LEGISLAÇÃO

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Comércio Exterior




Resultado desastroso do comércio exterior
Em novembro, o Brasil importou US$ 20,6 bilhões, exportou US$ 20,4 bilhões e o déficit de US$ 186 milhões foi o pior resultado em 12 anos, para o mês. Na terceira semana do mês, o déficit de US$ 952 milhões foi o maior para o período, em 15 anos. Resultados tão ruins obrigaram os consultores a rever para baixo as projeções de superávit do ano. Comparando os primeiros 11 meses de 2011 e de 2012, o superávit já caiu de US$ 25,9 bilhões para US$ 17,1 bilhões.

A principal explicação para a piora das contas comerciais de novembro é o lançamento, com atraso, das importações de derivados de petróleo pela Petrobrás. Com a correção, essas importações aumentaram 103,4% no mês e, na média diária, 125,1%. A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, admitiu que a regularização não foi completa.

Há outra distorção ligada às operações da Petrobrás, que "exportou" US$ 670 milhões em plataformas de exploração de petróleo para operação no País, mas registradas no exterior. Sem isso, o déficit do mês teria sido de US$ 863 milhões.

As plataformas ajudaram a elevar as exportações de manufaturados em valor recorde para o mês (US$ 8,259 bilhões), 5% mais do que em novembro de 2011, enquanto as vendas de produtos básicos caíam 12% e as de semimanufaturados, 14%.

O Brasil saiu-se bem em vendas não tradicionais, como aviões (US$ 643 milhões, 73,2% mais que em novembro de 2011) e laminados planos (US$ 161 milhões, mais 47,9%). E, entre janeiro e novembro, as exportações de milho foram recordistas: 15 milhões de toneladas, US$ 1,9 bilhão em superávit comercial adicional. Só em novembro as vendas de milho cresceram 310%.

Entre os pontos mais frágeis está o declínio de 11,5% das importações de bens de capital, em relação ao mesmo mês de 2011. Mas o pior ocorreu no comércio com grandes parceiros. Houve déficit de US$ 1,3 bilhão com os Estados Unidos, o maior desde 1989; e déficit de US$ 53 milhões com a Argentina, que impõe barreiras crescentes às exportações brasileiras. Entre janeiro e outubro de 2011 e 2012, o déficit com o México, apenas na balança de veículos, passou de US$ 1,372 bilhão para US$ 1,637 bilhão. As importações de automóveis e peças aumentaram 130%. Falta competitividade ao produto local.

As exportações de minério de ferro começam a reagir, mas os preços, embora em recuperação, são 28% inferiores aos de 2011. A Vale, que depende do minério, cortará em 7% os investimentos previstos para 2013.
http://m.estadao.com.br/noticias/impresso,resultado-desastroso-do-comercio-exterior-,971185.htm

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