LEGISLAÇÃO

sexta-feira, 21 de março de 2014

Embarque lento de soja causa espera de caminhoneiros no Porto de Imbituba



Embarque lento de soja causa espera de caminhoneiros no Porto de Imbituba

Escrito por Bruno Merlin

publicado originalmente pelo Diário Catarinense

O movimento intenso de caminhões no Porto de Imbituba, região Sul do Estado, deve terminar neste domingo. Desde a semana passada, motoristas com cargas do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul precisam esperar cerca de quatro dias para descarregar soja na empresa de estocagem Fertisanta.

Na segunda-feira, os caminhões estacionados no acostamento da avenida Marieta Konder Bornhausen, que dá acesso ao porto, formaram uma fila de cinco quilômetros. Para resolver o problema, a empresa Fertisanta e a administração do porto abriram um novo pátio de triagem em um posto de gasolina próximo, além do antigo, que já estava sendo usado pelos motoristas.

A avenida foi liberada nesta sexta-feira, mas os caminhoneiros reclamaram do aumento do preço da diária de R$ 18 para R$ 40, e o da refeição de R$ 8 para R$ 15, no antigo pátio de triagem. O diretor da Fertisanta, empresa que comprou 60 mil toneladas de soja para carregar dois navios, afirmou que o descarregamento vai até domingo, quando o movimento estará encerrado.

O motorista Marcelo Cadilhac, que carregou soja em Mato Grosso e esperou quatro dias em Imbituba para descarregar, protestou contra a estrutura da empresa. Segundo ele, cada operação leva uma hora e por isso são descarregados somente 30 veículos por dia. Cadilhac faz uma comparação com o porto de Rondônia, que conseguiria descarregar 30 caminhões por hora.

— Não posso aceitar dormir na rua, sem comer e sem tomar banho. Tomamos banho de cueca em uma obra, foi o único lugar que achamos aqui — lamentou o motorista.

Contrariando afirmações de que a Fertisanta teria sido responsável pelo problema por ter feito um pedido acima da sua capacidade de armazenagem, o diretor Pedro Kuzniecow disse que, na verdade, o transtorno começou na lavoura de soja.

— Há cerca de 15 dias, o Mato Grosso teve um período de chuvas e não conseguiu colher a soja. Já tínhamos contratado 60 mil toneladas do grão, então a entrega se concentrou em um período muito curto de tempo — afirmou.

O diretor, que enviará a soja para duas multinacionais, diz que o movimento de cargas no porto de Imbituba será alto durante todo o ano. Só a Fertisanta estima receber 600 mil toneladas de soja em 2014.

O presidente do porto, Rogério Pupu, disse que as mudanças na gestão do terminal, que hoje é de responsabilidade do governo do Estado, aumentaram a capacidade do porto. Segundo ele, janeiro e fevereiro deste ano registraram um fluxo 51% maior de carga e descarga do que o mesmo período do ano passado.

Pedro Kuzniecow garantiu, contudo, que a espera de dias para descarregar não voltará a acontecer. Segundo ele, foi uma situação atípica, provocada pelo excesso de expedição de grãos no Mato Grosso.

http://portogente.com.br/noticias/portos-do-brasil/imbituba/embarque-lento-de-soja-causa-espera-de-caminhoneiros-no-porto-de-imbituba-81385

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