LEGISLAÇÃO

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Exportações Brasileiras


COMÉRCIO EXTERIOR II: Cinco produtos concentram 41% das exportações brasileiras


Um grupo de cinco commodities responde por mais de 40% das exportações brasileiras, mesmo com a forte queda dos preços básicos registrada desde o pico atingido há cinco anos. De janeiro a setembro deste ano, as vendas de minério de ferro, complexo soja, óleos brutos de petróleo, açúcar e complexo carnes foram responsáveis por 41,4% do total destinado ao exterior. Nos primeiros nove meses de 2011 e também de 2014, esses cinco produtos haviam respondido por quase 47% das exportações totais.


Participação - Embora os preços tenham caído muito desde 2011, a participação desse grupo de commodities nas vendas externas do país recuou pouco nos últimos anos em parte porque o volume exportado seguiu em alta, afirma o economista Fernando Ribeiro, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).


Números - Números da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex) mostram que as cotações dos produtos básicos recuaram quase 48% quando se compara o período de janeiro a agosto de 2011 com o mesmo intervalo de 2016. Ao mesmo tempo, as quantidades vendidas ao exterior desses bens subiram 33,6%. Ainda não há dados referentes a setembro sobre preços e volumes exportados.


Concentração - "A concentração diminuiu um pouco pela queda de preços, mas não muito, porque os volumes continuaram a aumentar", diz ele. Outro motivo, nota Ribeiro, é que as exportações de produtos manufaturados tiveram um desempenho decepcionante ao longo desse período. Os preços desse bens caíram 21% entre os oito primeiros meses de 2011 e igual intervalo de 2016, enquanto o volume destinado ao exterior ficou praticamente estável, recuando 0,4%.


Indústria - Ex­secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral também destaca o resultado ruim das exportações industriais no período para explicar por que poucas commodities concentram uma fatia expressiva das vendas externas do país.


Números - Os números mostram os problemas de competitividade do setor manufatureiro, afirma Barral, que é sócio da Barral M Jorge Consultores. As quantidades exportadas desses produtos aumentaram neste ano, mas mostram algum arrefecimento nos últimos meses, um possível reflexo do câmbio um pouco mais valorizado.


Maior concentração- A maior concentração da pauta de exportações nesses cinco produtos ganhou força a partir de meados da década passada, quando houve a explosão dos preços de commodities, na esteira do fortíssimo crescimento da China. No período de janeiro a setembro de 2005, eles tinham participação de 28,3% no total exportado pelo país, fatia que subiu ano a ano até 2011, quando beirou os 47%. Os preços dos produtos básicos avançaram 159% em cinco anos, enquanto o volume destinado ao exterior desses bens subiu quase 37%.


Minério de ferro- O grande destaque no boom foi o minério de ferro, que viu os preços e os volumes exportados dispararem, especialmente pelo apetite chinês. O produto, que respondia por menos de 6% das exportações totais de janeiro a setembro de 2005, pulou para mais de 16% da pauta no mesmo intervalo de 2011.


Tombo - O tombo das cotações do minério, porém, mudou o quadro, fazendo encolher a fatia do produto nas exportações brasileiras totais. Nos primeiros nove meses deste ano, as vendas de minério responderam por 6,6% do total destinado ao exterior.


Preços - Em fevereiro de 2011, os preços do produto chegaram na casa de US$ 190 por tonelada, caindo abaixo de US$ 40 em dezembro de 2015. Neste ano, as cotações bateram acima de US$ 60 em agosto e neste mês estão na casa de US$ 55. Com isso, as exportações de minério de ferro, que renderam mais de USS 30 bilhões no período de janeiro a setembro de 2011, totalizaram quase US$ 9,2 bilhões no mesmo intervalo de 2016.


Soja - Os preços da soja também caíram desde o pico, mas a queda foi menos abrupta do que a do minério de ferro. Nesse cenário, as exportações do complexo soja (grão, farelo e óleo) ganharam espaço na pauta das vendas externas do Brasil.


Fatia - De janeiro a setembro deste ano, responderam por quase 17% do total; no mesmo período de 2011, a fatia do complexo soja ficou em 10,5%. A exportação de óleos brutos de petróleo, que chegou a atingir 8,7% em 2012, perdeu espaço, e neste ano está apenas um pouco acima de 5%.


Problemas - Barral afirma que um dos problemas de uma pauta exportada concentrada em poucas commodities é que a balança comercial fica sujeita às oscilações dos preços de alguns poucos produtos. A situação do Brasil é obviamente diferente de países onde um produto primário tem um peso muito maior nas vendas externas totais, como a Venezuela, mas a concentração do que o Brasil exporta em algumas commodities é desconfortável.


Manufaturados - Ribeiro chama a atenção para o fraco desempenho das exportações de manufaturados ao longo da última década. "O que ocorre há dez anos é um fenômeno sistemático", diz. Para ele, não há como colocar o problema apenas na conta do câmbio. "Há um problema mais amplo de competitividade do setor industrial", afirma o especialista em comércio exterior. (Valor Econômico)


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