LEGISLAÇÃO

quarta-feira, 15 de junho de 2016

EXPORTADOR REDUZ DEMANDA POR HEDGE


EXPORTADOR REDUZ DEMANDA POR HEDGE


Os exportadores aproveitaram a alta de 5,10% do dólar em maio, que chegou a ultrapassar R$ 3,60, e aumentaram as operações de hedge e a contratação de linhas de exportação como de Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC), buscando travar uma taxa de câmbio mais interessante. Mas com o recuo de 5,13% da moeda em junho, abaixo de R$ 3,50, a demanda caiu, com algumas empresas aproveitando, inclusive, para realizar os ganhos com a posição de hedge.

Segundo o superintendente-executivo da área de câmbio do Santander Brasil, Maurício Auger, os exportadores tendem a ampliar a busca por hedge com o câmbio entre R$ 3,50 e R$ 3,60. "Abaixo desse patamar o exportador avalia que já não fica tão interessante", diz, destacando que um câmbio a R$ 3,40 é um nível confortável em que os exportadores conseguem preservar suas margens de venda.

Em maio, o volume de operações de venda futura de dólar por meio de contratos de termo de moeda registrados na Cetip subiu para US$ 10,878 bilhões, ante US$ 10,699 bilhões em abril. Já a demanda por compra de dólares nesse segmento caiu, de US$ 13,953 bilhões para US$ 11,800 bilhões. "Em maio, quando o câmbio estava acima de R$ 3,50, houve bastante venda futura de dólar por parte dos exportadores. Agora, com o dólar abaixo desse patamar, esse movimento diminuiu", diz Sérgio Machado, chefe de vendas da mesa de renda fixa para clientes corporativos no Brasil do BNP Paribas.

No caso das linhas de ACC - empréstimos de curto prazo lastreados nas exportações -, houve aumento de 6,57% em maio em relação ao mesmo período de 2015, somando US$ 3,8 bilhões. A alta é reflexo do crescimento das exportações, mas também do câmbio, uma vez que no início do ano a balança comercial já mostrava recuperação, mas isso ainda não se refletia nas linhas de exportação.

Segundo Machado, do BNP, o aumento da contratação de linhas de ACC pode estar relacionado à restrição de crédito no mercado local, que levou os exportadores a buscar as linhas com custo menor.

As linhas de ACC têm o custo atrelado à Libor, com taxas menores que às das operações de crédito locais. Esses empréstimos servem como capital de giro. O banco antecipa reais ao exportador de uma operação de venda externa já acertada, tendo até 360 dias para fazer o embarque.

No entanto, o superintendente do Santander destaca que por conta do aumento do risco país, esse custo, apesar de ter recuado do pico, ainda está acima dos níveis históricos e uma retomada de fato só deve ocorrer com a recuperação da atividade e queda das taxas.

Fonte: Valor Economico/Silvia Rosa | De São Paulo

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