LEGISLAÇÃO

sexta-feira, 8 de maio de 2015

CUSTOS EMPERRAM OPERAÇÃO COM CONTÊINERES PELO TERMINAL SANTA CLARA



CUSTOS EMPERRAM OPERAÇÃO COM CONTÊINERES PELO TERMINAL SANTA CLARA







Se depender da vontade dos apoiadores do transporte hidroviário, a movimentação de contêineres pelo terminal Santa Clara, interrompida em 2009, quando a Braskem (responsável pela estrutura) fez reformas no complexo localizado no polo petroquímico de Triunfo para receber etanol, será reativada. O empecilho a ser superado atualmente são os valores envolvidos com a navegação interior, que ainda não alcançaram a competitividade do transporte rodoviário.

"A maior dificuldade para o terminal Santa Clara, até o momento, é com relação ao custo da barcaça (embarcação que transportará os contêineres)", afirma o diretor-presidente do Tecon Rio Grande, Paulo Bertinetti. As empresas Braskem, Navegação Guarita e Wilson, Sons (controladora do Tecon) estão discutindo o aproveitamento do Santa Clara para a atividade com contêineres e, por consequência, a movimentação dessas cargas pela hidrovia gaúcha até o porto do Rio Grande.

"Estamos trabalhando muito fortemente para resolver isso (a questão dos valores) o mais rápido possível, precisamos fechar um número", destaca o executivo. Para Bertinetti, a hidrovia é um modal estratégico e é necessário que haja uma definição sobre o assunto. Em 2008, na última vez em que houve o transporte de contêineres durante um ano inteiro na hidrovia gaúcha, o Santa Clara, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), movimentou 18.490 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). A expectativa é que o terminal volte a operar ainda neste ano.

O diretor executivo da Navegação Guarita, Werner Barreiro, revela que a companhia busca uma solução para reduzir o custo do transporte de contêineres pela hidrovia. A empresa está adaptando uma de suas embarcações (a Guaíba, que hoje é um navio-tanque para granéis líquidos) para aumentar a capacidade dela de carregamento de contêineres. "Com isso, o custo operacional, de combustível, de manutenção, de salários dos funcionários não muda e, com mais carga, o gasto unitário fica menor", explica Barreiro. Ou seja, a Guarita está otimizando a embarcação.

O número de contêineres que o navio transportará dependerá do entendimento das autoridades portuárias. "Acho que vamos fechar a equação com um valor que pode viabilizar o projeto", prevê o dirigente. As adequações no navio Guaíba já estão em andamento no estaleiro de Taquari, da Navegação Aliança, que está arrendado para a Intecnial. A previsão de término é para setembro. Também para este período, é esperada a conclusão, no mesmo estaleiro, de um navio-empurrador e de uma barcaça-tanque encomendados pela Guarita. Inicialmente, a expectativa era que esses últimos dois empreendimentos fossem finalizados no ano passado.

Trata-se de uma espécie de sistema independente, com o empurrador podendo se acoplar à popa de barcaças distintas. A solução propicia o aprimoramento do transporte de cargas, pois enquanto uma barcaça fica no terminal carregando ou descarregando, o empurrador poderá seguir viagem para trabalhar com outra. O investimento no navio-empurrador e na barcaça-tanque é de R$ 37 milhões. O orçamento encareceu em relação ao que era estimado, porque houve uma alteração de projeto para transportar também produtos petroquímicos, além de combustíveis como, por exemplo, diesel. Assim, a composição poderá atender a demandas do polo petroquímico de Triunfo e da refinaria Alberto Pasqualini, de Canoas. A capacidade de transporte será de aproximadamente 5 mil metros cúbicos.

Se para o caso do transporte fluvial de contêineres e do terminal Santa Clara a perspectiva é de que os desdobramentos ocorram em breve, o mesmo não pode ser dito de outro empreendimento que tem o envolvimento da Wilson, Sons. A companhia, que planeja a instalação de um estaleiro na área do Superporto do Rio Grande, cujo lançamento da pedra fundamental foi em junho de 2010, até hoje não começou a obra.

O CEO da Wilson, Sons, Cezar Baião, admite que o projeto, devido à pendência da liberação da Secretaria de Patrimônio da União, está atrasado. O executivo acrescenta que, hoje, o grupo não tem um prazo a respeito da iniciativa. "O mercado da indústria naval caiu muito, por conta da situação da Petrobras", argumenta. Apesar da estagnação, Baião não teme que a área seja requisitada de volta pela autoridade portuária. O executivo crê que haverá a compreensão que, devido à falta do aval da SPU e por conta do mercado, é uma hora delicada para tomar uma decisão sobre esse investimento. O aporte era calculado em R$ 200 milhões e o objetivo era construir embarcações de apoio à exploração de petróleo e gás e rebocadores.

Fonte: Jornal do Commercio (POA)/Jefferson Klein

https://www.portosenavios.com.br/noticias/portos-e-logistica/29647-custos-emperram-operacao-com-conteineres-pelo-terminal-santa-clara

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