LEGISLAÇÃO

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Exportação


De olho na exportação, o governo prioriza armazéns e logística para grãos
Uma série de fatores contribuiu para o Brasil bater, novamente, recorde na produção e na produtividade de grãos estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o que é uma ótima notícia para o país, mas deixou mais evidente a prioridade coom que o governo deve investir em infraestrutura para escoar e armazenar grãos.
“Falta de [locais] para armazenagem é [em certo aspecto] bom, porque é um indicador de que a produção está avançando. Até porque a produção cresce mais rápido do que armazenagem [para, a partir desse cenário, haver estímulos para novos investimentos]”, disse hoje (7) o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, durante a divulgação do levantamento da safra de grãos 2012/2013.
Segundo o secretário, a safra recorde aconteceu devido a diversos motivos. Entre eles, ao fato de o setor estar mais organizado, de haver uma política agrícola mais definida e à estrutura de armazenagem existente.
Contribuiram também o mercado internacional aquecido, o clima favorável, os investimentos feitos em tecnologia, os investimentos em maquinários, solo e estruturas, além do crédito.
“Em especial, às facilidades que o produtor teve para acessar financiamentos públicos como o crédito rural”, acrescentou o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sílvio Porto.
Ele cita o fato de que 45% da área plantada destinada ao milho recebeu esse tipo de financiamento.
O mesmo, segundo ele, se aplica a 38% das áreas onde a soja foi cultivada.
A safra de grãos deverá atingir a marca de 185 milhões de toneladas, novo recorde de produção no Brasil.
Se confirmada a estimativa, a produção de grãos será 11,3% maior do que a registrada na safra anterior.
“A produtividade também cresceu, e deverá ser a maior já registrada, com 3,5 toneladas por hectare”, informou o ministro, Mendes Ribeiro.
A expectativa é que a produção continue avançando e que apresente números ainda melhores. “Podemos, sim, chegar a uma produção de 200 milhões de toneladas na próxima safra”, disse em tom otimista o secretário Neri Geller.
Com a tendência de novos recordes serem batidos, o governo federal pretende criar novas linhas de crédito para aumentar as condições de transporte e armazenamento da produção.
“Estão sendo definidos pontos estratégicos para fazermos novos armazéns públicos nos estados de Santa Catarina, Bahia e outros estados do Nordeste. Pretendemos incentivar a iniciativa privada com financiamentos e taxas de juros”, antecipou o secretário de Política Agrícola.
Ele explica que o Brasil tem enfrentado problemas na área de armazenagem em consequência da alta produtividade, que tem avançado muito fortemente, e lembra que isso envolve também problemas de logística, que é por onde os produtos são escoados.
A soja e o milho tiveram problemas desse tipo nesta última safra.
“Vamos participar de audiências com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para discutir a questão. Os dirigentes do banco manifestaram interesse em nos ajudar nesse ponto”, disse Geller.
“E temos o aval dos ministérios da Fazenda e do Planejamento para anunciarmos nos próximos dias os contratos de opções para reposição de estoques, com o objetivo de balizar o mercado e assegurar a política de renda do produtor”.
Atualmente, os armazéns públicos estocam 2 milhões de toneladas de grãos. A maior fatia está nos armazéns privados, que estocam algo entre 5 e 7 milhões de toneladas, segundo Geller.
A previsão é de que os recursos do BNDES não sejam limitados a equipamentos, mas também a obras civis da iniciativa privada.
Uma das frentes que o governo pretende abrir à iniciativa privada é a concessão de rodovias por onde a produção é escoada.
“Precisamos da iniciativa privada como parceira, mas a questão do pedágio ainda está sendo discutida”, disse o secretário.
O diretor da Conab Sílvio Porto manifestou preocupação com o peso que o alto preço do pedágios contratados têm para o país.
“O problema não são os contratos atuais, que são mais baratos. O problema é como fazer a revisão dos antigos contratos, em especial em São Paulo, que são muito caros. Os pedágios [nas rodovias em direção] ao Porto de Santos encarecem o chmado Custo Brasil”, argumentou.

Leia:
Safra de grãos deve atingir recorde de 185 milhões de toneladas
http://comunidadecomercioexterior.com.br/ver-noticia.php?id=1266

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