveis" e não reflete a fraqueza do mercado internacional de commodities. O crescimento econômico da Nova Zelândia está em perigo.

O Banco do Canadá há pouco tempo deixou sua taxa de juros de referência inalterada em 1% e estima que a inflação fique próxima de sua meta de 2%. Mas um declínio em energia e em outros preços de commodities tem prejudicado a economia canadense.

A bolha das commodities do início dos anos 2000 levou produtores de commodities industriais, como cobre, zinco, minério de ferro e carvão, a aumentarem a produção. A nova produção deu resultado justo no momento do colapso dos preços, na recessão de 2007 a 2009. A recuperação subsequente não durou e os preços das commodities vêm caindo desde o início de 2011, sem dúvida devido à oferta excessiva de commodities industriais e ao crescimento mais lento da China, maior consumidor do mundo.

Outra força que está elevando o dólar americano em relação às outras principais moedas é o "carry trade" - operação em que investidores buscam ganhar com a diferença entre as taxas praticadas pelos países. Com spreads positivos entre os rendimentos das notas de dez anos do Tesouro dos EUA e as da Alemanha e do Japão (e até mesmo da Espanha e da Itália, países menos solventes) é atrativo vender esses títulos soberanos para comprar títulos americanos.

Os spreads são pequenos, mas, com uma posição alavancada, o "carry trade" pode ser muito lucrativo - ainda mais à medida que o dólar se valoriza. Quem vai querer ter bônus alemães de dez anos com rendimento de 0,83% e um euro em queda ou um título de dez anos do governo japonês com retorno de 0,47% e o iene depreciado, quando as notas de dez anos do Tesouro dos EUA rendem 2,5% e o dólar está subindo?

Em momentos de dificuldade, o dólar é o porto seguro do mundo. Os estrangeiros migram para os títulos do Tesouro americano e para outros investimentos denominados em dólares, elevando o valor da moeda.

Fonte: Valor Econômico/A. Gary Shilling | Bloomberg

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