LEGISLAÇÃO

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Complexo Portuário de Tubarão



SUSPENSÃO DE EMBARQUES DA VALE EM TUBARÃO PODE AFETAR EXPORTAÇÕES


A suspensão temporária das atividades em dois píeres do complexo portuário de Tubarão determinada pela Justiça, afetando operações da Vale e da ArcelorMittal Brasil, pode dificultar as exportações de uma parcela relevante da produção de minério de ferro da companhia brasileira. De janeiro a setembro de 2015 foram embarcadas 82,5 milhões de toneladas de minério de ferro da Vale pelo Porto de Tubarão. Isso significa que o porto escoou 33% da produção total da commodity pela empresa no período, de 248 milhões de toneladas. Por ali a Vale também recebe parte do carvão importado para suas operações.


Segundo a companhia, em 2014 (último dado fechado disponível) embarcou 106,3 milhões de toneladas de minério de ferro pelo Porto der Tubarão. Criado nos anos 60, Tubarão é o porto mais antigo da Vale e o mais eficiente do mundo no giro de minério.


Caso não seja revertida, a liminar deferida pela 1ª Vara Federal Criminal de Vitória tende a impactar ainda mais a atividade econômica daquele Estado, já atingido pela tragédia da Samarco. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a paralisação da produção de minério de ferro da Samarco após o rompimento de duas barragens de rejeitos da empresa em Mariana (MG) derrubou a indústria no Espírito Santo. Em novembro, a atividade no Estado recuou 11,1% ante outubro, o maior tombo desde dezembro de 2008 (-12,3%).


A produção em Minas Gerais também foi afetada pelo acidente com a empresa controlada pela BHP Billiton e pela Vale. A atividade recuou 4,0% no Estado, a queda mais intensa desde dezembro de 2013 (-5,0%), e o produto mais impactado foi o minério bruto.


Vale


A Vale distribuiu comunicado nesta quinta-feira, 21, sobre decisão da 1ª Vara Federal Criminal de Vitória. De acordo com a liminar, as atividades ficarão paralisadas até que se adotem medidas eficazes para evitar a emissão de poeira de carvão no ar e de pó de minério no mar.


A mineradora informa que vem investindo continuamente em seus sistemas de controle ambiental. "Entre 2007 e 2014 - como parte do Termo de Compromisso Ambiental (TCA) assinado com o Iema e o Ministério Público -; a empresa realizou um investimento de R$ 800 milhões que equipou todo o sistema produtivo do Complexo de Tubarão - desde a chegada do minério ate o embarque nos navios - com as mais modernas tecnologias de controle ambiental", afirma a companhia.


De acordo com a Vale, até 2020, terá investido aproximadamente R$ 1 bilhão em medidas de controle ambiental em suas operações no Complexo de Tubarão, somando os valores investidos nos últimos anos.


"Como continuidade dessa iniciativa, no ano passado, a empresa concluiu o projeto que previa o aumento da dosagem de supressor de pó no manuseio de pelotas em todas as usinas. A proporção passou de 200g para 500g de glicerina por tonelada de pelota produzida, o que aumenta a eficiência do produto. Também ao longo de 2015 foram concluídas melhorias no sistema elétrico dos precipitadores eletrostáticos que possibilitaram uma redução de cerca de 25% na emissão das chaminés das usinas de pelotização em relação a 2014."


Conforme a mineradora, essas e outras ações em andamento fazem parte do plano de investimentos anunciado pela empresa no ano passado e que será implementado até 2020.


Além dessas ações, a Vale afirma que já colocou em prática o Plano Verão, que intensifica ações rotineiras de controle ambiental nas áreas mais suscetíveis às variações meteorológicas típicas do período. "O plano atua, principalmente, nos pátios de estocagem e manuseio de produtos (minério, pelotas e carvão) e nas vias de tráfego e áreas pavimentadas e não pavimentadas."


Além disso, a empresa informa que as suas atividades são fiscalizadas rotineiramente pelos órgãos ambientais do Espírito Santo. "Entretanto, é necessária uma ação conjunta de todos os responsáveis pelas diferentes fontes de poeira para que haja uma melhor percepção da melhoria na qualidade do ar da região da Grande Vitória."


Ainda segundo a mineradora, o Fórum das Entidades e Federações (FEF) manifestou, em nota, preocupação com as consequências da decisão judicial referente à suspensão temporária das operações dos terminais portuários das empresas Vale e ArcelorMittal. O FEF afirma que "a medida extrema contra as empresas gera, em todo o meio empresarial, alta insegurança jurídica e pode inclusive desestimular a atração de novos investimentos nacionais e internacionais".


Fonte: Istoé Dinheiro


https://www.portosenavios.com.br/noticias/portos-e-logistica/33013-suspensao-de-embarques-da-vale-em-tubarao-pode-afetar-exportacoes

Nenhum comentário: