LEGISLAÇÃO

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Sem acordo, greve dos auditores fiscais continua no Amazonas


Sem acordo, greve dos auditores fiscais continua no Amazonas

Acordos não cumpridos, o não reajuste de salários e a desvalorização foram citadas como fatores primordiais para as reivindicações


MANAUS -Representantes dos auditores fiscais do Amazonas vieram a público explicar as razões da mobilização que tem como objetivo apressar o envio do acordo ao Congresso nacional e sua rápida concretização. Acordos não cumpridos com o governo federal, o não reajuste de salários e a desvalorização das atribuições da categoria foram citadas como fatores primordiais para as reivindicações. A promessa da indústria do Amazonas é de entrar na Justiça para acelerar a liberação de cargas dos terminais portuários.

Mais que uma reivindicação salarial, assim o presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal no Amazonas (Sindifisco Nacional-AM), José Jefferson Almeida, define as ações da categoria. “Lamentamos pelo desconforto causado, mas a mobilização está sendo necessária. Mas além de salários de acordo com a complexidade da função, queremos mostrar a desvalorização da função do auditor”, esclarece.

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Segundo o auditor, a categoria realiza um trabalho pouco visto, o que causa a reação indignada de alguns setores. “Somos responsáveis por mais do que liberar cargas ou verificar o IR (Imposto de Renda), estamos presentes nas operações especiais contra a corrupção que tomaram a mídia. 80% dos agentes que trabalham na Lava Jato e La Muralha, por exemplo, são de auditores fiscais. Estamos em portos e aeroportos, controlamos 95% da arrecadação do país”, afirma.

Sobre o acordo com o governo que foi o estopim para a mobilização, o auditor Sheldon Kemer Lucena acredita que houve descaso. “As negociações foram iniciadas em 2015, a primeira data para o reajuste seria em março e nada. O prazo final é agosto e a Casa Civil deve ter a resposta. Não é algo herdado da gestão Dilma, é uma reinvindicação digna e antiga para um acordo também antigo, mas de conhecimento do presidente interino”, disse Lucena.

De acordo com Lucena, a falta de respostas concretas por parte do governo federal não deu alternativas a categoria. “É como se fosse um caso de omissão legislativa. Não temos uma norma infraconstitucional que nos ampare nas negociações e nos dê prerrogativas que garantam mais autonomia, assim a mobilização é nossa única alternativa para chamarmos a atenção”, resume o auditor.

A mobilização nacional que ganhou o nome de Operação Padrão, segundo o auditor Fred Castelo Branco em nenhum momento cessou as atividades nos terminais. “O que há é um aumento do trabalho. Uma pequena quantidade de contêineres fiscalizados, já é suficiente para causar filas, na mobilização resolvemos fiscalizar 100% das cargas. Daí vem as reclamações de mora, mas na verdade estamos é trabalhando mais”, comenta.

Para o auditor o descaso é um ‘ataque frontal’ a uma das categorias mais atuantes. “Não somos vistos, mas estamos atuando em todas as áreas. Mais de 40 carreiras tiveram seus dissídios salariais e outros acordos de reajuste cumpridos. Mas não vemos isso ser prioridade do governo quando é referente aos auditores, é um ataque frontal a categoria”, conclui Castelo Branco.

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